Cattleya warneri Mem. Roberto Kautsky - Foto e cultivo: Gilberto Dias Ferreira
Por Érico de Freitas Machado
A Cattleya warneri é nativa do Espírito Santo e de Minas Gerais, também ocorrendo no norte do Rio de Janeiro e sul da Bahia. Começa a surgir em altitudes de 10 a 200 metros. Ela prefere lugares com boa luminosidade, alto teor de umidade, cujo valor tem variações de 15 mm nos meses secos até 298mm nos meses chuvosos, com mudanças de temperatura de 13,8ºC até 31,8ºC, sempre em locais de dias relativamente quentes e noites bem mais frias. As chuvas e as cerrações são responsáveis pelo alto teor de umidade.
Por ser própria da região sudeste, com comportamento climático mais ou menos estável, a planta desenvolve-se, normalmente, nos lugares apropriados, inclusive sobre pedras, ainda que seja predominantemente epífita, sem nenhuma mudança aparente, apresentando-se apenas um pouco mais atarracada. Entretanto pode alcançar bons índices de crescimento. Naturalmente, ao encontrar ambiente mais propício, em árvores ou arbustos, que conservam mais umidade em seus galhos, seu desenvolvimento se agiganta, podendo surgir plantas de grande porte.
No tipo padrão de espécies de orquídeas, as flores apresentam-se com uma certa uniformidade e na warneri não poderia ser diferente. Ela possui pétalas e sépalas lilases em tom claro ou até escuro. O labelo, que também é lilás, sofre mudanças, mas tão próximas, que é difícil dizer se determinada flor é dessa ou daquela planta.
Além das pétalas e sépalas lilases, a Cattleya warneri tipo apresenta o labelo dentro de uma determinada gama de cores. Pode ser lilás e ter branco principalmente na parte superior e na coluna. Mais para perto da inserção da flor aparece o amarelo, que vai do limão ao amarronado. Na parte central interna do labelo há sempre uma mancha triangular, cheia, em um tom de limás mais escuro e bem diferenciado. A separação da mancha é feita normalmente por coloridos lilases bem mais claros para a margem, podendo até ser branca, sem que a flor deixe de ser tipo.
Características da planta:
Porte esparramado dos pseudobulbos. Ficam compactos com o auxílio de tutores. Pseudobulbos atarrancados, afinam mais bruscamente perto do rizoma(que é uma espécie de tronco tronco rastejante da planta). Folhas ovaladas, comprimento maior que a largura. Brotação em junho ou um pouco mais cedo. Grande período em estado latente, até a floração. Espata floral simples, a interna nunca ultrapassa a externa. Folhas fazendo ligeiro ângulo com o pseudobulbo.
Características da flor:
Flores grandes, podendo atingir 22cm de diâmetro. Tendência das pétalas à inclinação para baixo, o que dificulta a armação. Estrias da fauce (parte interna do labelo) com tendência a se unirem (o colorido marrom das mesmas e o amarelo, com pouca nitidez ou confundindo-se). Mês base da floração: outubro.
Variedades e Classificação das flores:
As variedades apresentam-se como uma diferenciação da flor, em função do tipo ou padrão, quer quanto ao colorido ou nuances, desenhos ou falta deles, principalmente no labelo. A "força" da variedade deve ser tal que mesmo ao leigo seja permitido sentir que a flor é diferente. As variedades são albinas, com predominância do branco ou coloridas, com predominância do lilás.
ALBINAS - flores inteiramente brancas, tendo apenas o amarelo, do esverdeado ao ouro, na fauce.
PSEUDOALBA - As flores bem observadas, têm em determinadas partes (pétalas ou labelo) um quase imperceptível lilás-desmaiado.
ALBECENS - flores com um leve sopro róseo ou lilás-claro nas pétalas e sépalas. O labelo é inteiramente branco, apresentando apenas o amarelo característico da fauce.
ALBA-PUNCTATA - flores brancas, tendo apenas um ponto lilás-escuro no centro do labelo.
ALBA-STRIATA -Flores brancas, com uma estria vertical lilás-escura no centro do labelo.
ALBA-VENOSA - Flores brancas com veias lilás-escuras no centro do labelo.
AMOENA - Flores brancas com apenas um tênue sopro lilás-rosa-azulado na parte interior do labelo (é talvez a mais delicada das variedades).
AMESIANA - Flores com suavíssimo róseo nas pétalas, sépalas e label. Têm apenas na parte interna do labelo um colorido para mais intenso um lilás-róseo.
FONTE: Revista "O Mundo das Orquídeas" nº 7 Ano 2 - 1999.
NOTA: Quem desejar saber mais sobre a C. warneri e todas as espécies do Espírito Santo poderá ler no livro, recém-lançado "História do Patrimônio Natural do Espírito Santo", do próprio autor. Contato: www.finaorquidea.com
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
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2 comentários:
O Maria Tereza,
vou fazer um artigo e postar aquela sua C. luddemanniana. Posso?
Bjs
Vera
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