quinta-feira, 29 de julho de 2010

Entendendo uma Exposição de Orquídeas

A presente postagem é uma colaboração do Orquidário Maricaense, na pessoa de Rodrigo Aragão, que cedeu o texto e as fotos.

Aprendi com o saudoso Hanz Frank* ex. Presidente e membro ativo da OrquidaRio, que toda exposição de orquídeas é composta por TRÊS elementos FUNDAMENTAIS, sem os quais se torna completamente insustentável.

1- O Orquidófilo: é ele.. o amante, o colecionador, o esmerado cultivador que tem o trabalho, o custo, o prazer e o zelo de cultivar suas orquídeas sempre buscando o aperfeiçoamento do seu cultivo e a obtenção do melhor "rendimento" possível de suas plantas que se dispõe a "montar" uma exposição e compartilhar com os demais as suas plantas e as suas técnicas de cultivo, exibindo parte de sua coleção, o que torna possível reunir em um mesmo ambiente dezenas e as vezes centenas de belíssimas e variadas formas e coloridos simultâneamente.

2- O Visitante: é para ele que é montada a exposição. Toda Associação Orquidófila e seus respectivos "orquidófilos expositores" tem sempre como objetivo primário a divulgação de suas atividades, das técnicas de cultivo, da conscientização socio ambiental utilizando as orquídeas como "hotspot",etc... e é para o grande público (leigo ou não no assunto) que são montadas as exposições... é para ele que tanto se trabalha e que tanto se deseja ver enchendo nossos salões e estimulado a se lançar neste verdadeiro mundo de encantamentos, prazeres, aprendizados e emanciapação da percepção.

3- O Orquidário Comercial: os Orquidários Comerciais, como o Orquidário Maricaense, contribuem de duas formas em uma exposição de Orquídeas. São eles os responsáveis pelo suporte operacional e financeiro a uma exposição e eventualmente das respectivas associações orquidófilas
Stand de vendas do Orquidário Maricaense

Ao entrar em uma exposição, o visitante (leigo ou não) se depara com tamanha beleza e encantamento que imediatamente deseja levar, mesmo que um pouco, do "BELO" para sua convivência... conhecedor ou não do fascinante mundo das Orquídeas e suas particularidades ele deseja adquirir, dar o primeiro passo.

Sem a possibilidade da aquisição, certamente o candidato a orquidófilo(O visitante), embora estimulado, não daria prosseguimento ao seu intento.


É esta parceria - Associação Orquidófila / Orquidário comercial - que permite que o visitante adquira parte do que é apresentado e ao mesmo tempo "custeia" as despesas envolvidas com a exposição e com a manutenção da associação orquidófila ao converter uma parte do montante das vendas para estes fins.

Por estes e muitos outros motivos que esta relação: Orquidário Comercial, Associações/Orquidófilos e grande público precisa ser bem estudada e estimulada. E por estarem intimamente ligados, precisa haver não só cuidado, mas ética e transparência nestas conexões.


Se as associações possuem carências e aspirações operacionais ou financeiras, não podem esquecer, entretanto, a principal motivação de uma exposição(que não é financeiro). E por este motivo precisam se preocupar e avaliar constantemente se estes objetivos estão sendo atingidos ou não.
 
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O Visitante, muitas vezes não sabe que todo este trabalho (o das associações e seus respectivos orquidófilos) é um trabalho essencial e basicamente voluntário. E muitas vezes se dirige aos organizadores sem o cuidado necessário que se deve ter com alguem que tanto trabalha e se dedica unica e exclusivamente para proporcionar prazer e momentos de encantamento ao visitante sem qualquer tipo de recompensa financeira.


Não é o fato do trabalho ser ou não voluntário que deve limitar ou parametrizar o nível de educação e cortesia nesta relação, mas sabemos que alguns (felizmente poucos) ao se perceberem "clientes" perdem seus limites e o bom senso.

Os Orquidários Comerciais, por sua vez, devem compreender e assumir a sua responsabilidade frente as Associações e ao público visitante de uma exposição. Isso é possível, assumindo o compromisso constante de disponibilizar em seus stands material de alta qualidade a preços justos.

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É de responsabilidade dos Orquidários Comerciais ainda, a seleção do material adequado a ser comercializado em cada exposição, observado as particularidades da região, devendo sempre evitar - a qualquer custo - a comercialização de plantas que não se adaptarão as condições de cultivo encontradas nestes locais, o que certamente afetaria o bom cultivo e a motivação de novos cultivadores. (As associações devem fiscalizar esta prática!)
Todas as instruções de cultivo e o suporte/auxilio ao novo orquidófilo devem ser dados por ambas as estruturas (os Orquidários Comerciais e as Associações), antes, durante e depois das exposições.


Deixamos como sugestão que todas as associações organizem e agendem - sempre que possível - cursos e workshops durante as exposições a fim de cobrir os passos essenciais ao cultivo regular. Se não for possível durante a exposição, sugerimos que a associação orquidófila aproveite a oportunidade da mesma e tenha disponível fichas de inscrição para um bom curso a ser ministrado aos interessados em data oportuna.

Lembrem-se:

Todos nós começamos um dia.

O que nos motiva a uma empreitada como esta?

"Somos responsáveis pelo o que Cativamos"

Uma exposição de Orquídeas talvez seja a melhor oportunidade para a captação de novos associados.

Ao concretizar uma venda, você cria um laço de responsabilidade com o seu cliente.

Orquidário Maricaense

http://www.orquidariomaricaense.com/

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Aprendendo a Tutorar Orquídeas

Italo Gurgel

Quando as orquídeas crescem espontaneamente, as flores tendem a ficar voltadas para baixo, aglomeradas, ou escondidas entre as folhas. Este é um problema estético, que pode ser corrigido através do tutoramento. O tema foi discutido em recente reunião da  Associação Cearense de Orquidófilos (ACEO) que, para tanto, reuniu informções de fontes extremamente categorizadas.


Uma dessas fontes era o orquidófilo carioca Carlos G. Keller, cujas dicas sobre tutoramento foram publicadas pelo blog de Carla Bettoni  (http://carlabettoni.blogspot.com/). O que se segue é um apanhado das ideias de Keller, que organizou em 11 itens seus ensinamentos:

1) Assim que os botões saírem pela metade da espata, colocar o vaso em um local em que a luz venha só de frente. Com isso, todos os botões ficarão apontando para um mesmo lado à medida que o cacho vai saindo para fora da espata.

2) Escolha uma área do vaso que tenha poucas folhas, amarre as poucas folhas  daquela área para trás com cuidado, de maneira que a planta não perca a naturalidade. O espaço que vai se abrir é para as flores se expandirem. Esse espaço é o que você coloca do lado que vem o sol.

3) Plantas de boa qualidade geralmente possuem hastes logas e firmes, e flores bem espaçadas. Essas não precisam de tutor. Mas eu não vou dispensar nunca a luz vinda só de uma frente.

4) Tutorar o cacho com os botões assim que eles começarem a querer abrir. Antes é muito cedo e pode quebrar a frágil haste. Depois fica mais difícil de se levar a haste à posição desejada.

5) Usar tutor de varetas de arame, coberto de plástico verde escuro, assim quase não se vê, principalmente no caso de se querer fotografar a planta. Preso às varetas usar um tipo de arame flexível encapado.

6) Você também pode usar varetas de bambu (pintadas de verde) no lugar de varetas de arame. Elas ficarão
espetadas bem firme no substrato ou então amarradas  na borda interna do vaso, ou cachepot, com um arame fino.

7) Enrolar na ponta da vareta um arame encapado e chato, parecido com talharim. É necessário ter cuidado, pois a maioria desses arames ou é muito fraca ou tem as bordas cortantes e isso é perigoso para as hastes florais. Ele deve ficar bem firme, permitindo que você possa posicionar a haste floral sem que ela volte à posição original. Nunca torça a haste floral no seu eixo.

8) Faça sair da vareta um número de fios de arame compatível com as hastes florais. Geralmente um para cada flor, mas isso nem sempre é necessário. Você pode tutorar apenas as flores principais, as flores "guia". O arame tem que estar preso e torcido bem firme na vareta, de maneira a não rodar nem descer ao longo dela.

9) Aqui vem o TRUQUE: você tem que apertar com o indicador e o polegar, com firmeza, o arame junto da haste floral quando for fazer a torção desse arame ao redor da haste. Aperte o arame para ele não escorregar e dê uma volta acima. Aperte mais acima e dê uma segunda volta e vá assim, sempre subindo à medida em que a espiral caminha em direção à flor. Se você não fizer isso a haste se quebra e perde-se o botão. É muito importante.

10) Depois de as hastes serem enroladas da base em direção à flor, você pode posicionar a haste de maneira que as flores, ao se abrirem, fiquem separadas e equidistantes. O arame garante que elas fiquem na posição.

11) Finalmente, há casos mais simples, geralmente envolvendo apenas duas flores, em que a vareta não é necessária. Você só coloca uma espécie de separador de arame encapado, para separar as duas flores entre si.

Italo Gurgel é Jornalista e Presidente da Associação Cearense de Orquidófilos - ACEO.