quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

MENSAGEM DE ANO NOVO



FELIZ ANO NOVO
(Arnaldo Jabor)



O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho.


É viver cada momento e construir a felicidade aqui e agora.

Claro que a vida prega peças.

O bolo não cresce,

o pneu fura,

chove demais

(Perdemos pessoas que amamos)...

Mas, pensa só: Tem graça viver sem rir de gargalhar, pelo menos uma vez ao dia?
Tem sentido estragar o dia por causa de uma discussão na ida pro trabalho?

Eu quero viver bem... e você?

2008 foi um ano cheio.

Foi cheio de coisas boas, mas também de problemas e desilusões,

tristezas,
perdas,
reencontros.

Normal..
Às vezes, se espera demais.

A grana que não veio,

o amigo que decepcionou,
o amor que acabou.

Normal ...
2009 não vai ser diferente.

Muda o século,

o milênio muda,

mas o homem é cheio de imperfeições,

a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente


deseja, mas, e aí?

Fazer o quê?

Acabar com o seu dia?

Com seu bom humor?

Com sua esperança?

O que eu desejo para todos nós é sabedoria.

E que todos nós saibamos transformar tudo em uma boa
experiência.

O nosso desejo não se realizou?
Beleza...

Não estava na hora,
não deveria ser a melhor coisa para esse momento

(me lembro sempre de uma frase que ouvi e adoro:
"cuidado com seus desejos, eles podem se tornar realidade").

Chorar de dor, de solidão, de tristeza faz parte do ser humano...

Mas, se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com

generosidade, as coisas ficam diferentes.

Desejamos para todo mundo esse olhar especial!!
2009 pode ser um ano especial,
se nosso olhar for diferente.

Pode ser muito legal,
se entendermos nossas fragilidades e
egoísmos e dermos a volta nisso.

2009 pode ser o máximo,

maravilhoso,

lindo,

especial!!

Depende de mim...

de você,

depende de todos nós.

Pode ser...

e que seja!



FELIZ ANO NOVO! E UM FELIZ NATAL!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Cattleya eldorado Lindl.








Tida como a "Rainha das Orquídeas da Amazônia Brasileira", a Cattleya eldorado exibe beleza inconfundível pelo seu colorido suave, sempre com garganta do labelo amarelo, cor de ouro. Vegeta nas florestas de campina por todo o Rio Negro, bem próximo de Manaus. Vegetais baixos de alta luminosidade e de grande umidade. Quando não, em menor proporção, em florestas de terra firme. Sua floração acontece nos meses de novembro a fevereiro, coincidindo com o verão no Brasil, onde o calor é intenso e a precipitação de chuvas é constante.

Dr. Ivo Soares Braga fala sobre algumas curiosidades sobre seu cultivo. "É uma planta que fixa gás carbônico no período noturno e cresce a pleno sol". Novas dicas são apresentadas em entrevista concedida no site da Delfina de Araújo, onde diz que "Ela se desenvolve em árvores onde a água da chuva escorre todinha. Ela gosta da raíz úmida, mas não aprecia ambientes encharcados. Prefere os locais bem iluminados".

De conformidade com a coloração apresentada no labelo, temos as seguintes variedades: puntacta, striata, orlata, velata ou coronata. Dos híbridos naturais já foram encontrados a Bc. Rubyi, resultado do cruzamento da Cattleya eldorado x Brassavola martiniana. Outro híbrido é a Cattleya brimeriana, resultado do cruzamento da Cattleya eldorado com Cattleya violacea. Já foram encontrados na natureza as variedades: Alba - sépalas, pétalas e labelo totalmente brancos e aparecendo o amarelo na garganta do labelo. Já a C. eldorado var. semialba - com pétalas e sépalas brancas e labelo colorido.

No site http://www.fbpro.com.br/ novas variedades são citadas:

C. eldorado var. concolor - com pétalas, sépalas e labelo de uma mesma cor, sempre aparecendo o amarelo na labelo.

C. eldorado var. tipo - com pétalas e labelo não brancos e mancha bem colorida no labelo. Tipo é a coloração standard na maioria das flores.

C. eldorado var. flamea - com pétala rosa pink, destacando coloração mais escura no ápice das pétalas e na saia do labelo.

C. eldorado var. venosa - coloração da planta tipo standard aparecendo nas sépalas e pétalas veias coloridas coloração mais intensa.

C. eldorado var. radiata - coloração do tipo standard, com coloração branca ao longo do central da pétala.






C. eldorado "fantasia" x "fantasia Rafaela"
















C. eldorado "Fantasia"

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Thunia Rchb.f

Trata-se de um reduzido número de orquídeas terrestres, que se desenvolvem desde o Nepal até a Indochina. Possuem pseudobulbos eretos, grandes, semelhantes à cana, com numerosas folhas de vida efêmera. Floresce no verão, suas flores são parecidas com a do gênero Cattleya, ligeiramente inclinada e com brácteas florais brancas e persistentes. O labelo é muito colorido, em forma de campainha e muito vistoso.

As plantas permanecem em repouso durante o inverno. Recomenda-se replantar utilizando vasos com substratos rico e uma boa drenagem. Novos brotos começarão a surgir no início da primavera e desabrocham com rapidez nos meses seguintes. Durante a fase de crescimento, as plantas necessitam de boa luminosidade e regas, de modo que o substrato não fique seco. É nesta fase que a planta necessita de muitos nutrientes e o adubo recomendado é o de liberação lenta. No outono é conveniente deixar secar, as folhas amarelarão, murchando e caindo, de maneira que a planta fica desfolhada durante todo o inverno, época que necessita permanecer secas.



São sete as espécies aceitas: T. alba, T. alba var. alba (ex-marshalliana), T. alba var. bracteata (ex-bracteata), T. bensoniae, brymeriana, candidíssima, pulchra (ex-masteriana).

Mudanças trazidas pelo Projeto Monocots, em 10/02/2008.

Substrato: em vaso velho de xaxim ou em outro, contendo fibras de xaxim bem velhas com mistura para plantas terrestres.

Necessita do sol da manhã direto para bem florescer e de sombra de 50% nas horas mais quentes.


A Thunia precisa um pouco de frio e de descanso, na fase de dormência. Adube a planta de julho com duas colheres de chá (10g) de calcário dolomético, mais adubo orgânico em igual medida sobre o substrato, mais adubação química 20-20-20 quinzenalmente. Em agosto ou setembro, logo após o replante, coloque em local mais quente e mais claro e regue com mais frequência para conservar a umidade.


Para conseguir mudas, basta amarrar um pedaço de xaxim ou sfagnum bem úmido no bulbo que já produziu ou fazer indução de keikes, com cortes de toquinhos em uma dessas canas (entre-nós).


A Thunia marshalliana atinge mais de 90 cm e produz de 3 a 8 flores de 12 cm, brancas, com labelo tubular contendo nervuras ramificadas e cristas em tom alaranjado sobre a cor branca.






A Thunia bensoniae com troncos suculentos de até 80 cm de altura densamente folhados. Folhas herbáceas lanceoladas de cor cinzenta. Inflorescências pendentes surgem no ápice dos troncos portando de 3 a 5 flores. Flor de oito centímetros de diâmetro com pétalas e sépalas brancas matizadas de roxo avermelhado. Labelo oblongo arredondado cor amarelo ouro com as partes dianteiras e lateral graciosamente franjadas e de cor roxo-púrpureo. Prefer locais frescos e de meia sombra. Floresce no verão. Procedência da Ìndia, China e sudeste asiático. Foi descrita por H. G. Reichenbach em 1852 no Botanische Zeitung (p. 7640).

Fonte: Cultivo de Orquídeas - Davod Banks
Revista O Mundo das Orquídeas nº 27

NOTA: A primeira vez que meu nome foi publicado numa revista foi exatamente na O Mundo das Orquídeas nº 34, pag. 58. Estive no ano de 2004, em Vinhedo, SP e entreguei pessoalmente ao Sr. Waldyr Fochi Endsfeldz uma foto da Thunia brymeriana para publicação, o que me atendeu prontamente.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Você quer namorar comigo?

Amigos, esta história é verídica, os personagens, por felicidade, são meus amigos e moram em São Paulo. Os nomes são fictícios: Zeca e Nina. Qualquer semelhança é mera coincidência.

A própria Nina conta esta historinha que marcou sua vida. Vejam, como é linda!

Duas crianças que não se conheciam. Através de amigos do irmão da menina, eles se conheceram e, durante dois anos, formaram um grupo de amigos, onde o rapaz tímido (na época um "mancebo" de 20 anos) só podia sentir amizade, por uma "menininha" falante e barulhenta de 14 anos.
Final do ano de 1964. Muitos bailes de formatura, "obrigatórios" naquela época. Os amigos, como sempre, não perdiam nenhum deles. Dançavam bastante, em geral, com pessoas conhecidas, mas não da mesma turma, embora estivessem todos sempre perto uns dos outros. Nesta turma de amigos já havia dois casais de namorados e, um novo par se formou.
Naquele fim-de-semana de 12 e 13 de dezembro (sábado e domingo) haviam sido convidados para dois bailes. Piores do que "arroz-de-festa", nenhum deles faltou aos dois. Segunda-feira, 14 de dezembro de 2008. À noitinha toca o telefone, uma "moleca" de 16 anos, disputa uma corrida com o irmão para poder chegar primeiro. Ao atender, o coração dispara ao ouvir uma voz tímida, mas já tão querida perguntar:

― Você quer namorar comigo ?

A resposta foi rápida e direta :
― SE QUERO !!!

E, assim, começou o namoro, que hoje completa 44 anos.

O noivado foi em 06 de janeiro de 1968 e o casamento em 16 de maio de 1969.


Foram datas inesquecíveis e emocionantes , que só se tornaram possíveis, porque apesar de ter pouca idade, tive a felicidade de perceber que o Zeca seria o amor da minha vida.


Nestes 44 anos juntos, o namoro continua cada vez mais firme, agora, com a cumplicidade dos filhos, genro, nora e netas.


É maravilhoso podermos envelhecer juntos, mantendo nossos corações sempre jovens e apaixonados.




Até hoje, a minha resposta é sempre : SE QUERO!









Beijos,
Nina
Gente, não é querendo bajular estes dois, porque não preciso disso. Sou cumplice deste amor eterno! Um não viaja sem o outro e se tem que viajar, o que fica fica morrendo de saudades e o que vai, deseja o mais rápido voltar. Quando estiveram em Fortaleza em 2007, foram muitas as demonstrações de carinho, o zelo, a preocupação um com o outro. Se a Nina ia tomar banho de mar, o Zeca ficava a vigiar. Protetor solar era carinhosamente passado na pele do outro, como um afago! E na hora da refeição o cuidado de não faltar nada para o grande companheiro. O amor é lindo! O amor é isto aí!
Que vocês vivam muitos, mas muitos anos nesta eterna lua-de-mel!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Miniorquídeas, Micro e Botânicas

Com permissão da Sra. Helga Hees, viúva do querido orquidófilo Érico de Freitas Machado, publico um de seus importantes artigos editados na revista O Mundo das Orquídeas nº 03, 1998. Muita gente faz confusão com esta classificação e estamos aqui para tentar dirimir todas as dúvidas.
Plantas de porte médio ou grande, de flores avantajadas ou bonitos conjuntos de coloridos vários são as preferidas dos aficionados, principalmente nos gêneros mais conhecidos, como Cattleya, Laelia, Miltonia, Oncidium, Vanda, Phalaenopsis, Dendrobium, Cymbidium, entre outros. Entretanto, na orquidofilia existem exemplares diferentes, que fogem dos padrões clássicos e se destacam, enriquecendo e diversificando as coleções - algumas já saturadas dos padrões e dos mais diversos híbridos. E para citar grupos realmente diferentes, as Miniorquídeas, Micro e Botânicas são ótimas representantes. Mas como distingui-las? Na verdade, há uma interligação muito grande entre elas. Visando principalmente a apresentação em exposições, apenas foi criado um conceito para diversificar indivíduos diferentes, dando condições de concorrência entre si. Dessa forma, atenua-se o peso das "grandes preferidas" e proporciona-se satisfação àqueles que lhes dão abrigo.
MINIORQUÍDEAS









São plantas menores, mas de flores grandes em relação a seu porte. Os exemplos típicos são as Hadrolaelias, entre as quais destacamos a Laelia pumila e a Laelia spectabilis. Essas duas Laelia têm grande capacidade de transmitir a característica do pequeno porte para os descendentes, conservando ou aumentando o tamanho das flores. Outro caso são as Sophronitis, que embora mais conhecidas na categoria Micro, são usadas para redução do tamanho, principalmente com Laelia e Cattleya. Mesmo as Sophronitis tendo o labelo das flores reduzido - o maior destaque são as pétalas, transmitirem coloridos fortes e acentuados. Muitas Potinaras (híbrido de Cattleya, Laelia, Brassavola e Sophronitis) e outros exemplares pequenos são resultado de várias hibridações, quase sempre intergenéricos, procurando resultados compensadores nos tamanhos (planta reduzida e flor grande), nos mais diversos coloridos e na forma (harmonia entre os segmentos florais na relação entre labelo, pétalas e sépalas). Outra grande vantagem das Miniorquídeas, e também das micro, é a redução de espaço necessário para cultivá-las, especialmente quando as coleções são acomodadas em apartamentos. Essa é a categoria de tamanho intermédio.
MICROORQUÍDEAS
As características básicas são o tamanho sempre pequeno da planta e da flor, embora essa última possa aparecer em conjuntos. Aqui o campo é vastíssimo e atinge a maioria dos gêneros. Bifrenaria, Epidendrum, Encyclia, Oncidium, Laelia e outros semelhantes, têm seus "anões", mas os Pleurothallis, Stelis, Masdevallia, entre outros, são os campeões da miniaturização, pois além de Micro, apresentam as Micro-micro, que podem caber em um dedal. A conhecida Encyclia bracteata fica sumida entre as gigantescas Encyclia longifolia e Encyclia megalantha. A Bifrenaria wendlandiana mal poderá ser vista quando em confronto com a Bifrenaria tyrianthina. Os Oncidium harrizonianum e edwallii hians ficam minúsculos quando próximos a um Oncidium crispum ou mesmo um Oncidium barbatum. Isso sem falar das muitas outras pequenas plantas desse gênero afortunados e de aspecto envolvente. As Maxillaria, como muitas espécies de tamanho grande, também apresentam miniaturas e quase sempre com efeitos bonitos, pelo conjunto das pequenas flores. Os Pleurothallis, entretanto, apresentam uma variação impressionante no tamanho de suas espécies e conjunto de flores, que se apresentam das mais diversas formas, podendo ser únicas, praticamente sem pecíolo (haste), em cachos, com hastes menores que as folhas, com hastes sobre as folhas, hastes altas. Só o grupo do Pleurothallis grobyi - espécies parecidas, mas diferentes - é de encher os olhos dos apreciadores de pequenas belezas. O gênero Masdevallia, com flores em pétalas e sépalas concrescentes (unidas) por haste e únicas, é um dos mais desejados entre as Micros.
BOTÂNICAS

Por não se enquadrarem corretamente entre as categorias clássicas, Mini ou Micro, grande parte das espécies ou exemplares de orquídeas são consideradas simplesmente Botânicas. Essa nomenclatura apenas reforça o que realmente são. Porém, como citar uma planta grande com flores pequenas? Ou uma planta grande com flores médias ou pequenas, isoladas em cachos ou em hastes? Como não se pode criar uma categoria para cada espécies, as "sacrificadas" estão unidas em uma só. Um Epidendrum vesicatum (de crescimento invertido), de aspecto ornamental e flores pequenas, só não seria Botânica se fosse criada para ele uma categoria de "plantas curiosas". Como bom colecionador, o orquidófilos tem o direito, contudo, de alimentar suas fantasias, adicionando a seu belprazer a categoria que bem desejar.






















terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Nasce mais um orquidário!












Cresce a cada dia o interesse das pessoas em cultivar orquídeas. Aquelas que cultivaram há alguns anos estão sentindo a necessidade de preencher o tempo com atividades prazerosas e as orquídeas funcionam como terapia. Quem nunca cultivo e viu uma pela primeira vez, se apaixona por estas flores tão exóticas! Começa geralmente com uma Phalaenopsis, um Dendrobium, uma Cattleya e sem nem perceber, monta uma coleção.

Até bem pouco tempo a minha filha Juliana implicava com as minhas orquídeas, dizia não saber o que via nelas. Quando chegávamos no sítio e eu ficava horas e horas a fio dentro do orquidário, esquecendo do mundo, das pessoas, dos problemas e até de comer, ela resmungava dizendo que queria ir embora. De tanto ver as florações das minhas, as espécies bem diferentes, o colorido, o perfume, não teve jeito, foi se contaminhando e adquiriu uma, duas e já está com uma centena. Da mesma forma que aconteceu comigo, não cabia mais em casa, passando a ter um cantinho só para elas. No início debaixo de um jambeiro, em bancadas e penduradas. O número cresceu e agora? Partiu para um orquidário simples e barato, mas muito bonitinho. Usou tenda, tirou o plástico e cobriu com sombrite. Nas bancadas usou madeira e os pés de pvc. Não deve ter gasto duzentos reais. E olha, como ficou bonitinho! Precisamos batizá-lo, que nome terá ele?

Hoje, quando vamos ao sítio fico no meu orquidário e ela no dela, vistoriando cada vaso, adubando ou simplesmente apreciando cada uma que a presenteia com flores. Como são três tendas, tem bastante espaço para fazer mais bancadas, só não pode é ultrapassar, do contrário vai querer que eu compre o sítio do vizinho.
Brincadeiras à parte, não é simpático o orquidário da Ju!
Texto e fotos: Vera Coelho

domingo, 7 de dezembro de 2008

Aprendendo a gostar das micros


Quando cheguei no Orquidário Terra da Luz hoje, muitas orquídeas estavam floridas, belos híbridos, Cattleya intermédia, Brassia rex, Oncidium lanceanum e uma pedindo para ser notada. Cheguei perto, olhei firme e vi duas florzinhas pequenas, menores que uma cabeça de fósforo. Na etiqueta lá estava Tetragamestrus modesta. Esta orquídea comprei a pouco tempo e já me proporciona emoções. As fotos não estão uma Brastemp, mas dá para se ter idéia de mais um gênero.
Pesquisando na internet, nada achei a seu respeito, fui no http://www.orchidstudium.com/, uma referência para consultas e nomes atualizados, e lá estava ela. Seu nome agora é Scaphyglottis modesta.
Scaphyglottis é um gênero botânico pertencende a família Orchidaceae e possui cerca de sessenta espécies. "Caracterizam-se pelo hábito de seus pseudobulbos crescerem acrescentando novos pseudobulbos sobre o ápice dos antigos, e eventualmente também em sua base, e pelas flores cuja coluna apresenta prolongamento podiforme. Muitas das espécies são extremamente parecidas e difíceis de distinguir, algumas poucas são claramente distintas. No Brasil existem espécies de todos os diferentes gêneros que hoje são considerados sinônimos de Scaphyglottis, exceto um (Platyglottis). São 15 as espécies de Scaphyglottis registradas para o Brasil.

Este gênero compreende pouco menos de setenta espécies distribuídas por ampla área que vai do sul do México até o sul da Bolívia e por todo o Brasil excetuada a região sul, desde o nível do mar até grandes altitudes nos Andes. Existem ainda em diversas ilhas do Caribe, sendo ali, usualmente, espécies endêmicas. Considera-se o sul da América Central onde a maioria das espécies ocorre, o seu centro de dispersão. São plantas epífitas ocasionalmente rupículas que costumam formar grandes conjuntos desorganizados, mais ou menos ascendentes ou também pendurados dos ramos das árvores. Habitam tanto as florestas quentes e úmidas de baixa altitude do litoral e da Amazônia e, com menos frequência, florestas secas dos planaltos. Poucas espécies são ocasionalmente encontradas em florestas de altitudes cheias de neblina matinal nos Andes e Costa Rica, geralmente em locais mais abertos e iluminados ou no alto das árvores.
O tamanho das plantas varia bastante. Existem espécies muito delicadas ou bastante robustas, que pouco passam de alguns centímetros ou capazes de chegar a quase um metro de altura, entretanto todas apresentam pseudobulbos alongados e estreitos, protegidos na base por inúmeras baínhas efêmeras, que permanecem por algum tempo depois de secas, sobrepostos em cadeias, nascendo uns dos ápices dos outros, ocasionalmente de suas bases, comportando até três folhas apicais. As folhas costumam ser pouco carnosas, estreitas e longas, algumas espécies apresentam folhas bastante carnosas e de secção quase perfeitamente redonda.
A inflorescência brota das extremidades dos pseudobulbos mas parece estar em suas articulações por reproduzir-se durante alguns anos no mesmo lugar a despeito de já existirem pseudobulbos mais recentes brotando do mesmo local. Podem ser racemosas ou paniculadas, com uma, poucas ou muitas flores aglomeradas ou espaçadas, simultâneas ou em sucessão, de cores discretas, raramente vistosas.
As flores são pequenas, geralmente brancas, creme, verdes, róseas, mas sempre pálidas e discretas, com exceção anotada para as flores do anterior gênero Hexisea, em sua maioria vermelhas; as pétalas e sépalas apresentam comprimentos aproximados porém as pétalas costumam ser mais largas que as sépalas, e o labelo usualmente é o maior dos segmentos florais, em regra de extremidade reflexa, preso ao pé proeminente da coluna e apresentando mento, frequentemente articulado, algumas vezes soldado à ela. A antera é terminal e contém quatro ou seis políneas. A antera é terminal e contém quatro ou seis políneas. Distingüem-se do grupo de gêneros mais proximamente relacionados, do qual Jacquiniella é o mais conhecido representante, pois estes últimos apresentam pseudobulbos caulíneos recobertos de folhas dísticas espaçadas, e flores cujas colunas são ápodas, ou seja não apresentam prolongamento na base, onde fixa-se o labelo.
A maioria das Scaphyglottis deve ser polinizada por insetos de língua curta uma vez que quase todas as espécies produzem néctar que acaba por se acumular no mento formado pela base do labelo e pé da coluna. As espécies provenientes do gênero Hexisea são possivelmente polinizadas também por beija-flores que sabidamente visitam plantas de flores vermelhas.

Tetragamestus: foi descrito em 1854 por Heinrich Gustav Reichenbach para o Tetragamestus modestus. Quatro foram as espécies atribuídas a este gênero, a última por Schlechter em 1818. As plantas deste grupo apresentam flores de labelo com mento muito menos evidente que nas espécies atribuídas aos outros gêneros. A espécie mais conhecida denominava-se Tetragamestus modestus, o que costuma causar confusão com o Reichenbachanthus modestus, que é um sinônimo da Scaphyglottis brasiliensis. Até hoje este nome é amplamente utilizado pelos orquidófilos, que ignoram a unificação deste gênero com Scaphyglottis.
Reichenbachanthus: Foi proposto por João Batista Rodrigues em 1882 ao descrever o Reichenbachanthus modestus. Seis espécies epífitas pendentes que ocorrem da América Central ao sudeste do Brasil, em matas úmidas e sombrias estiveram subordinadas a este gênero em algum momento. A última o foi em 1997 por Dressler. Podem ser reconhecidas pelas suas folhas e pseudobulbos roliços quase indiferenciados, em vez de pseudobulbos claramente marcados com folhas delgadas como nos outros gêneros, as flores no entanto pouco variam das de Scaphyglottis.
Os Reichenbachanthus são plantas com pseudobulbos caulinos redondos ramosos, alongados, com entrenós algo espessados, com folhas também roliças, de ponta aguçada, arqueadas, dificilmente distintas dos caules. Apresentam curta inflorescência apical, na extremidades dos caules e em seus nós, uniflora ou fasciculada, com flores pequenas.
As flores são pálidas, amareladas ou esverdeadas. Pétalas um pouco menores e bem mais estreitas que as sépalas de forma lanceolada. O labelo é inteiro ou levemente trilobado, plano, mas com ápice agudo ou bilobulado, não raramente reflexo, totalmente dobrado sob si mesmo, unido ao pé da coluna, onde se forma um mento constituído pelo citado pé e base das sépalas. A coluna é longa e espessa, com antera apical. Apresentam quatro políneas. Duas espécies registradas para o Brasil. Como há muitos homônimos entre estas espécies é importante saber seus sinônimos: uma da Serra do Mar, Reichenbachanthus modestus, originalmente classificada como Fractilinguis brasiliensis e Scaphyglottis brasiliensis, hoje Scaphyglottis reflexa e a outra do Norte da Amazônia, Reichenbachanthus reflexus ou Fractiunguis reflexus, hoje Scaphyglottis emarginata."
Quanto ao cultivo, o que podemos informar:
"Antes de tudo, é importante informar-se sobre o local onde cada espécie habita na natureza, pois como há espécies de clima quente e úmido, de clima moderadamente seco, e de clima mais fresco e úmido. As condições de cultivo devem ser adequadas ao local ao qual cada espécie acostumou-se.
A grande maioria das espécies provém de clima quente e úmido e não apresentam dificuldades de cultivo na maior parte do Brasil. As Scaphyglottis de clima quente podem ser cultivadas da mesma maneira que são cultivadas a quase todas as espécies brasileiras, sem tratamento especial em um orquidário misto.
Podem ser plantadas em vasos com substrato bem drenado à base de cascas moídas, cortiça, cacos de carvão e perlita misturados, ou apenas em composto de fibras vegetais de boa qualidade. Podem-se também plantar em placas de fibra ou, quando de climas secos, em pedaços de cascas de árvores e neste caso com regas mais frequentes pois as cascas de árvore secam muito rapidamente.
As Scaphyglottis devem ser regadas de maneira mais ou menos uniforme ao longo do ano, as de clima seco exigem uma pequena diminuição nas regas durante o inverno. A melhor temperatura para estas espécies varia entre 10 e 35ºC e a luminosidade semelhante à adequada às Cattleya com sombreamento de sessenta por cento (60%).
Fotos: Vera Coelho