quinta-feira, 30 de julho de 2009

Serra, Café, Chocolate, Flores e Frio












Não tem coisa melhor que sair da rotina, esquecer por uns dias das tarefas domiciliares, das reclamações dos condôminos e viajar com a turma para um lugar sossegado, longe da buzinada de carros e de sons eletrizantes.

Na sexta-feira, dia 24 de julho, reunimos os amigos e familiares e fomos curtir o friozinho do maciço de Baturité, escutar o barulho das águas que caem das cachoeiras, o perfume das flores, o canto dos pássaros e comer muito chocolate.







A estrada até chegar lá está péssima, era preciso escolher o buraco menor para o carro passar, é aí que vemos o descaso dos prefeitos, mas seguimos em frente, afinal estamos mais é querendo relaxar e chegamos em Baturité, onde fomos conhecer o Mosteiro dos Jesuítas, uma belíssima construção em pedra tosca e cal, fundada em 06 de agosto de 1763. Como os padres estavam em retiro, não pudemos entrar, a não ser no museu. Nem porisso deixamos de fotografar e ver a belíssima paisagem lá de cima.









E lá seguimos para Guaramiranga conhecer o Convento dos Capuchinhos, hoje funcionando como pousada. Seus jardins muito bem trabalhados com diversas plantas da região, destaque para as hortências e os lírios da paz, dando um ar bucólico aquele lugar. Uma parada para umas fotos na Igreja Nossa Senhora de Lourdes, onde se tem uma visão de todo o maciço, com suas majestosas palmeiras imperiais.


Seguimos para outros pontos turísticos, antes era hora de forrar o estômago, afinal a roncadeira já era grande. Ficamos mesmo na Praça Raquel de Queiroz, com várias opções de restaurantes e cafés.




Logo alí tem o Pesque e Pague, lugar agradabilíssimo, mesmo para para quem não quer arriscar uma pescaria. O restaurante Manjericão no entorno do lago é ponto obrigatório para saborear uma boa comida ou uma xícara de café, ainda sentir o cheirinho da erva, plantada em canteiros.










Várias pousadas por perto, difícil é eleger a mais bonita e agradável. Conhecemos uma onde as orquídeas e bromélias reinavam livrementes, longe dos predadores. O Epidendrum latiforme e difforme estavam em plena floração.













E lá vamos nós subindo para Pacoti, onde aconteceria o II Festival Café com Chocolate e Flores, uma combinação perfeita para os amantes da natureza. Este ano o evento se realizou no Pólo de Lazer da cidade, ao longo do rio e debaixo de muitas árvores. Muitos stand´s foram montados, além de teatro e show ao ar livre. Cerca de 60 stand´s atraíram milhares de visitantes para compra de artesanatos, flores, café orgânico e uma ilha de chocolate, que em forma de bombons, barras, líquido e trabalhado com frutas e cafés eram encontrados. Sem dúvida alguma um evento que ficará para sempre no calendário da cidade e aprimorado a cada ano. Parabéns a Prefeitura Municipal de Pacoti, a Secretaria de Cultura e a de Meio Ambiente e a Charme Eventos e Produções, que se uniram para presentear a seus filhos e visitantes o que a cidade tem de melhor. Na área destinada a floricultura a participação da Associação Cearense de Orquidófilos - ACEO, com um stand de orquídeas levadas pelos seus associados. Sucesso absoluto!





No domingo a orquidófila Juliana Coelho ofereceu uma oficina de cultivo de orquídeas bem descontraído, ao público presente, ensinando a cultivar e a plantar. No final distribuiu mudinhas levadas de seu orquidário, em Fortaleza.










Outro momento de descontração aconteceu no chálé de madeira do Italo e Teresa, um cantinho simpático, onde realizamos vários bingos e sorteios, animando a manhã de sábado. De lá fomos todos para o restaurante "Churrascaria e peixaria do Sr. Luiz", para saborearmos uma gostosa galinha à cabidela preparada exclusivamente para nós.








E a noite nem sempre virava em pizza, embora nos encontrassemos no Kalabar, uma pizzaria bem em frente ao pólo de lazer. Comemoramos até os quinze anos da neta da Maria Lúcia, uma orquidófila muito querida, com direito a bolo confeitado, velinhas e refrigerantes.






Na companhia de bons amigos, como o Nicodemos, que não dispensava uma boa piada, passamos três dias agradabilíssimos, já fazendo planos para voltarmos no próximo ano, mesmo destestando frio. Sabe que nem senti que estava fazendo 13ºC!.



Ficamos hospedados mais uma vez na Estação Ecológica da UECE, que só tem um defeito, o café da manhã é regado a iguarias regionais (canjica, mugunzá, tapioca, bolo de milho e de macaxeira, nata, pão, banana caramelada, coalhada e tantas outras comidas gostosas que nos levam a querer comer de tudo e no final uns quilinhos a mais sempre trazemos de lá. A boa e agradável companhia do Prof. José Júlio da Ponte e Dra. Erbene merecem um destaque, sempre receptivos e bem humorados.

E de lá voltamos, apesar da gordurinha a mais, espiritualmente estávamos mais leves para enfrentarmos o corre-corre da semana que se iniciaria. Até 2010 Pacoti!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Classificação da Cattleya labiata segundo João Paulo Fontes

Cololorido da Flor Distinção do labelo
Grupos

1. alba
2. alba plena
3. caerulea
a. ametistina
b. ardósia
c. caerulea
d. violeta

4. concolor
5. flamea
6. lilás
7. pérola
8. rosada
9. rubra
10. semialba
a. amoena
b. solferina


11. semi concolor
12. suave
13. vinicolor
14. pelórica


Desenho do labelo
· anelato
· atro
· estriato
· íntegro
· marginato
· oculato
· orlato
· puntacto
· venoso
· venoso estriado



var. alba – “Pétalas, sépalas e labelo branco puro, apresentando no interior do tubo o colorido amarelo, que pode variar do ouro ao limão.






var. alba plena – “Sépalas, pétalas e labelo branco puro, não apresentando no interior do tubo o colorido amarelo, mas nuances verde-claro”.










var. caerulea - ¨Pétalas e sépalas ligeiramente azuladas, de intensidade variável, apresentando no lóbulo frontal do labelo um tom mais intenso e no interior do tubo o colorido amarelo”.








Variação do Labelo:
· ametistina – lóbulo frontal cor de ametista.






· ardósia – lóbulo frontal azul aço.


· caerulens – lóbulo frontal apresentando um tom malva, quase chegando ao concolor.












· violeta – lóbulo frontal roxo azulado.


var. concolor – “Sépalas, pétalas e labelo de um único colorido uniformemente distribuído, podendo apresentar no lóbulo frontal um tom suavemente mais intenso, mas sem manchas ou traços. O interior do tubo apresenta a característica amarela”.






var. flamea – “Sépalas e pétalas de colorido lilás, entre o médio e o escuro, apresentando nas pétalas uma tonalidade mais intensa, que se estende ao meio em direção ao ápice. O lóbulo frontal do labelo é purpúreo e a fauce pode ser ou não esbranquiçada, com o colorido amarelo superposto, que avança pelo interior do tubo”.




var. lilás – “Sépalas e pétalas lilás variável. O lóbulo frontal do labelo apresenta variação de colorido, solferino ao purpúreo, encontrando-se no interior do tubo o amarelo, que varia do ouro ao cobre”. João Paulo Fontes considera a var. lilás como sendo a “tipo”.






var. pérola – “Sépalas e pétalas brancas, tingidas de um róseo suave. Lóbulo frontal do labelo variando do purpúreo ao sanguíneo, apresentando no interior do tubo o colorido amarelo”. Muitos orquidófilos a consideram uma falsa semialba.



var. rubra – “Sépalas e pétalas lilás escuro, quase rubro; o lóbulo frontal do labelo é purpúreo, não apresentando o esbranquiçado das fauces, que são lilás escuro, com superposição do colorido amarelo-ocre, que se estende pelo interior do tubo”.






var. semialba – “Sépalas e pétalas brancas, com lóbulo frontal do labelo colorido, apresentando no interior do tubo a tonalidade amarela”. As identificações que serviriam como parâmetro dos tons apresentados no lóbulo frontal seriam: amoena e solferina. Assim, adotaríamos a seguinte designação para identificarmos uma flor dentro desta categoria:
Cattleya labiata Lindl. var. semi alba – amoena
Cattleya labiata Lindl. var. semialba – solferina



var. amoena – terminologia latina que significa amena, suave, fresca, deliciosa. Assim sendo, também não identifica uma cor específica, podendo aplicar-se a qualquer coloração básica.




Definição: “Sépalas, pétalas e labelo brancos, com o lóbulo frontal lilás róseo claro, apresentando no interior do tubo a coloração amarela”. Outros a identificam como Foleyana. Hoje sua descrição é totalmente diferente da que hoje adotam para esta designação. “Sépalas e pétalas avermelhadas, de fauce alaranjada; a frente do labelo é vermelho-roxeado.



var. semi concolor – “Sépalas, pétalas e labelo de um colorido uniformemente distribuído; o lóbulo frontal do labelo pode apresentar-se com uma tonalidade suavemente mais intensa, ocorrendo às vezes pequenas estrias, traços ou pontos, que variam de floração para floração. A fauce pode apresentar manchas esbranquiçadas com a característica coloração amarela, que se estende pelo interior do tubo”.


var. suave – “Sépalas e pétalas brancas, com um sopro róseo quase imperceptível; o lóbulo frontal é de um tom lilás-rosa claro, podendo chegar ao carneo; o interior do tubo apresenta a coloração amarela”. Alguns orquidófilos classificam esta orquídea como “amesiana".




var. pelórica – Flores que apresentam anomalias florais, que podem acontecer na distribuição distorcida de suas cores ou na formação dos segmentos florais. A mais comum acontece na transformação das sépalas inferiores em falsos labelos. Diversas outras mutações se apresentam nas pétalas, sépalas e nos labelos. Pode ocorrer o fenômeno em qualquer variedade, sendo encontrado com maior freqüência, no entanto, na variedade “lilás”.



O autor não considera “Marmorata” como uma variedade da Cattleya labiata, uma vez que as falhas de pigmentação são provenientes de vírus ou de deficiência hormonal.



Desenho do Labelo


Com exceção das variedades “albas” e “concolor” todas as demais podem apresentar desenhos variados no lóbulo frontal do labelo que, pelas suas características, devem ser identificados, não devendo, porém, serem consideradas como variedades individualizadas, pois estarão antes enquadradas no seu grupo de cor.
Os desenhos mais comuns e que podemos considerar com básico são os seguintes:



1. (anelato) – apresenta na entrada do tubo um colorido em forma de anel.



2. (atro) – quando o colorido escuro do labelo estende-se pela parte externa do tubo até a sua junção com os outros segmentos florais.


3. (estriato) – estria escura sobre o colorido base do labelo.


4. (íntegro) – quando a mancha escura do lóbulo frontal estende-se pela parte interna do labelo, penetrando pelo tubo.


5. (marginato) – quando a mancha escura que preenche todo o lóbulo frontal do labelo fica separada do bordo deste por uma margem, que pode ser mais ou menos acentuada.

6. (oculato) – apresenta, na entrada do tubo, duas manchas laterais separadas, dando a impressão de olhos.

7. (orlato) – quando a mancha escura do lóbulo frontal do labelo estende-se pela orla superior do mesmo.

8. (puntacto) – quando o lóbulo frontal do labelo apresenta uma mancha pequena, de tonalidade mais escura.

9. (venoso) – veias escuras, que muitas vezes se entrecortam, sobre o colorido base do labelo.


10. (venoso estriado) – esta classificação é vulgarmente identificada como MOSCA; no entanto, é uma classificação tão asquerosa para uma criação da natureza tão delicada e bela, que no meu entender devemos abandoná-la. A característica deste labelo realmente lembra um inseto esmagado, mas por outro lado também faz parecer um aglomerado de veias que se unem a uma estria central. Assim, acho que devemos identificá-lo como (venoso estriado).

Fonte: Cattleya labiata Lindly - A Rainha do Nordeste Brasileiro

João Paulo Fontes