domingo, 31 de agosto de 2008

ODEIO A BC PASTORAL INNOCENSE


Quem é que não conhece a famosíssima BC Pastoral Innocense? Aquela flor bem armada e com muita substância, um branco níveo e aquela, mas aquela pintinha vermelha bem no meio do labelo significando para os pretensos poetas das orquídeas , uma espécie de noiva pura e bela que se deixa seduzir pelo seu mais ferrenho admirador e ficando como prova final de seu relacionamento amoroso a manchinha sanguínea que ficará eternamente na lembrança do ardoroso amante.
Pois bem, caros amigos, essa planta foi um feliz resultado de cruzamentos feito pelo inesquecível Rolf Altenburg nos idos dos anos 60, se não estou enganado, nas dependências do seu orquidário Florália em Petrópolis que tive a felicidade de conhecer em 1996. Hoje é uma orquídea super-difundida em muitos orquidários e por muitos orquidófilos , diria até que se trata de uma planta facilmente encontrada em muitas listas de orquidários comerciais com preço bem em conta, etc,etc. Só que tem um senão: nas minhas mãos, tive vários exemplares trazidos de Curitiba - Orquidário Lineu Robert: Petrópolis - Florália e talvez de um outro local do qual não recordo no momento. Acreditem vocês todos, todas, mas absolutamente, todas as plantas que me chegaram às mãos, com ótima aparência em termos de estado fito-sanitário, terminam por se contaminar com os fungos que provocam a podridão negra e a parda, ambas letais para a planta. E olhe que tenho um cuidado redobrado com essa orquídea, já sabedor de sua aptidão, pelo menos aqui em minha casa, em "pegar" com muita facilidade essa doença.
Vasos e substratos novos e esterilizados, privilégio na escolha do local onde ficar no orquidário, tudo do bom e do melhor. Mas ela teima em adoecer ou enveredar pelo caminho do suicídio e olhe que tem cerca de 300 companheiras ao lado crescendo saudáveis e livres de doenças. Cultivo orquídeas desde 1993 mais ou menos e sempre tive essa admiração pela BC Pastoral Innocense e, qual não foi minha surpresa, ao receber nesta semana , um telefonema de uma conhecida que reside próximo à minha casa , solicitando minha presença para verificar a causa do amarelecimento de algumas folhas de uma orquídea que ela tem há cerca de 10 anos e que nunca foi " mexida " por ninguém.
Pasmem vocês! Ao chegar na casa da Fátima, esse é o seu nome, levou-me para conhecer a tal planta e quando fui a ela apresentado vi uma planta de tamanho avantajado com várias frentes e agarrada em um xaxim redondo e bem grande sob uma espécie de telheiro transparente embaixo de uma mangueira. Até aí, tudo bem. Notei que uma ou duas folhas estavam amareladas e verifiquei que assim estavam devido a um início de doença no pé do bulbo, talvez provocado por fungo ou bactéria , mas que não havia passado para o restante do rizoma da parte afetada pelo menos por enquanto.
De resto, a planta estava ,em minha opinião, muito ensombrada e com poucos nutrientes, já que a proprietária não tem muito critério e nem conhecimento em termos de adubação , pois trata-se de pessoa leiga no assunto. Ao perguntar que planta era aquela, ela não soube responder e disse que tinha umas fotos tiradas das florações anteriores e , ao mostrar-me as fotos, foi um espanto! ERA UMA BC PASTORAL INNOCENSE!!!!!!!! Fiquei com uma mistura de estupefação e satisfação e também muita, mas muita raiva por ver que uma única planta adquirida durante uma das nossas exposições anuais pela Fátima, havia conseguido se desenvolver de uma forma que eu jamais e nem por sonho consegui, pois perdi todas as que adquiri ao longo de todos esses anos.
Para concluir: A Fátima me pediu para dividir a planta, já que pretende dar mudas para outras pessoas da família, pois a planta era de sua mãe, recentemente falecida com 95 anos e as outras filhas desejam um corte da planta para manter a lembrança da mãe que adorava essa orquídea. Ela falou que me dará com todo o prazer do mundo um corte e calculo que vai dar cerca de 08 mudas bem grandes.
Entenderam todos agora porque tenho muita, mas muita raiva da BC Pastoral Innocense? Vou tentar mais uma vez, cercando-a de cuidados extremados e, se ela teimar em não querer conviver comigo e desejar se suicidar mais uma vez com a ajuda infernal do imbecil do fungo da podridão negra e parda, só vai me restar o preparo de um enterro de luxo e muitas, mas muitas lágrimas a serem derramadas em memória de minha muito amada Pastoral...
hugolalbuquerque@ig.com.br
João Pessoa - PB

Classificação dos Híbridos intergenéricos

Bc. Hippodamia Kelvin Lucky´2
• A classificação das orquidaceas é um ponto importantíssimo e fundamental, não só do ponto de vista dos estudos, mas também para seu cultivo. É através da classificação que seu modo de cultivo é determinado.
• Existem muitos cruzamentos entre gêneros, criando uma grande quantidade de híbridos artificiais, que são aqueles criados em laboratórios e não existem na natureza.
• Quando o cruzamento passa de três gêneros a regra é formar um novo nome cuja terminação será sempre em "ara" e que não exceda a "oito sílabas".


Epicattleya Epc (Cattleya x Epidendrum). 2 Gêneros
Brassolaeliocattleya Blc (Brassavola x Cattleya x Laelia). 3 Gêneros
Potinara Pot (Brassavola x Cattleya x Laelia x Sophronitis). 4 Gêneros
Buiara (Broughtonia x Sophronitis x Epidendrum x Laelia x Sophronitis) 5 gêneros
Brilliandeara (Aspasia x Brassia x Cochlioda x Miltonia x Odontoglossum x Oncidium) 6 gêneros
Masonara ( Aganisia x Batemannia x Colax x Otostylis x Promenaea x Zygopetalum x Zygosepalum 7 gêneros

Blc. Nobile´s Carnival

Veja uma parte de híbridos existentes:
Alexanderara : Alxra ( Brassia x Cochlioda x Odontoglossum x Oncidium )
Aliceara (Brassia x Miltonia x Oncidium)
Allenara Alna (Cattleya x Diacrium x Epidendrum x Laelia).
Arizara Ariz (Cattleya x Domingoa x Epidendrum).
Aspodonia (Aspasia x Miltonia x Odontoglossum)
Brownara Bwna (Broughtonia x Cattleya x Diacrium).
Brassocatanthe Bct (Brassavola x Cattleya x Guarianthe).
Bishopara Bish (Broughtonia x Cattleya x Sophronitis).
Buiara Bui (Broughtonia x Cattleya x Epidendrum x Laelia x Sophronitis)
Biltonara (Ada x Cochlioda x Miltonia x Odontoglossum)
Blackara (Aspasia x Cochlioda x Miltonia x Odontoglossum)
Burrageara (Cochlioda x Miltonia x Odontoglossum x Oncidium)
Bakerara : Bak ( Brassia x Miltonia x Odontoglossum x Oncidium )
Banfieldara : Bnfd ( Ada x Brassia x Odontoglossum )
Beallara : Bllra ( Brassia x Cochlioda x Miltonia x Odontoglossum )
Brilliandeara : Brlda ( Aspasia x Brassia x Cochlioda x Miltonia x Odontoglossum x Oncidium )
Charlesworthara (Cochlioda x Miltonia x Oncidium)
Colmanara (Miltonia x Odontoglossum x Oncidium)
Crawshayara (Aspasia x Brassia x Miltonia x Oncidium)
Cattlassia Cas (Brassia x Cattleya).
Cattkeria Cka (Barkeria x Cattleya).
Clarkeara Clka (Brassavola x Cattleya x Diacrium x Laelia x Sophronitis).
Cookara Cook (Broughtonia x Cattleya x Diacrium x Laelia)
Cattleytonia Ctna (Broughtonia x Cattleya).
Cattlianthe Ctt (Cattleya x Guarianthe).
Cattotes Ctts (Cattleya x Leptotes).
Catyclia Cty (Cattleya x Encyclia).
Cattleychea Ctyh (Cattleya x Prosthechea).
Catcylaelia Ctyl (Cattleya x Encyclia x Laelia).
Dunningara (Aspasia x Miltonia x Oncidium)
Dekensara Dek (Brassavola x Cattleya x Schromburgkia).
Diacattleya Diaca (Cattleya x Diacrium).
Dialaellia (Caularthron x Laelia)
Dialaeliocattleya Dialc (Cattleya x Diacrium x Laelia).
Degarmoara Dgmra (Brassia x Miltonia x Odontoglossum)
Derosaara Droa (Aspasia x Brassia x Miltonia x Odontoglossum)
Degarmoara (Brassia x Miltonia x Odontoglossum)
Derosaara (Aspasia x Brassia x Miltonia x Odontoglossum)
Dracuvallia (Dracula x Masdevallia)
Duggerara (Ada x Brassia x Miltonia)
Epicatonia Epctn (Broughtonia x Cattleya x Epidendrum).
Epilaeliocattleya Eplc (Cattleya x Epidendrum x Laelia).
Epiphronitis (Epidendrum x Sophronitis)
Estelaara Esta (Brassavola x Cattleya x Epidendrum x Tetramicra).
Fordyceara Fdca (Broughtonia x Cattleya x Laeliopsis x Tetramicra).
Fialaara Fia (Broughtonia x Cattleya x Laelia x Laeliopsis).
Fujiwarara Fjw (Brassavola x Cattleya x Laeliopsis).
Fredschechterara Fre (Broughtonia x Cattleya x Epidendrum x Laelia x Schomburgkia)
Forgetara (Aspasia x Brassia x Miltonia)
Goodaleara (Brassia x Cochlioda x Miltonia x Odontoglossum x Oncidium)
Guaricattonia Gct. (Broughtonia x Cattleya x Guarianthe).
Gladysyeeara Glya (Brassavola x Broughtonia x Cattleya x Cattleyopsis x Diacrium x Epidendrum x Laelia x Sophronitis).
Goodaleara Gdlra (Brassia x Cochlioda x Miltonia x Odontoglossum x Oncidium
Guarisophleya Gsl (Cattleya x Guarianthe x Sophronitis).
Hawkesara Hwkra (Cattleya x Cattleyopsis x Epidendrum).
Iacovielloara Icvl (Brassavola x Cattleya x Diacrium x Epidendrum x Laelia).
Iwanagaara Iwan (Brassavola x Cattleya x Diacrium x Laelia).
Izumiara Izma (Cattleya x Epidendrum x Laelia x Schromburgkia x Sophronitis).
Jewellara Jwa (Broughtonia x Cattleya x Epidendrum x Laelia).
Johnyeeara Jya (Brassavola x Cattleya x Epidendrum x Laelia x Schromburgkia x Sophronitis)
Kirchara Kir (Cattleya x Epidendrum x Laelia x Sophronitis).
Kraussara Krsa (Broughtonia x Cattleya x Diacrium x Laeliopsis).
Kawamotoara Kwmta (Brassavola x Cattleya x Domingoa x Epidendrum x Laelia).
Laeliocattkeria Lcka (Barkeria x Cattleya x Laelia).
Laelonia (Broughtonia x Laelia)
Laeliocatanthe Lcn (Cattleya x Laelia x Guarianthe).
Laeliocatarthron Lcr (Cattleya x Caularthron x Laelia).
Laeliocatonia Lctna (Broughtonia x Cattleya x Laelia).
Laeliopleya Lpya (Cattleya x Laeliopsis).
Lyonara Lyon (Cattleya x Laelia x Schomburgkia). // renomeada como Schombolaeliocattleya [Scl.]
Maclellanara : Mclna (Brassia x Odontoglossum x Oncidium)
Mailamaiara Mai (Cattleya x Diacrium x Laelia x Schromburgkia).
Maunderara (Ada x Cochlioda x Miltonia x Odontoglossum x Oncidium)
Milpasia (Aspasia x Miltonia)
Milpilia (Miltonia x Trichopilia)
Miltada (Ada x Miltonia)
Miltadium (Ada x Miltonia x Oncidium)
Miltarettia (Comparettia x Miltonia)
Miltassia (Brassia x Miltonia)
Miltistonia (Baptistonia x Miltonia)
Miltonidium (Miltonia x Oncidium)
Miltonioda (Cochlioda x Miltonia)
Morrisonara (Ada x Miltonia x Odontoglossum
Mizutara Miz (Cattleya x Diacrium x Schromburgkia).
Massonara (Aganisia x Batemannia x Colax x Otostylis x Promenaea x Zygopetalum x Zygosepalum)
Mooreara Mora (Brassavola x Broughtonia x Cattleya x Laelia x Schromburgkia x Sophronitis)
Matsudaara Msda (Barkeria x Cattleya x Laelia x Sophronitis).
Maymoirara Mymra (Cattleya x Epidendrum x Laeliopsis).
Nuccioara Nuc (Cattleya x Caularthron x Laelia x Sophronitis
Norwoodara (Brassia x Miltonia x Oncidium x Rodriguezia)
Odontonia (Miltonia x x Odontoglossum)
Odontioda (Odontoglossum x Cochlioda)
Odontocidium (Odontoglossum x Oncidium)
Odontobrassia Odbrs (Brassia x Odontoglossum)
Opsiscattleya Opsct (Cattleya x Cattleyopsis).
Otaara Otr (Brassavola x Broughtonia x Cattleya x Laelia).
Porterara (Rhynchostylis x Sarcochilus x Vanda)
Potinara ( Brassavola, Laelia, Cattleya x Sophronitis)
Procycleya Pcc (Cattleya x Encyclia x Prosthechea).
Poeppigara Ppg (Brassia x Miltonia x Miltoniopsis x Odontoglossum).
Ruizara Ruz (Brassia x Miltonia x Miltoniopsis x Odontoglossum).
Rodritonia (Miltonia x Rodriguezia)
Recchara Recc (Brassavola x Cattleya x Laelia x Schromburgkia).
Rhyncholaeliocattleya Rlc (Cattleya x Rhyncholaelia).
Rolfeara Rolf (Brassavola x Cattleya x Sophronitis).
Rothara Roth (Brassavola x Cattleya x Epidendrum x Laelia x Sophronitis).
Sartylis ( Sarcochilus x Rhynchostylis)
Sophrocattleya Sc (Cattleya x Sophronitis).
Schombolaeliocattleya Scl (Cattleya x Laelia x Schomburgkia). // renomeada como Lyonara [Lyon]
Scullyara Scu (Cattleya x Epidendrum x Schromburgkia).
Sophrolaeliocattleya Slc (Cattleya x Laelia x Sophronitis).
Schombocattleya Smbc (Cattleya x Schromburgkia).
Schombocatonia Smbcna (Broughtonia x Cattleya x Schromburgkia).
Stacyara Stac (Cattleya x Epidendrum x Sophronitis).
Stellamizutaara Stlma (Broughtonia x Broughtonia x Cattleya).
Sanderara : Sand (Brassia x Cochlioda x Odontoglossum).
Schafferara : Schfa (Aspasia x Brassia x Cochlioda x Miltonia x Odontoglossum).
Shiveara : Shva (Aspasia x Brassia x Odontoglossum x Oncidium).
Solanderara : Slr (Brassia x Cochlioda x Miltoniopsis x Odontoglossum).
Sauledaara (Aspasia x Brassia x Miltonia x Oncidium x Rodriguezia)
Schilligerara (Aspasia x Gomesa x Miltonia)
Segerara (Aspasia x Cochlioda x Miltonia x Odontoglossum x Oncidium)
Turnbowara Tbwa (Barkeria x Broughtonia x Cattleya).
Tetracattleya Ttct (Cattleya x Tetramicra).
Tuckerara Tuck (Cattleya x Diacrium x Epidendrum).
Vascostylis ( Ascocentrum x Rhynchostylis x Vanda)
Vejvarutara Vja (Broughtonia x Cattleya x Cattleyopsis).
Vaughnara Vnra (Brassavola x Cattleya x Epidendrum).
Vanalstyneara (Miltonia x Odontoglossum x Oncidium x Rodriguezia)
Vuylstekeara (Cochlioda x Miltonia x Odontoglossum)
Wingfieldara : Wgfa (Aspasia x Brassia x Odontoglossum).
Wilburchangara Wbchg (Broughtonia x Cattleya x Epidendrum x Schromburgkia).
Wilsonara ( Cochlioda x Odontoglossum x Oncidium)
Westara Wsta (Brassavola x Broughtonia x Cattleya x Laelia x Schromburgkia).
Withnerara (Aspasia x Miltonia x Odontoglossum x Oncidium)
Yamadara Yam (Brassavola x Cattleya x Epidendrum x Laelia).
Youngyouthara Ygt (Brassavola x Broughtonia x Cattleya x Caularthron).
Yahiroara Yhra (Brassavola x Cattleya x Epidendrum x Laelia x Schromburgkia
Zigocolax ( Zigopetalum x Pabstia)
Zigocaste ( Zigopetalum x Licaste)
Zigoneria ( Zigopetalum x Neogardneria)



Fonte:
http://br.geocities.com/clubedaorquidea/primeiro_termo.html
www.wikipedia.org
Branks. David P. - Cultivo de Orquídeas – Propagacion y Variedades, Ed. Blume 2006

Pesquisa: Juliana Coelho
Fotos: Vera Coelho

sábado, 30 de agosto de 2008

Brassavola perrini, uma lição de amor!

Foto e cultivo: Edmar Alencar Júnior

A Brassavola é um gênero com cerca de 63 espécies existentes, com flores que variam entre branco, creme e o esverdeado. De fácil cultivo, quando o trato corresponder às suas necessidades. "Alguns estudiosos consideram a Brassavola perrinii como sinônimo de Brassavola tuberculata, embora sejam bem próximas e suas flores sejam idênticas, do ponto de vista botânico, elas são diferentes. Brassavola tuberculata parece ser mais tolerante à luminosidade intensa, na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, vegeta nas rochas, recebendo diretamente os raios solares. Brassavola perrinii vegeta no estado do Rio de Janeiro, próxima ao mar mas bastante protegida pelas copas das árvores. A Brassavola tuberculata lança, em geral, 2 flores por haste, e a B. perrinii, 3 ou mais. 7" to 10" / 20cm to 25cm", define Ed Mourão.

Esta introdução foi para mostrar o cultivo do orquidófilo Edmar Alencar Júnior, de Santo Inácio, no Paraná, que cultiva a Brassavola perrinii como nenhum outro, provando que toda regra tem exceção. Indagado sobre seu cultivo, não guardou segredo e nos passou as seguintes dicas:

"Peguei vasos de plástico com fibra de xaxim (pedaços), na verdade era uma samambaia-açu que encontrei seca caida na margem de um córrego (é seca, não peguem verde que está em extinção), piquei e no fundo do vaso completei 1/3 com cacos de telhas.

Outro cultivo é no tronco de maior diâmetro da mesma samambaia-açu, eu cortei (uns 10cm de altura) encaixei num prato de plástico (com pequenos furos para não acumular água) e plantei a B. perrinii utilizando grampos de arame.

Outro cultivo meu é numa casca de peroba, também está gostando muito.

Local bem iluminado, uma destas estava praticamente exposta a sol pleno, porém só no período de inverno, é que a pinha perde totalmente as folhas neste período.

Regar todos os dias, desde que o substrato for muito bem drenado.

Um detalhe que diferencia: não plante a B. perrinii dentro do vaso utilizando o pó de xaxim ou fibra de coco, se tiver um vaso de xaxim velho que não o utilize mais, ou se tiver em estoque fixe-a na lateral do vaso, ou em cascas de peroba com esfagno terá um melhor resultado.

Assim como a C. walkeriana e C. nobilior, a B. perrinii não tolera que as raízes fiquem encharcadas.

Outro detalhe: as brassavolas não possuem reserva de água para o período de inverno, necessitam de local com considerável umidade do ar. Seu habitat são as matas ciliares a meia altura entre 2 e 4 metros".



Em resumo, a Brassavola precisa ser bastante regada no período de crescimento e uma moderada rega durante o inverno. Prefere substratos secos, como tronco de árvores do tipo cambará, ipê, sabiá, peroba ou mesmo em samambaiaçu. Florece na primavera, nos meses de setembro e outubro.

Agradecemos ao Edmar pelas dicas e quem sabe, daqui para frente a nossa Brassavola perrinii nos brinde com, pelo menos 1/3 da sua floração.

Texto: Vera Coelho
Outra fonte: http://edmourao.atspace.com

CYRTOPODIUM

Cyrtopodium santligeriano Foto e cultivo: Gladis Rosa

Do grego kyrtós, curvado + pódion, dimin. De pús, podós, pé, pezinho curvado. Alusão à base da coluna, curvada para cima. Numa alusão ao prolongamento basal da coluna, formando um pequeno arco que se estende ao longo dela.
Varia em relação ao tamanho de seus pseudobulbos, apresentando-se: fusiformes, cilindrico-fusiformes, cônico-fusiformes, cônico-oblongos, cônico-ovóides, ovóides ou arredondados.

São elas: aliciae, andersonii, aureum, blanchetii, bradei, braemii, brandonianum, cachimboense, cardiochilum, cipoense, cristatum, dusenii, edmundoi, eugenii, falcilobum, fowliei, gigas, glutinifereum, gonzalezii, hatschbachii, holstii, inaldianum, intermedium, lissochiloides, pallidum, palmifrons, paludicolum, polyphyllum, parviflorum, poecilum, punctatum, saint-legerianum, triste, vernuum, virescens e withnerii.

A maioria das espécies do gênero Cyrtopodium foi atribuído a um nome de família para homenageá-la, ao lugar onde o mesmo foi encontrado ou ao aspecto da planta. São exemplos: C. andersonii (Anderson), bradei (Brade), Sarneyanum (Sarney), cipoense (Serra do Cipó-MF), cachimboense (Serra do Cachimbo-Pa.), roraimense (Roraima) ou triste (flores voltadas para baixo em dias ensolarados), pallidum (pelo labelo róseo pálido), gigas (pelo porte gigantesco da planta).

Este gênero tem grandes pseudobulbos claviformes, medindo alguns centímetros a mais de um metro, com numerosas folhas pregueadas e brácteas coloridas.
As folhas são herbáceas, bilateralmente alternadas com nervuras longitudinais prominentes, plicadas, com pseudopecíolo conectado na base da bainha que envolve o pseudobulbo.
A inflorescência é basal, ereta, rígida, simples ou ramificada, normalmente mais alta que as folhas.
As flores podem ser vistosas ou pouco ornamentais, pediceladas e de textura relativamente carnosa, com brácteas lineares ou lanceoladas, muitas vezes de colorido vistoso ou pintalgadas.
Em relação à flor, possui labelo trilobado com lobos laterais voltados para cima e algumas vezes encobrindo parte da coluna; o lobo mediano quase sempre apresenta um disco caloso. As políneas são em número de duas, globosas e ceróides.

Cyrtopodium cardiochilum Foto e cultivo: MRita Cabral

Delfina de Araújo (www.delfinadearaujo.com) relaciona as espécies de Cyrtopodium por estado.

ACRE : eugenii
RONDÔNIA: andersonii, gigas, sarneyanum
AMAZÔNAS: andersonii, parviflorum, poecilum
RORAIMA: andersonii
AMAPÁ: andersonii, saint-legerianum.
PARÁ: cachimboense, cristatum, glutiniferum, parviflorum, poecilum, polyphylum, saint-legerianum, triste, virescens.
MATO GROSSO: blanchetii, brandonianum, eugenii, paludicolum, parviflorum, poecilum, saint-legerianum, triste, vernuum.
MARANHÃO: cristatum, poecilum, virescens.
CEARÁ: cristatum, eugenii.
MATO GROSSO DO SUL: blanchetii, brandonianum, eugenii, paludicolum, parviflorum, poecilum, saint-legerianum, triste, vernuum.
BAHIA: aliciae, blanchetii, cristatum, eugenii, gigas, holstii, parviflrum, poecilum, polyphyllum, saint-legerianum.
TOCANTINS: brandonianum, paludicolum, parviflorum, poecilum, saint-legerianum, vernuum, virescens.
RIO GRANDE DO NORTE: polyphyllum.
PARAÍBA: aliciae, blanchetti, cristatum, eugenii, gigas, holstii, polyphyllum.
PERNAMBUCO: aliciae, cristatum, eugenii, gigas, holstii, polyphyllum.
ALAGOAS: cristatum, gigas, holstii, polyphyllum.
SERGIPE: gigas, polyphyllum.
MINAS GERAIS: blanchetii, brandonianum, cardiochilum, cipoense, cristatum, dusenii, eugenii, glutiniferum, hatschbachii, intermedium, lissochiloides, pallidum, palmifrons, paludicolum, parviflorum, poecillum, saint-legreianum, triste, vernuum, virescens, whitnerii.
ESPÍRITO SANTO: cardiochilum, gigas, holstii, paludicolum, polyphyllum.
RIO DE JANEIRO: cardiochilum, gigas, glutiniferum, paludicolum, polyphyllum.
SÃO PAULO: blanchetii, brandonianum, cristatum, eugenii, gigas, hatschbachii, lissochiloides, apllidum, palmifrons, paludicolum, parviflorum, polyphyllum, poecilum, saint-legerianum, triste.
PARANÁ: blanchetii, brandonianum, dusenii, eugenii, gigas, hatschbachii, pallidum, palmifrons, paludicolum, parviflorum, polyphyllum
GOIÁS: brandonianum, paludicolum, parviflorum, poecilum, saint-legerianum, ernuum, virescens.
SANTA CATARINA: gigas, palmifrons, parviflorum, polyphyllum.
RIO GRANDE DO SUL: gigas, palmifrons, polyphyllum

Novas Espécies:
Lou C. Menezes, ecóloga e engenheira florestal do IBAMA, em sua importante obra Genus Cyrtopodium – espécies brasileiras, enumera e mostra através de fotos belíssimas novas espécies encontradas.
Cyrtopodium caiapoense L.C. Menezes encontrado na Serra do Caiapó, município de Caiapônia, Goiás.
Cyrtopodium minutum L. C. Menezes habita as áreas campestres do Planalto Central brasileiro.
Cyrtopodium gonzalezii é típico de área campestres secas do planalto central brasileiro.

Cyrtopodium andersonii
Espécie rupícola ou terrestre que vegeta em quase todo o Brasil, em regiões montanhosas. Planta com pseudobulbos grandes, de 40 cm de altura, fusiformes, com parte inferior mais estreita, sustentando folhas alternadas, lanceoladas, de cor verde claro e de até 50 cm de comprimento. Inflorescência de até 1 m de altura, ramificadas e portando até 50 flores. Flor de 3 cm de diâmetro, com pétalas e sépalas amarelo-esverdeadas. Labelo mais amarelo. Floresce na primavera.



Cyrtopodium eugenii
Espécie rupícola do Brasil Central, com pseudobulbos de até 30 cm de altura, fusiformes e robustas, com as partes supeior e inferior afuniladas e sustentando estreitas folhas lanceoladas de até 40 cm de comprimento, de cor verde-acinzentado. Flor de 4 cm de diâmetro, com pétalas e sépalas esverdeadas e densamente pintalgadas de marrom claro.Labelo plano e robudo, de cor amarelo-intenso. Floresce no outono.

Cyrtoposium holstii Foto e cultivo: Wilma Wanda

Cyrtopodium holstii
Espécie terrestre de solo arenoso, raramente rupícola, encontrada em áreas litorâneas do Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Paraíba e Pernambuco. Planta com pseudobulbos fusiformes e longos de até 80 cm de altura. Inflorescência paniculada de 1 m de altura, portando de 50 a 80 flores, que medem 4 cm de diâmetro, variando a cor de amarelo esverdeado a amarelo vivo com mácula marrom avermelhado. Floresce no verão.

Cyrtopodium polyphyllum
Ex-C. paranaense. Espécie terrestre ou rupícula encontrada em quase todo litoral brasileiro. Quando rupícola aparece em encostas de baixa altitude. Planta com pseudobulbos fusiformes de 20 cm a 1 m de altura. Inflorescências paniculadas de 1 m de altura, portando de 20 a 40 flores de 3 cm de diâmetro com pétalas e sépalas verde amarelado, labelo amarelo vivo. Primavera.

Cyrtopodim palmifrons
Espécie epífita que vegeta sobre árvores velhas ou palmeiras. Pseudobulbos de até oitenta cm de altura, fusiformes, com sua parte superior coberta por folhas alternadas, lanceoladas, de 50 cm de comprimento por 3 cm de largura. Inflorescência de 50 cm de comprimento, bastante ramificadas e divergentes, portando muitas flores. Flor de 2 cm de diâmetro com pétalas e sépalas levemente onduladas, acuminadas de cor amarela e dotadas de máculas vermelhas. Primavera

Cyrtopodium Saint-legerianum
Espécie epífita da região Centro-Oeste, pseudobulbos fusiformes atingindo a altura de 70 cm, com um inflorescência paniculada com flores de 2,8 cm de diâmetro. Sépalas são amarelo esverdeadas marcadas por manchas marrom- avermelhadas e as pétalas amarelas mostram pequeno número de pontos escuros. Floresce em julho e agosto.

Cyrtopodium cachimboense
Espécie rupestre encontrada na Serra do Cachimbo, no Estado do Pará, possui pseudobulbos fusiformes, robustos, com 50-60 cm de altura e folhas coriáceas lanceoladas.
Inflorescência medindo 1,30 cm de altura, flores amarelas de 3,3 cm de diâmetro. Flores em junho e julho.

Cyrtopodium triste
Vegeta na região Centro-Oeste. Possui pequenos pseudobulbos ovóide-alongados com 3 a 7 cm de altura, completamente enterrados no solo.Inflorescência com 40-60 cm de altura exibindo de 9 a 13 flores de amarelo vivo e marrom avermelhado. Floresce em novembro, após a ocorrência dos incêndios e início de chuvas esparsas.

Algumas curiosidades:
No Brasil, as plantas do gênero Cyrtopodium, recebem diferentes nomes como “sumaré” (Rio de Janeiro e São Paulo). No Nordeste é conhecido por “rabo-de-tatu” pela semelhança do pseudobulbo com o rabo desse animal. Em Goiás é popularmente conhecido por “cola-de-sapateiro” pela utilização do sumo extraído dos pseudobulbos na colagem do couro, papel e madeira.

É bastante usado com fins medicinais, servindo para cicatrização de lesões, estancamento de sangue, cortes e feridas. Do sumo se faz uma pomada que é usada no tratamento do terçol. Alfons Balbach cita em seu livro A Flora na Medicina Doméstica o uso do suco do Cyrtopodium no tratamento de abcesso, a fabricação de xarope para tosse e coqueluche.

O gênero Cyrtopodium resiste bravamente às queimadas. O solo ao absorver nutrientes e elementos químicos das gramíneas, necessários às plantas transportam para a mesma, retribuindo com uma bela floração. No cerrado brasileiro, quando se pensa que os Cyrtopodiuns foram consumidos totalmente pelo fogo durante o período seco, eles surgem com novos brotos tão logo cheguem as primeiras chuvas.

O gênero Cyrtopodium é bastante esquecido pelos orquidófilos, se falando muito pouco, não constando de suas coleções e nunca visto nas exposições.
É uma planta belíssima, se cultivada adequadamente.

FAMÍLIA: Orchidaceae
SUBFAMÍLIA: Epidendroideae
TRIBO: Cymbidieae
SUBTRIBO: Cyrtopodiinae
GÊNERO: Cyrtopodium

Bibliografia:
Pe. José Gonzáles Raposo – Dicionário etimológico das orquídeas do Brasil – Ed. 2001
Delfina de Araújo – www.delfinadearaujo.com
L. C. Menezes - Genus Cyrtopodium – Espécies Brasileiras – Ed. 2000
Trabalho de pesquisa: Vera Coelho

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A Orquídea na visão das crianças!



Quando fazemos um evento de orquídeas, o que mais me encanta é a presença das crianças, sua curiosidade, sua observação, o interesse que esta flor tão exótica desperta na cabecinhas de cada uma. Fazem pose, fotografam e ficam horas e horas absortas, contemplando a beleza das flores e atraídas pelo perfume que elas exalam.

A imaginação infantil viaja nas formas e comparações. Lembro bem quando uma Gongora quinquenervis estava exposta e uma criança a comparou com um passarinho. Outra comparou a Brassia rex com uma aranha, mal sabia ela que aquele gênero de orquídeas é conhecido por aquele aracnídeo.

Fico pensando se tivéssemos uma Drácula para mostrar a estas crianças, com certeza viriam um macaquinho ou quem sabe um monstro.

Muitas orquídeas, se observarmos bem, parecem com objetos e principalmente com animais. Vamos citar algumas:

Paphiopedilum – orquídea da Ásia tropical tem as flores com formato de sapatinhos.

Orchis – orquídea terrestre que vegetam a Europa, Ásia e América do Norte cujas flores lembram uns bonecos.

Ophrys – outra terrestre da Europa, África do Norte e Oriente, as flores confundem-se com insetos.

Pholidota – um gênero de orquídea muito interessante e curiosa, cuja haste floral se assemelha à cauda de uma cobra cascavel, antes da abertura das flores.

Gongora quinquenervis Foto e cultivo: Vera Coelho

Stanhopea – da mesma família da Gongora, lembra “passarinhos”.

Cycnoches –conhecida por orquídea-cisne por sua semelhança com aquela ave.

Peristeria – orquídea graciosa, cujas flores lembram uma “pomba”.

Anguloa – se olharmos bem, encontraremos um gorila dentro da flor.

Gomesa – encontra-se na América do Sul, suas flores lembram “anjinhos”.

Brassia – com pétalas e sépalas compridas são conhecidas por “orquídea aranha”.

Coryanthes vieirae Foto e cultivo: Apolonia Grade

E assim são muitos os gêneros que podem ser associados ou comparados a pássaros, abelhas, aranhas, cobras, patos, etc.



Muitas crianças que acompanhavam seus pais em uma exposição, hoje são grandes orquidófilos. Incentive seu filho a presenciar estes eventos. Desperte nela (criança) a idéia de preservação e cultivo, mas nunca tire o seu lado inocente de viajar pelo mundo da imaginação.
Artigo: Vera Coelho

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Vanilla - A Orquídea da Baunilha

Vanilla grandiflora - Foto e cultivo: Apolônia Grade

Vanilla - A Orquídea da baunilha
Pesquisa: Vera Coelho

Diz a lenda que os espanhóis conseguiram levar quase todos os tesouros dos Astecas, mas não tiveram êxito com a baunilha. Usada para aromatizar uma bebida sagrada, amarga e espessa nos rituais religiosos, nada mais era que o conhecido chocolate.
Os espanhóis tentaram cultivar a baunilha em seu país, não conseguindo por não possuírem o inseto polinizador da planta. Somente vários séculos depois o botânico Charles Morren conseguiu a polinização artificial da Vanilla. Depois disso a baunilha tornou-se mundialmente utilizada na gastronomia, aromatizando bolos, flans, doces, bebidas, sorvetes, através de xaropes, essências e tinturas. Conta-se que a Vanilla planifolia Andr. Orchidaceal, originária da América, tem seus frutos utilizados em forma de chá ou de tintura e que eles atuariam como fortificantes do coração, calmante, digestivo e no combate a anemia.

O nome desse gênero foi formado do espanhol vainilla (vainilha), diminuitivo de vaina, vagem, de forma comprida e estreita, que contém o fruto das plantas leguminosas, como o feijão (e corresponde à cápsula das sementes das orquídeas), pela semelhança a uma vagem delgada e comprida. Pertencente à família das Orquidáceas, a Vanilla é uma planta trepadeira, classificada em um gênero que congrega cerca de 50 espécies, todas de zonas tropicais do continente americano e de algumas ilhas como a de Madagascar. Linneu classificou-a inicialmente como Epidendrum, mas o botânico Scwartz (1799), mais tarde, passou-a para Vanilla. Este gênero também é encontrado praticamente em todo Brasil, principalmente na região da Bahia, onde há produção e comercialização.

Na Bahia a floração ocorre nos meses de setembro a novembro.
Em plantas vigorosas são polinizadas de 8 a 10 flores em cada inflorescência e 10 a 20 inflorescências em cada planta.
A Colheita no Sul da Bahia ocorre de abril a julho, quando as cápsulas estão maduras com coloração mais claras, sem brilho. Isto ocorre cerca de 8 a 9 meses após a polinização. A planta inicia o florescimento no 3º ano após o plantio, dependendo do tamanho da estaca usada, e a máxima produção de flores é alcançada com 7 anos após o plantio. A produtividade média dos plantios do Sul da Bahia varia de 300 a 400 kg de frutos beneficiados por hectare, quando a planta atinge 7 anos de idade.
A maturação das favas ocorre entre 9 a 10 meses após a polinização, sendo os frutos colhidos quando mudam da cor verde para verde-escuro.
Os frutos passam por um processo de “cura” para que as favas possam desenvolver placas de cristais, onde se encontra a vanilla.
Para tanto as favas são desidratadas lentamente, sendo inicialmente imersas rapidamente em água aquecida com temperatura em torno de 70ºC levando-as em seguida para secagem, por 4 a 6 dias ao sol, terminando à sombra em tabuleiros.
O principal mercado comprador da produção de baunilha do Sul da Bahia é o estado de São Paulo, sendo comercializado a um preço médio de US$ 250,00 por quilo.
É planta de clima tropical, vegetando bem em regiões que apresentam temperatura média superior a 21ºC a precipitação anual de 1.500-2.500mm. Um período seco de aproximadamente dois meses é fundamental para induzir um bom florescimento. A Vanilla não deve ser plantada a pleno sol, pois não tolera fortes insolações e ventos diretos. O solo deve ser fértil, rico em matéria orgânica.
Uma plantação é relativamente fácil e barata para se organizar. Primeiramente, deve-se construir uma cobertura de madeira de 10 m de largura por 30 m de comprimento e 2 m de altura, em terreno fresco e abundante de húmus, sombreado e protegido de ventos fortes.

Em cada esteio plantam-se pedaços de hastes que tenham mais ou menos 1 m de comprimento, enterram-se 10 a 15 cm e amarra-se onde a planta deva crescer. A plantação deve ser feita no inverno, nos meses mais úmidos, para que as mudas não se desidratem com o calor.
Das axilas das folhas irão surgir raízes ou gavinhas que vão se agarrar à madeira. Não devemos plantá-las na encosta de grandes árvores, como mangueiras ou jaqueiras.
Por ser uma planta trepadeira, alcançando até 20 m de altura, se ramificar pelos galhos das árvores fica difícil, na época da floração, a polinização de suas flores e a colheita de seus frutos.
Após dois ou três anos, essas coberturas estarão entrelaçadas de racimos e apresentarão as primeiras florações.
Suas flores, de cerca de 15 cm de diâmetros são, na maioria, de coloração amarelo-canário, com labelo de cor mais carregada. Planta trepadeira, com hastes florais cilíndricas, de 2 cm de espessura e coloração verde, emite raízes adventícias de variável comprimento. Suas raízes descem até o solo à procura de alimento. Seus órgãos de fixação são cauliares, que aderem aos troncos e galhos das árvores, mantendo a planta segura.

Lecomte, em 1902, demonstrou que o desenvolvimento do perfume da baunilha era devido à ação de uma oxidase sobre os princípios existentes na planta. No momento da colheita, os frutos não tem nenhum aroma; eles adquirem sua suavidade em uma curta imersão na água a 80 graus centígrados. Este autor achou oxidase em todos os órgãos da planta, constatando a presença de manganês. A planta contém ainda um fermento hidratante, que age sobre a coniferina e que se desdobra em álcool coniferínico e glicose. A oxidase age sobre este último corpo e transforma-o em vanilina.
Das espécies mais conhecidas citamos:
Bahiana
Grandifolia
Pompona
Planifolia
Gardneri
Fragrans
Chamissonis

Vanilla planifolia: Nativa do México, apresenta belas flores ornamentais de coloração verde-amarelada. A vagem seca dessa planta pode ser empregada em confeitaria e perfumaria.
Embora a V. planifolia seja a principal produtora de vanilina, a tahitiensis e a pompona são cultivadas para esse fim.
Vanilla pompona: É uma espécie bem vistosa encontrada nas Índias Ocidentais, do México até o Brasil. Floresce de janeiro a maio. Suas flores são amarelo-esverdeadas e o labelo vai do branco até o amarelo alaranjado. Suas folhas são largas e ovais.
Vanilla fragrans: Uma das mais usadas na culinária. Flores esverdeada de perfume suave. Floresce de maio a outubro. Cultivo meia sombra. Pode atingir 8 metros e suporta uma temperatura mínima de 12 ºC.
Vanilla chamissonis: Espécie terrestre, caule alongado e sulcado. Folhas na base de cor verde claro, coriáceas, rijas e com margens recurvadas. Racimo floral axilar com 8 a 15 flores. Flor de 5 cm de diâmetro com pétalas e sépalas amarelo oliva, labelo branco e no centro alaranjado. Aparece desde a América Central até o Brasil Meridional. Floresce no inverno e primavera.
Da próxima vez que saborear guloseimas com baunilha, lembre-se das orquídeas que a produzem!

Bibliografia:
Revista O Mundo das Orquídeas nº 10, 20 e 42
Dicionário Etimológico das Orquídeas do Brasil – Pe. José Gonzáles Raposo
www.oficinadeervas.com.br
http://poydenot.online.fr/fra/travels/Polinesia99/tahaa02.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/vanilla

Cattleya warneri J. Moore

Cattleya warneri Mem. Roberto Kautsky - Foto e cultivo: Gilberto Dias Ferreira


Por Érico de Freitas Machado
A Cattleya warneri é nativa do Espírito Santo e de Minas Gerais, também ocorrendo no norte do Rio de Janeiro e sul da Bahia. Começa a surgir em altitudes de 10 a 200 metros. Ela prefere lugares com boa luminosidade, alto teor de umidade, cujo valor tem variações de 15 mm nos meses secos até 298mm nos meses chuvosos, com mudanças de temperatura de 13,8ºC até 31,8ºC, sempre em locais de dias relativamente quentes e noites bem mais frias. As chuvas e as cerrações são responsáveis pelo alto teor de umidade.
Por ser própria da região sudeste, com comportamento climático mais ou menos estável, a planta desenvolve-se, normalmente, nos lugares apropriados, inclusive sobre pedras, ainda que seja predominantemente epífita, sem nenhuma mudança aparente, apresentando-se apenas um pouco mais atarracada. Entretanto pode alcançar bons índices de crescimento. Naturalmente, ao encontrar ambiente mais propício, em árvores ou arbustos, que conservam mais umidade em seus galhos, seu desenvolvimento se agiganta, podendo surgir plantas de grande porte.
No tipo padrão de espécies de orquídeas, as flores apresentam-se com uma certa uniformidade e na warneri não poderia ser diferente. Ela possui pétalas e sépalas lilases em tom claro ou até escuro. O labelo, que também é lilás, sofre mudanças, mas tão próximas, que é difícil dizer se determinada flor é dessa ou daquela planta.
Além das pétalas e sépalas lilases, a Cattleya warneri tipo apresenta o labelo dentro de uma determinada gama de cores. Pode ser lilás e ter branco principalmente na parte superior e na coluna. Mais para perto da inserção da flor aparece o amarelo, que vai do limão ao amarronado. Na parte central interna do labelo há sempre uma mancha triangular, cheia, em um tom de limás mais escuro e bem diferenciado. A separação da mancha é feita normalmente por coloridos lilases bem mais claros para a margem, podendo até ser branca, sem que a flor deixe de ser tipo.

Características da planta:
Porte esparramado dos pseudobulbos. Ficam compactos com o auxílio de tutores. Pseudobulbos atarrancados, afinam mais bruscamente perto do rizoma(que é uma espécie de tronco tronco rastejante da planta). Folhas ovaladas, comprimento maior que a largura. Brotação em junho ou um pouco mais cedo. Grande período em estado latente, até a floração. Espata floral simples, a interna nunca ultrapassa a externa. Folhas fazendo ligeiro ângulo com o pseudobulbo.

Características da flor:
Flores grandes, podendo atingir 22cm de diâmetro. Tendência das pétalas à inclinação para baixo, o que dificulta a armação. Estrias da fauce (parte interna do labelo) com tendência a se unirem (o colorido marrom das mesmas e o amarelo, com pouca nitidez ou confundindo-se). Mês base da floração: outubro.

Variedades e Classificação das flores:
As variedades apresentam-se como uma diferenciação da flor, em função do tipo ou padrão, quer quanto ao colorido ou nuances, desenhos ou falta deles, principalmente no labelo. A "força" da variedade deve ser tal que mesmo ao leigo seja permitido sentir que a flor é diferente. As variedades são albinas, com predominância do branco ou coloridas, com predominância do lilás.

ALBINAS - flores inteiramente brancas, tendo apenas o amarelo, do esverdeado ao ouro, na fauce.
PSEUDOALBA - As flores bem observadas, têm em determinadas partes (pétalas ou labelo) um quase imperceptível lilás-desmaiado.
ALBECENS - flores com um leve sopro róseo ou lilás-claro nas pétalas e sépalas. O labelo é inteiramente branco, apresentando apenas o amarelo característico da fauce.
ALBA-PUNCTATA - flores brancas, tendo apenas um ponto lilás-escuro no centro do labelo.
ALBA-STRIATA -Flores brancas, com uma estria vertical lilás-escura no centro do labelo.
ALBA-VENOSA - Flores brancas com veias lilás-escuras no centro do labelo.
AMOENA - Flores brancas com apenas um tênue sopro lilás-rosa-azulado na parte interior do labelo (é talvez a mais delicada das variedades).
AMESIANA - Flores com suavíssimo róseo nas pétalas, sépalas e label. Têm apenas na parte interna do labelo um colorido para mais intenso um lilás-róseo.

FONTE: Revista "O Mundo das Orquídeas" nº 7 Ano 2 - 1999.



NOTA: Quem desejar saber mais sobre a C. warneri e todas as espécies do Espírito Santo poderá ler no livro, recém-lançado "História do Patrimônio Natural do Espírito Santo", do próprio autor. Contato: www.finaorquidea.com

terça-feira, 26 de agosto de 2008

TRICHOGLOTTIS


Trichoglottis phillipensis Foto e cultivo: Nilce Correa




Na minha opinião, os Trichoglottis são belos, instigam até os leigos no assunto,
crescem em lugares quentes e com alta umidade, a espécie epífita e monopodial é
das Filipinas em elevações do nível do mar a 300 metros, com alongado, ramificando, as raízes brancas produzem tudo ao longo do ereto, frondoso rizoma do vértice distichous, coriaceous, ao longo às folhas em formato “oval e carnudas” provem de flores em uma inflorescência axilar ou seja entre as folhas, originando flores perfumadas” fleshy” que ocorrem aqui no Brasil no fim do verão e começo do outono em meados do mês de março.
Suas flores medem 6 cm de diâmetro.
Na família dos trichoglottis , existem 23 espécies encontradas na natureza, entre Malásia, Filipinas, Polynésia e no oeste da Ásia.
É uma vandacea cuja subtribo é sarcanthinae muito bem adaptada no Brasil pela
semelhança de clima.

Nilce Corrêa
São Paulo - SP.

N P K

Os adubos NPK podem ser comprados em diferentes fórmulas ou até mesmo se mandar preparar uma fórmula em que sobressaia o elemento que desejamos e até enriquecidos com micro-nutrientes.

É a fórmula do produto que dever receber bastante atenção na hora da compra, expressando ela a quantidade percentual de nutrientes. Encontramos NPK sobre as formas líquidas e sólidas. Os fertilizantes líquidos ainda costumam ser diluídos em água para uso em pulverizações nas folhas ou para o enriquecimento da água das regas.

Cultivo de Epidendrum - Manuel Lourenço - Portugal.

Nitrogênio = N = É o principal agente do crescimento das plantas e do desenvolvimento foliáceo. A maior parte do nitrogênio a planta absorve nas primeiras fases da sua vida e deixa armazenado em seus tecidos de crescimento. A falta desse elemento nessa fase inicial retarda o crescimento e conseqüentemente a produção. Podemos, no geral, perceber que a falta de nitrogênio deixa a folha com a cor verde pálida ou verde amarelada enquanto o excesso produz abundante folhagem de coloração verde- escura.

Epidendrum latilabre - Foto e cultivo: Maria Rita Cabral

Phósforo(Fósforo) =P = Sua presença é indispensável para a planta transformar os hidratos de carbono em açúcares. O Fósforo participa ativamente do processo de divisão das células. É um dos agentes direto da formação da clorofila e ainda aumenta o desenvolvimento radicular propiciando à planta maior capacidade de absorver os elementos férteis do solo. Age diretamente na qualidade dos frutos e maturação das sementes e a deficiência desse elemento pode ser percebida quando as folhas tomam uma coloração arroxeada.

Potássio – símbolo K - Indispensável à produção dos amidos e açúcares, e para a respiração e desenvolvimento das raízes. Sem ele a planta não se desenvolve. Fica ali atrofiada.

O Potássio é absorvido pela planta em menor quantidade e fica acumulado nas folhas e nos talos mais que nos frutos.

No inicio desta matéria eu falei: Os adubos NPK podem ser comprados em diferentes fórmulas ou até mesmo se mandar preparar uma fórmula em que sobressaia o elemento que desejamos e até enriquecidos com micro-nutrientes. Pois é, ai que entra a classificação dos fertilizantes: Fertilizantes nitrogenados, fertilizantes potássicos e fertilizantes fosfatados. Já sabemos que o(N) Nitrogênio, (P)Fósforo e (K) potássio são os 3 elementos mais exigidos por qualquer planta.

Quando em uma fórmula o elemento em maior quantidade é o Nitrogênio, falamos que esse fertilizante é nitrogenado e é recomendado para estimular a brotação e o enfolhamento. São ótimos para as folhagens em geral, gramados. A fórmula será expressa em porcentagem e assim quando expressamos: A Uréia tem 45% de Nitrogênio, estamos falando que de cada 100 quilos de Uréia, 45 são de Nitrogênio.

Quando o elemento de maior quantidade é o Fósforo ou phósforo, falamos que é um fertilizante fosfatado e que este estimula o surgimento de raízes, o aumento das floradas e, conseqüentemente da frutificação e produção de sementes. A aplicação de adubos fosfatados é muito importante em regiões onde ocorre geadas pois ele vai aumentar a resistência das plantas ao frio e alem disso vai apressar a maturação dos frutos.

Quando o elemento dominante é o Potássio (K) vai contribuir na formação de tubérculos, rizomas, fortalecer os tecidos vegetais e aumentar a resistência contra a seca. Por dar maior consistência à planta vai tornar a mesma mais resistente contra pragas e doenças.

Desejando discutir melhor esse assunto poderemos ver em outra matérias quanto à aplicação e quais os adubos orgânicos ou inorgânicos que contém mais de quais elementos.

Artigo de Nonato Moura
Iguatu - Ceará - Brasil

URINA DE VACA

Cattleya guatemalensis Foto e cultivo Carlos Keller

Pode parecer estranho, mas o uso de urina de vaca está sendo uma prática constante nos orquidários e outras plantações. Mas por que a urina de vaca? Para que serve? Os orquidófilos garantem ser um sucesso!
Temos uma matéria da Pesagro-RJ que achamos por bem reproduzi-la. Vejam que interessante!


Por possuir vários nutrientes, a urina é útil como fertilizante e, por causa
do cheiro forte, atua como replente de insetos. Como fertilizante a urina
precisa ser diluída 1% (1 litro de urina para 100 litros de água) e fazer
pulverizações semanais em hortaliças ou a cada 15 dias em frutíferas. Ou,
ainda, no solo, junto ao pé da planta, diluída a 5% (5 litros de urina para
100 litros de água). A urina deve ser recolhida em um balde e guardada por
três dias em um vasilhame fechado antes de ser usada. Pode ser guardada um
ano em vasilhame fechado.

Urina de vaca distribuída como brinde

Brasília, 16 (Agência Brasil - ABr) - Um dentre os vários brindes distribuídos na exposição Ciência para a Vida, promovida pela Embrapa, despertou a curiosidade dos visitantes, a urina de vaca. Pode parecer estranho presentear as pessoas com um frasco contendo urina animal, mas essa foi a forma encontrada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro) para divulgar as pesquisas efetuadas na instituição
para o aproveitamento da urina de vaca como fungicida e na produção de plantas mais resistentes.
Segundo os pesquisadores, a urina é um substituto natural aos agrotóxicos e adubos químicos utilizados na agricultura. Ela é composta por substâncias que, reunidas, melhoram a saúde das plantas, tornando-as mais resistentes às pragas e doenças. A urina é rica em potássio e em priocatecol, um aminoácido que fortalece os vegetais. Em sua composição também são encontrados cloro, enxofre, nitrogênio, sódio, fenóis e ácido indolacético.
Na Estação Experimental de Itaocara, Rio de Janeiro, onde os experimentos estão centralizados sob a coordenação de Ricardo Gadelha, a urina foi utilizada, inicialmente, para combater a fusariose, doença que ataca as plantações de abacaxi e que pode provocar perda de até 40% para os produtores. Com o avanço dos testes, verificou-se que o produto evitava outras doenças provocadas por fungos em culturas diversas. Já foram realizados estudos que revelaram aumento de produção no cultivo de frutas,legumes, hortaliças e também plantas ornamentais.
Para cada cultura, há uma dosagem específica da mistura. Nelcyr Guimarães, um dos pesquisadores da Pesagro envolvidos no trabalho, explica que dosagens de urina maiores que as indicadas podem causar danos às plantas. Em culturas de legumes como quiabo, jiló e berinjela, o litro de urina deve ser diluído em 100 litros de água e pulverizado sobre a plantação uma vez a cada quinze dias. Para as frutas o procedimento é diferente. No abacaxi, por exemplo, pulveriza-se a mistura com a mesma dosagem uma vez por mês, durante os primeiros quatro meses. Depois, aumenta-se a quantidade de urina para 2,5 litros para cada 100 litros de água, continuando a aplicação mensal. O procedimento deve ser suspenso dois meses antes da indução da floração, retornando a partir do vermelhamento do fruto.
A idéia de se aproveitar a urina de vaca surgiu a partir de reivindicações de pequenos produtores rurais fluminenses, para que a Pesagro desenvolvesse ações que aumentassem a produção com redução do uso de agrotóxicos. A urina de vaca resolve as duas questões, inibindo o uso de defensivos químicos e aumentando o número de brotações, de folhas e de frutos. Sendo um produto natural, não causa riscos à saúde do produtor e do consumidor. Outra vantagem apontada por Guimarães é o atraso na maturação dos frutos tratados com a mistura. "Chegando ao mercado na entressafra, esses produtos gerarão mais lucro a seus produtores", diz o pesquisador.
A urina já é usada, com resultados satisfatórios, por produtores rurais do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Minas Gerais. Quando fala das pesquisas para os visitantes da exposição, Guimarães costuma brincar dizendo que o mais difícil de tudo é fazer a vaca urinar dentro do recipiente. Brincadeiras à parte, o procedimento de coleta do material é simples e deve ser feito na hora de tirar o leite. Ele explica que é normal o animal urinar quanto tem as pernas amarradas para a ordenha, sendo esse o momento ideal de coleta. O líquido deve descansar por três dias, estando bom para manipulação após esse período. A validade do produto é de dois anos. (Hebert França)

© Todas as matérias poderão ser reproduzidas desde que citada a fonte

Fonte: Pesagro - RJ

Enviada por nosso amigo Mariotti em 25.10.2004- ttimario@ig.com.br

Método Caseiro de Semeadura

Nossa aula de hoje é sobre um método simples de semeadura natural usado por nós, do Orquidário Terra da Luz, nas árvores de nosso sítio.
É necessário o seguinte material:
RAÍZES DA PLANTA MÃE
CÁPSULA DA PLANTA MÃE
UM COPO DE ÁGUA DE COCO
UM PILÃO
UMA PENEIRA
1) Retire da planta mãe (portadora da cápsula de semente) a ponta de algumas raízes (cerca de 5 cm) portadoras do fungo micorriza. Este fungo está presente em quase toda planta que possui sementes.
2)Em um pilão limpo, macere bem as raízes de modo que fiquem bem compacta.
3)Adicione um copo de água de coco às raízes que estão no pilão.
4)Peneire todo o conteúdo do pilão em um copo.
5)Abra com muito cuidado as cápsulas e junte as sementinhas no copo onde estão as raízes com água de coco.
6)Observe que milhares de sementes estão contidas num único copo de água e que nem sempre todas germinarão porque estarão a mercê dos ventos, chuvas, insetos, etc.

Procure um tronco de árvore deitado ou inclinado, para receber às sementes.
Na foto, foi escolhido o galho de um cajueiro. E as sementes do Epidendrum ciliare.



Este método é caseiro, qualquer pessoa pode executá-lo sem nenhum problema. Bastando observar os passos.

É recomendável fazê-lo após o inverno, onde os galhos estão cobertos de limo.
Caso você não tenha um tronco ou galho nestas condições, uma semana antes de fazer a semeadura caseira, cubra este tronco com uma estopa, amarrando-a firmemente com um fio plástico. Molhe diáriamente até que fique incorpado.

Naturalmente que nem todas as sementes germinarão por razões citadas acima, mas dentro de poucos meses você verá muitas plânturas nascendo sobre o galho, significando que foi um sucesso sua semeadura.

Veja meu cajueiro repleto de orquídeas!


Método caseiro publicado na revista O Mundo das Orquídeas nº 05, págs 18 e 19
Esta aula foi repassada para um pequeno número de orquidófilos, no Orquidário Terra da Luz, em 13/01/2008, quando reunidos para um bate-papo.


Foto e texto de Vera Coelho

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Stanhopea tigrina

Foto: Nilce Correa

Uma belíssima orquídea do Sul da América Central, mais precisamente do Méximo, vegeta a uma altitude inferior a 1100m, com hastes florais pendentes, nascidas na base dos pseudobulbos, com uma única folha pliçada. Flores grandes e perfumadas,com 6 cm de diâmetro, que duram cerca de 4 dias. Floresce nos meses de agosto e setembro, podendo ir até dezembro. Pseudobulbos ovais, bastante enrugados. Recomenda-se cultivar em cachepôs de madeira porque as inflorescências surgem de cima para baixo. Daí a Stanhopea ser conhecida de "ponta cabeça", "cabeça para baixo" ou "passarinhos", por serem parecidas com os pássaros. Sombreamento 70%, muita umidade e regas frequentes. Face seu perfume intenso, as abelhas masculinas euglossini fazem a polinização.

Texto: Vera Coelho

domingo, 24 de agosto de 2008

Cattleya granulosa



Genuinamente nordestina, a Cattleya granulosa habita os Estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Paraíba. Não há ocorrência nos Estados do Ceará, Piauí, Maranhão e Bahia, muito menos na Guatemala, como já constou em algumas literaturas. Na verdade há uma confusão em torno de uma muito parecida que ocorre nos Estados do Espírito Santo e Bahia, a Cattleya schofieldiana.
Orquídea bifoliada e robusta, que chega a atingir 90 cm de altura e a produz muitas flores numa haste floral. Segundo Dr. Roberto Guerra, orquidófilo de Natal, "não existe uma planta geneticamente igual a outra. Existe um grande universo de plantas, que varia sua coloração basicamente em torno de três pigmentos: o verde, o amarelo e o vermelho, que se mesclam em um cadinho mágico criando muitas vezes cores fantásticas. De acordo com o predomínio do pigmento, existem as marrons clara e escura e até vermelhas ou marrons-avermelhadas, além de outras tonalidades de marrom que lembram a cor cúprea e o salmão. Há as amarelas que estão mescladas mais com a cor verde, que contrastram muitas vezes com a cor vermelha ou rosa do labelo, desta maneira corresponderiam as semi-albas das labiatas", concluí o orquidófilo potiguar.
Outro fator que podemos levar em conta é a presença ou não de pigmentação. Ao cultivar a Cattleya granulosa dê preferência a vaso de cerâmica ou cachepô de madeira com fibra de coco e uma boa drenagem no fundo do vaso. Adubação, principalmente na fase de desenvolvimento e regas diárias, na parte da manhã.
Habita a faixa litorânea do Nordeste e prenominante nas restingas. No Rio Grande do Norte ocupa uma faixa de 2 a 20 Km que vai desde o município de Canguaretama (ao sul) até o município de Touros (ao norte). Vegeta desde ao nível do mar ao topo de algumas dunas. Em Pernambuco e Alagoas ocorrem em regiões distintas, tanto ao nível do mar, como em altitudes de 1000m, dividindo espaço com a Cattleya labiata, ocorrendo o híbrido natural Cattleya Le Czar. João Felismino de Jesus Filho, orquidófilo de Natal, descobriu um novo híbrido natural da Brassavola tuberculata com a Cattleya granulosa em Rio do Fogo, distrito de Punaú, área litorânea daquele Estado. Trata-se da xBrassocattleya felisminiana Campacci.

E por falar em híbridos o homem não perdeu tempo, criou alguns belíssimos, aproveitando a robustez da Cattleya granulosa. Citamos alguns:
Cattleya kerchoveana Peeters = Cattleya granulosa Lindl. x Cattleya schilleriana
Cattleya greyae reg. Wigan = Cattleya granulosa Lindl. x Cattleya velutina Rchb. f.
Cattleya marie gratix reg. Gratix = Cattleya harrisoniana Batem. ex Lindl. x Cattleya granulosa
Cattleya lucieniana = Cattleya forbesii x Cattleya granulosa

Texto e foto: Vera Coelho
Fontes: O Mundo das Orquídeas nº06, Ano 2, pág. 5
Boletim CAOB Nº 53, ano 2004

Catasetum


A família Catasetinae inclui o gênero Catasetum, Clowesia, Cycnoches, Dressleria e Mormodes, totalizando cerca de 150 espécies.
As Catasetinaes têm um crescimento simpodial e possuem duas políneas.
São as únicas, dentro da família das orquidaceas, a possuirem flores unisexuadas. Plantas hermafroditas, ou seja, possuem os dois sexos, podem apresentar flores do sexo masculino, feminino ou ambas na mesma planta. No entanto só as flores masculinas são possíveis de identificação. Estas flores são vistosas, coloridas e exóticas, já as flores do sexo feminino são verdes e morfologicamente muito semelhantes.
Do grego katá, prep. que indica direção de cima para baixo, e do latim seta, seda (cerdas) de porco, javali. Na Botânica usa-se essa palavra para significar pêlo áspero. O nome prende-se as duas antenas (ou apêndices) próprias das flores masculinas, que arrancam da parte inferior da coluna e funcionam como um verdadeiro gatilho. A um simples toque realiza-se o disparo da antera, que gruda fortemente sobre o dorso de um inseto, por exemplo, um dos agentes inconsciente da polinização.
O gênero Catasetum possui mais de cem espécies, a maior parte epífitas, cujo hábitat se estende do México à Argentina, mas o centro de irradiação é o Brasil.
Segundo o orquidófilo Robson da Silva Lopes as Catasetineas são terrestres ou epífitas. Apresentam dois períodos de desenvolvimento bem distintos, o primeiro que vai do início do crescimento do broto até a queda das folhas (vegetativo), o outro da queda das folhas até o início da brotação (dormência). É no início da fase vegetativa que devemos tomar muito cuidado com a irrigação, ataque de fungos e pragas, pois podem comprometer o broto e também a floração, que varia muito de acordo com cada espécie. São plantas com pseudobulbos de tamanhos variáveis, roliços e carnosos. Suas folhas são grandes, arqueadas, largas e com bainhas envolvendo o pseudobulbo. É normal as folhas caírem no período de seca. Suas inflorescências nascem em diversas partes do pseudobulbo.
É na fase de crescimento que devemos usar um adubo de formulação 10-10-10 ou 20-20-20 semananlmente. É também nesta fase que devemos observar o ataque de pragas, fungos e doenças como a podridão negra.
Para se ter um Catasetum sadio aplicar preventivamente produtos a base de enxôfre e cobre de 40 em 40 dias e receitas caseiras a base de citronela, pimenta, alho ou neem.

Texto e foto: Vera Coelho
FONTES: Dicionário etimológico das orquídeas do Brasil – Pe. José Gonzales Raposo
www.edmourao.atspace.com/index.html - Edgar Mourão
http://catasetums.blogspot.com
http://delfinadearaujo.com

Calanthe vestita


"Espécie terrestre com pseudobulbos de cor verde acinzentados, folhas acuminadas e lanceoladas de 20 cm. Procede de Burma, Tailândia, Indochina, Malásia e do Borneo."
Nesta matéria quero passar para voçês o que eu aprendi durante uma reunião de orquidófilos na cidade de Vinhedo. Ao exporem suas orquídeas os orquidófilos falam um pouco sobre o cultivo de cada uma e sobre a Calanthe vi que após a floração devemos separar os pseudobulbos para que haja brotação entre eles.
É o seguinte: Pegue com os dedos os pseudobulbos, separe de uma forma delicada, não tire do vaso. Somente despregue um do outro.
Fiz este processo no final de junho/08 e minha planta está cheia de brotos eretos, no mês de agosto/08.
Acredito que a próxima floração será bem maior e melhor.
Texto e foto: Juliana Coelho

Polinização Artificial


Vamos aprender a fazer uma polinização artificial? Na natureza esse encargo fica por conta dos pássaros, formigas e abelhas.
Tome uma orquídea bonita, que esteja aberta há três dias e que deseja polinizá-la.
Remova o labelo, pétalas e sépalas para trabalhar melhor com a coluna.
Na extremidade da coluna fica a ANTERA (órgão masculino). Com um palito, toque levemente a antera, fazendo um ligeiro movimento para cima.
As políneas que estavam na antera aderem ao palito.
Coloque as políneas na cavidade do ESTÍGMA (órgão feminino), local gelatinoso, que fica logo abaixo.
Veja a ausência da antera na extremidade da coluna.
Observe também se as políneas estão no interior do estígma.
Em dois dias, após a polinização, a flor murchará, indicando o início da fecundação do óvulo.
A parte que fica entre a flor e o pseudobulbo é o ovário, que após a fecundação começa a intumescer e dará origem à cápsula de sementes.
Nos gêneros Cattleya, Laelia e híbridos delas, o tempo entre a polinização e a colheita da cápsula é de aproximadamente 180 dias.
Quando a haste apresentar murcha e a cápsula com coloração amarelada, é hora de colher a cápsula e fazer a semeadura ou enviar para um laboratório de micropropagação.

Fonte:Manual Prático de Cultura de Orquídeas de Darly Machado Campos.
Texto e foto: Vera Coelho

Orquídeas Terrestres



São as que vivem no solo como plantas comuns. Geralmente, estas orquídeas possuem dois tubérculos subterrâneos.

Crescem no solo, vivendo nas matas, cuja terra é rica em material de folhas decompostas.
Possuem raízes pilosas e grossas.

Em relação às orquídeas epífitas, as terrestres estão em pouca quantidade e a sua grande maioria estão em outros países.
Veja alguns exemplos de orquídeas terrestres:

ARUNDINA GRAMINIFOLIA
Espécie terrestre de porte alto, com caules eretos e delgados de até 2,5m de altura. Folhas de 20 cm de comprimento, escapos florais que surgem no ápice dos caules, com duas ou três flores, que se abrem uma após a outra.
As flores duram poucos dias e florescem o ano todo, podendo ser cultivada em pleno sol.
Podem propagar brotos aéreos, que saem das extremidade dos pseudobulbos,
Procede da Indonésia, Java, Malásia, Tailândia e Nepal.
Conhecida como orquídea bambu

PHAIUS TANKERVILLEAE
Espécie terrestre popularmente conhecida como capuz de freira. É do gênero das maiores orquídeas oriundas de solos alagados, a margem de pântanos nas áreas tropicais da Austrália, Nova Guiné, Indonésia, Japão, Malásia, Índia, China até Madagascar e África Ocidental.
Possui cerca de vinte espécies.
No seu escapo floral pode apresentar de 5 a 10 flores odoríferas com labelo em forma de trombeta. Cada pseudobulbo apresenta de 3 a 4 folhas de 60 a 90 cm de comprimento e as hastes florais podem atingir 1,2 m de altura.

CORYMBORCHIS FLAVA
Espécie terrestre semelhante a uma palmeira, suas folhas laterais são largas e plissadas. As flores surgem nas axilas das bainhas foliares, portam de 3 a 5 flores. Possuem pétalas e sépalas amarelas, labelo trilobado branco e raízes fortes.
Vegetam nas matas ciliares. É encontrado no Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul e Paraguai.

SOBRALIA LILIASTRUM
Espécie terrestre originária da América Central onde formam bastante touceiras, são espécies de tamanho grande e similares às cattleyas. Seus troncos atingem 1 metro de altura e são pouco folhadas. As flores abrem uma após a outra, são branco leitosa e labelo amarelo com 10 cm de diâmetro.
Floresce no verão, deve ser cultivada a pleno sol,
Deve-se plantar em buracos profundos para que suas raízes tenham espaços,
Não se deve regar durante o inverno,
Segundo o orquidófilo Hugo Albuquerque de João Pessoa, a Sobralia liliastrum já a encontrou na Chapada da Diamantina-Ba e em Pernambuco, em locais serranos e sua área de disseminação é bem ampla em outras regiões do País. Por sorte não é uma planta muito coletada por não ter apelo comercial, talvez por não ser facilmente encontrada, vai sobreviver nos parques estaduais e federais com certa facilidade. Gosta de locais altos e de solo pedregoso, concluí o amigo.


Texto e foto: Juliana Coelho

Cultivando Orquídeas e Amigos



É sem dúvida o maior evento que uma associação de orquídea pode reallizar. Estas exposições podem ser feitas de várias formas, o que vai diferenciar são os detalhes, pois este tipo de festa requer muita dedicação e criatividade.
Em uma exposição o visitante encontra, num só lugar, um "mar de orquídeas" de vários gêneros e espécies tornando o local um cenário belíssimo de fazer babar qualquer ser humano. Este tipo de evento atraí pessoas que já cultivam orquídeas, aqueles que têm vontade de cultivar mas não sabem os cuidados básicos ou acham ser difícil e aqueles que nunca viram uma orquídea. E sabe o que acontece com este que nunca viu? Se apaixona! Ele fica encantado com a forma, perfume, a cor e como toda exposição tem orquidários comerciais, vai lá e adquire uma orquídea. Com o passar dos anos já não sabe mais nem quantas tem. Isso acontece!

O Orquidário comercial é essencial em uma exposição porque o evento em si conta com plantas de orquidófilos que estão lá para expor e serem julgadas por um grupo de orquidófilos que tem um certo conhecimento para julgar as melhores, de acordo com as categorias estipuladas. Após o julgamento as plantas irão para o pódium, que é o local mais visitado e fotografado, afinal todos querem conhecer as melhores. Para que o visitante não saia frustrado após olhar tantas orquídeas lindas, os donos de orquidários estão prontos para mostrar os lançamentos, as promoções e com isso voçê pode comprar a planta que gostar por um preço acessível.

Vendo pelo lado turístico, uma exposição de orquídeas é entrada de visitantes em sua cidade e isto gera renda para muita gente. É o hotel, restaurante, posto de gasolina, taxista, moto taxi, pizzaria, centro de artesanato e até para as companhias aéreas. Qual o turista que não gosta de um artesanato? Acredito que a grande maioria leva um simples ima de geladeira a uma peça de um artista renomado da localidade.



Muitas cidades já estão conhecidas por suas exposições por atraírem pessoas de vários Estados do Brasil e países vizinhos. Estas têm que se adaptar para receber os visitantes, muitas vezes tendo que aumentar o número de camas extras nos hotéis e a reserva tem que ser feita com muitos meses de antecedência. Da mesma forma os restaurantes desejam saber a quantidade de pessoas para se adequar e servir bem ao cliente.

Outra parte de muita expectativa entre os orquidófilos é o encontro e o reencontro, pois a grande maioria mora longe e se comunica apenas por e-mails, então durante o evento estes encontros são recheados de muitos abraços, sorrisos e muitas, muitas fotos.
Texto: Juliana Coelho

Exposiçãoes de Orquídeas


É sem dúvida o maior evento que uma associação de orquídea pode reallizar. Estas exposições podem ser feitas de várias formas, o que vai diferenciar são os detalhes, pois este tipo de festa requer muita dedicação e criatividade.
Em uma exposição o visitante encontra num só lughar "um mar de orquídeas" (literalmente falando) de vários gêneros e espécies tornando o local um cenário belíssimo de fazer babar qualquer ser humano. Este tipo de evento atraí pessoas que já cultivam orquídeas, aqueles que têm a vontade de cultivar, mas não sabem os cuidados básicos e tem medo de ser difícil e aqueles que nunca viram uma orquídea. E sabe o que acontece com este que nunca viu? Se apaixona! Ele fica encantado com a forma, perfume, a cor e como toda exposição têm orquidários comerciais, vai lá e adquire uma orquídea. Com o passar dos anos já não sabe mais nem quantas tem. Isso acontece!
O orquidário comercial é essencial em uma exposição, porque o evento em si conta com as orquídeas de orquidófilos colecionadores, que estão lá para expor e serem julgadas por um grupo de orquidófilos que tem um certo conhecimento para julgar as melhores plantas de acordo com as categorias. Após o julgamento as plantas irão para o pódium, que é o local mais visitado e fotografado, afinal todos querem conhecer as melhores. Para que o visitante não saia frustrado após olhar tantas orquídeas lindas, os donos de orquidários estão prontos para mostrar os lançamentos, as promoções e com isso vc pode adquirir a planta que gostar na hora e geralmente por um preço acessível.
Vendo pelo lado turístico uma exposição de orquídeas é entrada de visitantes em sua cidade e isto gera renda para muita gente. É o hotel, restaurante, posto de gasolina, taxista, moto taxi, pizzaria, centro de artesanato e até para as companhias aéreas. Qual o turista que não gosta de um artesanato? Acredito que a grande maioria, leva de um simples ima de geladeira ou uma peça de um artista renomado da localidade.

Muitas cidades já estão conhecidas por suas exposições que atraem pessoas de vários estados do Brasil e países vizinhos. Estas tem que se adaptar para receber os visitantes, muitas vezes tendo que aumentar o número de Uh´s nos hoteis para hospedar e esta reserva tem que ser feita com meses de antecedência. Da mesma forma os restaurantes desejam saber a quantidade de pessoas para se adequar e servir bem ao cliente.
Outra parte de muitas expectativa entre os orquidófilos é o reencontro, pois a grande maioria mora longe e se comunicam apenas por e-mail´s, então durante o evento estes encontros são recheados de muitos abraços, sorrisos e muitas, muitas fotos. Juliana Coelho

sábado, 23 de agosto de 2008

Cattleya labiata Lindley

Cattleya labiata tipo "Vera Coelho" Foto e cultivo: Angelo Lo Re

Do gênero, a Cattleya labiata é a espécie mais conhecida e procurada pelos orquidófilos pela sua beleza, variedade, perfume e de fácil cultivo, adaptando-se a locais mais diversos e a tipos variados de substratos. Ganhou notoriedade como sendo a RAINHA DO NORDESTE, justamente por se destacar das demais Cattleya. Descrita inicialmente por John Lindley, em 1821, com sendo Cattleya labiata var. autumnalis ou simplesmente Cattleya autumnalis.
Vegeta a uma altitude que varia de 500 a 1000 metros de altitude, nos Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Ceará, a uma temperatura média de 22ºC, oscilando para menos na estação chuvosa e para mais na estação seca. "A umidade relativa anual é em torno de 70%. As noites são úmidas, com forte concentração de neblina e queda de temperatura" (L.C. Menezes - Cattleya labiata Autumnalis).
Orquídea unifoliada, de pseudobulbos subclavados, variando de 7 a 20 cm de comprimento. Suas folhas variam de 10 a 25 cm de comprimento por 4 a 8 cm de largura, dependendo da distribuição geográfica. Embora a maioria das folhas encontradas sejam oblongas, algumas se apresentam de forma pequena e arredondadas. Suas flores variam de 12 a 18 cm de diâmetro, de um perfume intenso e inconfundível no período da manhã. As variedades são muitas, citando apenas algumas: semi-alba, amoena, concolor, caerulea, rubra, entre outras.
Suas flores, de beleza exulberante, surgem com o término da primavera até o início do outono (março), conforme sua distribuição geográfica e condições climáticas.


Lou Menezes cita em seu livro "Cattleya labiata Autumnalis" alguns híbridos naturais:
C.x le czar L. Lind., cruzamento da Cattleya labiata com a Cattleya granulosa;
C. x victoria regina O´Brien, um belo cruzamento da C. labiata com a C. leopoldii Verschaff.
Schombocattleya x pernambucensis L. C. Menezes - híbrido natural entre a C. labiata e a Schomburgkia moyobanbe Schltr.

O Orquidófilo sabendo da possibilidade de hibridar e obter resultados surpreendentes com a Cattleya labiata, passou a estudá-la e a fazer cruzamentos entre várias espécies. Dos híbrido mais famosos podemos citar: C. Marstersoniae (C. labiata x C. loddigesii), C. Fabia (C. labiata x C. aurea), C. Portia (C. labiata x C. bowringiana). E o homem não parou por aí, e foi cruzando com outros gêneros e outros híbridos. Dos mais famosos podemos citar: a Lc. José Dias de Castro, a Lc. Sonia Altenburg, Bc. Pastoral Innocense, C. Bow Bells, entre outros.
No livro "A Rainha do Nordeste" de João Paulo Fontes consta uma curiosidade que me chamou a atenção: "Além das denominações de "autumnalis", warocquena" a Cattleya labiata Lindl. foi também chamada de "leminiana", "pálida", "fetiche" e "vera".

TEXTO: Vera Coelho
Fontes: "Cattleya labiata autumnalis" - Lou C. Menezes
"A Rainha do Nordeste" - João Paulo de Souza Fontes
http://www.ideariumperpetuo.com