terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Dicas de como se cultivar Vandas.

Vanda é uma orquídea monopodial que vegeta da China ao Himaláia, Nova Guiné, Filipinas, Java e norte da Austrália. São plantas de caules robustos e de flores, em geral, achatadas e de longa duração. Diversos híbridos já foram usados dentro do gênero ou por cruzamentos com orquídeas afins, como a Aerides, Ascocentrum, Ryncostylis e até mesmo a Renanthera e a Arachinis.

Vanda e gêneros relacionados necessitam de grande quantidade de nutrientes, regas constantes e muita luminosidade. A Renanthera, a Arachinis  e até mesmo as Vandas conseguem viver a sol pleno, proporcionando uma exuberante floração.

Alguns produtores de Vandas estão comercializando o corte das flores para ramalhetes, arranjos, decoração ambiente por sua durabilidade e beleza.

Ao cultivar Vandas e afins faça uma boa programação de adubação 20-20-20, alternando com um adubo de floração 10-30-20. Uma boa dica é a pulverização de glucose, que pode ser substituída pelo açúcar.

Conversando com o amigo Hermes F. Maia, de Canoas-RS, passou-me uma dica muito boa para manter a umidade, válida principalmente para quem não tem tempo de regar diáriamente e quem mora em lugares quentes."Esta idéia surgiu quando vi em um livro sobre orquídeas que as Vandas crescem nas árvores e colocam as suas raízes nos banhados que ficam por baixo". Foi então que o Hermes passou a usar nas raízes, um tubo de ensaio e troca a água sistematicamente. O resultado é surpreendente, melhorou o enraizamento e a floração. Anexo algumas fotos enviadas por ele para que tenham idéia da técnica bem sucedida.



O tubo de ensaio pode ser encontrado em lojas que vendem material para laboratório e hospital. Em Fortaleza encontrei na Real Hospitalar Ltda., do meu amigo Nicodemos Sampaio - Rua Bárbara de Alencar nº 442 - Centro - referência: por trás do Hapvida.




modelo de tubo de ensaio 10x10
Fonte: "ABC do Orquidófilo de uma, várias e muitas orquídeas" - Prof. René Rocha
e dica passada por Hermes F. Maia - http://www.orquideascanoas.com.br/

Se você também tem uma boa dica é só me informar que postarei neste blog.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

BREVIÁRIO DE ORQUIDÓFILO

Dr. Adolfo Souza Grota


Após alguns anos de lida com orquidáceas e de trato de orquidófilos,

tendo tido muitas alegrias e também muitas decepções, compuz este

breviário para meu uso pessoal.



1. Não devo ter mais orquidáceas do que as que posso tratar bem.


2. Devo tratá-las como entes vivos e procurar compreendê-las, o

que talvez constitua a meta mais importante da orquidiofilia.

3. Não devo mudar nada numa planta que está sempre progredindo

e melhorando: é uma planta satisfeita e qualquer mudança introduzida

poderá prejudicar seu ritmo.

4. Devo mexer o menos possível em minhas plantas, não as trocando

de lugar todo o momento. Devo lembrar-me que elas, a custo, criaram um

ambiente favorável e a ele se adaptaram, portanto não as devo perturbar.

5. Devo ter cuidado com as doses dos inseticidas, porque poderá
prejudicar minhas plantas.

6. O mesmo cuidado devo ter também com a adubação: não devo exigir

que minhas plantas atinjam um desenvolvimento excepcional, porque elas

se desenvolverão sempre dentro de certos limites.

7. Devo passar todo tempo que puder com minhas plantas, a fim de

conhecê-las melhor.

8. Devo estudar e observar minhas plantas e não seguir palpites na

cultura delas.

9. Devo fazer tudo direito para me tornar um bom orquidófilo e cultivador.

10. Devo tormar parte nas exposições mas não discutir julgamentos nem

prêmios, porque o prêmio máximo é a prova de cooperação que dou, levando

minhas plantas a elas.

11. Devo visitar os orquidófilos amigos procurando sempre levar-lhes uma

bonita orquídea ou uma muda de uma orquidácea, que lhes vão causar prazer.

12. Devo olhar as plantas dos amigos, mas não dar nenhuma opinião sobre elas,

a não ser que seja solicitado a fazê-lo. É próprio da vaidade humana julgar que o

que se tem é o melhor.

13. Devo dar minha opinião simplesmente, procurando termos que não firam a

sucetibilidade de ninguêm. Devo lembrar-me que a orquidofilia é um meio de

aproximação, de fazer amigos e não inimigos.

14. Nunca devo dizer que minha planta é melhor, embora, às vêzes, pense assim.

15. Devo, quando solicitado, dar os conselhos que me forem pedidos, bem claramente,

procurando com eles orientar o orquidófilo novato, não me esquecendo de que já

passei por este período.

16. Não devo fazer segredo de nada que sei, por que devo ter sempre presente que,

agindo de modo contrário, nada mais sou do que um egoísta.



Obs.: Este “Breviário” foi oferecido pelo orquidófilo Dr. Adolfo Souza Grota,

aos Associados da Sociedade Bandeirante de Orquídeas, no final de uma palestra, em 21 de outubro de 1969.