Conversamos com a amiga Apolônia Grade, Bióloga e Engenheira Ambiental de Alta Floresta-MT, nos fala com carinho de suas plantas e animais, na Chácara Recanto das Orquídeas, um verdadeiro templo da devoção à natureza.
- Morar num “paraíso” é desejo de muitos e privilégio
de poucos. Conte-nos como o seu paraíso aconteceu?
- Morar num “paraíso” é desejo de muitos e privilégio
de poucos. Conte-nos como o seu paraíso aconteceu?
- Eu costumava brincar, dizendo que enquanto os outros se preocupam em garantir o paraíso na próxima vida, eu busquei o meu agora. Mas Hoever me proibiu, dizendo: “Olha, o Paizão lá de cima pode levar isso a sério, e aí...” Parei com a brincadeira! O paraíso não veio de graça, foi construído dia-a-dia, com muito trabalho, muito suor. Quem conheceu a chácara antes da nossa chegada sabe testemunhar o quanto de trabalho foi necessário para que a transformação acontecesse. O importante é que aconteceu, e toda a família curte muito, junto, trabalha junto, e o que de melhor temos aqui é a harmonia.
- Hoje você tem uma grande diversidade de plantas, principalmente cactos e orquídeas. Como nasceu o “Recanto das Orquídeas”?
- Com uma orquídea ganha após o nascimento da Everana, que tem hoje 15 anos. E essa orquídea, uma Cattleya forbesii, agora já multiplicada, distribuída em muitos vasos, caxepôs,
nas árvores, tinha sido antes roubada de uma amiga, que, ao vê-la, reconheceu. Foi o maior mico! Tinha sido roubada da chácara dela por um menino, irmão de quem posteriormente me presenteou. Mas, resolvido o caso do furto, a amizade continua e até hoje trocamos plantas. Dessa primeira para o número de cem plantas, foram mais ou menos uns dois anos. E nunca mais esse número estacionou. Continua subindo... cactos, suculentas, bromélias, antúrios, helicônias vieram numa seqüência que nem deu para perceber!
- Você é conhecida no meio orquidófilo por ter “dedo verde”. Algum motivo para tal?
- Gosto de cuidar das plantas, cuidar mesmo, cuidar a ponto de receber plantinhas quase mortas
e fazer a recuperação delas. Pegar uma planta de cultivo difícil, como os cactos do Chile (lugar
frio) ou orquídeas rupícolas (Laelias mineiras) e descobrir uma maneira de driblar as adversidades, fazê-las viver, conseguir flor... A coleção de cactos aumentou muito, graças à técnica de mini-estufa de semeadura, que desenvolvi com pequenos potes transparentes, de 250 ml, hermeticamente fechados. Hoje, a Chácara Recanto das Orquídeas se orgulha em possuir a maior coleção particular de cactos e plantas desérticas do País, aberta à visitação, e de ter feito a primeira mostra do Estado de Mato Grosso, em setembro de 2007. Na verdade, é a dedicação que faz a diferença.
- Como surgiu a idéia de fazer um orquidário flutuante, talvez o único do mundo?
- A vida no Paralelo 13 pode ser muito seca! Temos chuvas de novembro a abril, mas nos
meses de junho, julho, agosto e setembro, a umidade relativa do ar cai tanto que até respirar fica difícil. Quando andamos na mata, somente encontramos orquídeas às margens dos rios, riachos, córregos. Observando a natureza, concluímos que devíamos aproveitar melhor o lago que contorna a chácara. Fomos deixando as idéias fluírem e acabamos construindo o mais funcional de todos os orquidários possíveis: flutua sobre o lago, sobe na cheia, desce na seca, mas tem três quisitos fundamentais: muita luz, excelente ventilação e umidade constante, mas controlada. E o melhor: nunca mais um botão, um broto ou uma raíz de orquídea apareceu roído de lesma ou caramujo!
- Seu sonho de encontrar a Cattleya violacea alba já foi realizado?
- Já cheguei na semi-alba estriata, graças ao Papai-Noel do Espírito Santo (Alek, do Orquidário
AWZ) e de Roraima (minha amiga Tereza Anater), mas o sonho da alba continua. E como é acalentador termos um sonho que nos impulsiona a correr atrás dele! Precisamos ter sempre
um sonho a mais! É o combustível que alimenta a esperança.
- Como bióloga e educadora ambiental, que mensagem você nos deixa?
- A natureza, mãe de todas as vidas da terra, não nos deu poderes especiais sobre os outros seres. Precisamos ser humildes, respeitando tudo o que está ao nosso redor, seja vegetal
ou animal. Não é por termos medo de aranha que devemos sair por aí matando todas, ou sapos, ou o que seja. Cada vida tem o seu valor. Obrigada pela oportunidade de falar com você,
e um imenso abraço a todos os orquidófilos cearenses. Amo sua terra maravilhosa!
- Hoje você tem uma grande diversidade de plantas, principalmente cactos e orquídeas. Como nasceu o “Recanto das Orquídeas”?
- Com uma orquídea ganha após o nascimento da Everana, que tem hoje 15 anos. E essa orquídea, uma Cattleya forbesii, agora já multiplicada, distribuída em muitos vasos, caxepôs,
nas árvores, tinha sido antes roubada de uma amiga, que, ao vê-la, reconheceu. Foi o maior mico! Tinha sido roubada da chácara dela por um menino, irmão de quem posteriormente me presenteou. Mas, resolvido o caso do furto, a amizade continua e até hoje trocamos plantas. Dessa primeira para o número de cem plantas, foram mais ou menos uns dois anos. E nunca mais esse número estacionou. Continua subindo... cactos, suculentas, bromélias, antúrios, helicônias vieram numa seqüência que nem deu para perceber!
- Você é conhecida no meio orquidófilo por ter “dedo verde”. Algum motivo para tal?
- Gosto de cuidar das plantas, cuidar mesmo, cuidar a ponto de receber plantinhas quase mortas
e fazer a recuperação delas. Pegar uma planta de cultivo difícil, como os cactos do Chile (lugar
frio) ou orquídeas rupícolas (Laelias mineiras) e descobrir uma maneira de driblar as adversidades, fazê-las viver, conseguir flor... A coleção de cactos aumentou muito, graças à técnica de mini-estufa de semeadura, que desenvolvi com pequenos potes transparentes, de 250 ml, hermeticamente fechados. Hoje, a Chácara Recanto das Orquídeas se orgulha em possuir a maior coleção particular de cactos e plantas desérticas do País, aberta à visitação, e de ter feito a primeira mostra do Estado de Mato Grosso, em setembro de 2007. Na verdade, é a dedicação que faz a diferença.
- Como surgiu a idéia de fazer um orquidário flutuante, talvez o único do mundo?
- A vida no Paralelo 13 pode ser muito seca! Temos chuvas de novembro a abril, mas nos
meses de junho, julho, agosto e setembro, a umidade relativa do ar cai tanto que até respirar fica difícil. Quando andamos na mata, somente encontramos orquídeas às margens dos rios, riachos, córregos. Observando a natureza, concluímos que devíamos aproveitar melhor o lago que contorna a chácara. Fomos deixando as idéias fluírem e acabamos construindo o mais funcional de todos os orquidários possíveis: flutua sobre o lago, sobe na cheia, desce na seca, mas tem três quisitos fundamentais: muita luz, excelente ventilação e umidade constante, mas controlada. E o melhor: nunca mais um botão, um broto ou uma raíz de orquídea apareceu roído de lesma ou caramujo!
- Seu sonho de encontrar a Cattleya violacea alba já foi realizado?
- Já cheguei na semi-alba estriata, graças ao Papai-Noel do Espírito Santo (Alek, do Orquidário
AWZ) e de Roraima (minha amiga Tereza Anater), mas o sonho da alba continua. E como é acalentador termos um sonho que nos impulsiona a correr atrás dele! Precisamos ter sempre
um sonho a mais! É o combustível que alimenta a esperança.
- Como bióloga e educadora ambiental, que mensagem você nos deixa?
- A natureza, mãe de todas as vidas da terra, não nos deu poderes especiais sobre os outros seres. Precisamos ser humildes, respeitando tudo o que está ao nosso redor, seja vegetal
ou animal. Não é por termos medo de aranha que devemos sair por aí matando todas, ou sapos, ou o que seja. Cada vida tem o seu valor. Obrigada pela oportunidade de falar com você,
e um imenso abraço a todos os orquidófilos cearenses. Amo sua terra maravilhosa!
Galeandra chapadensis
17 comentários:
Verita,
Apol,
vocês são maravilhosas!!!!!!
Pr
Vera, parabéns, que beleza de entrevista! Estou muito honrada de estar de certa maneira fazendo parte desse grupo de pessoas tão especiais que amam o "verde".
Pr querido,
Nós todos somos maravilhosos, porque enxergamos o verde, a beleza da natureza. Abrs, Vera
Kátia,
Você já faz parte de meu círculo de amizades, do jeito que é sensível, ama as flores, não podia ser diferente. Abraços, Vera
É maravilhoso saber do envolvimento de Apolônia e sua família com a Natureza e a manutenção dessa chácara! Parabéns! Um exemplo a ser seguido!
José Luiz,
No dia que eu for a Alta Floresta no MT, faço questão que me acompanhe. A Apolônia é uma amiga que aprendi a amar porque se identifica com o verde, com os animais, com a vida. Ao voltarmos de lá, veremos o quanto temos ainda a aprender. Abraços, Vera
Vera, Que lindo reportage a Apolonia, Felicitaciones.
Vera,permíteme que desde tu hermoso blog le envíe a Apolonia todas mis mejores intenciones para que supere pronto lo que la aflige en este momento,Gracias
Beijos
Noemí
Noemi querida, que bom que visitou meu blog. Escreva sempre que o visitar. A Apolônia é uma amiga muito querida de todos nós. Com certeza superará todos os problemas de saúde. O importante é que estejamos em eterna corrente de orações. Grande abraço, minha amiga. Vera
Apolônia é um exemplo de respeito à natureza, e de como cuidar das plantas. E o melhor de tudo que é ela não guarda seus conhecimentos só para si, mas difunde-os, proporcionando a todos nós o prazer da boa informação. Quero ser tão bom , como vc! Admiro demais o seu trabalho. Parabéns!
Glênio, Sete Lagoas/MG
Gostaria que fazer um pedido de algumas plantas que você tem no orkut mas não consigo acessar, pois esta lotado. Sheila email sheilagfw@hotmail.com
Eu amo rosa do deserto gostaria de adquiri sementes pelo correio como fazer pedido
Oi Apolónia,boa noite,gosto muito do seus vídeos eles nos ensina muito em breve vou comprar mudas de 🌹 do deserto Que Deus te abençoe
Boa tarde Apolônia sobre o vídeo da pochypodium, palmeira de Madagascar a primeira que você mostrou e uma Geayi a segunda uma Lamerei.
A Geayi tem folhas finas e rosadas no centro.
Apolónia, boa noite! Comecei a colecionar Rosas do Deserto em fevereiro de 2019. Gostaria de enviar a foto de um botão de RD, totalmente diferente das demais. São vários e todos no mesmo formato. Como faço para vc me responder algo?
Comprei uma rosa do deserto roxa dobrada,mas não avisaram que não pode deixar brotar abaixo do enxerto. Os galhos abaixo deram rosas simples e na cor rosa. O que devo fazer Apolônia?
Como se faz para você responder?
Como se faz para você responder? Tenho fé que você vai me responder.
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