quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Renanopsis Santa Cruz ‘Leopardus’ HCC/AOS

Esta linda vandácea híbrida é o cruzamento entre Vandopsis gigantea e Renanthera monachica.  Ambas as matrizes possuem a parte vegetativa resistente e rústica e o híbrido manteve essas características. Para um paisagista, se essa planta ainda não fosse incomum em cultivo, com certeza eu a usaria nas árvores dos jardins dos meus clientes. Segue abaixo as fotos das matrizes (Vandopsis à cima e Renanthera à baixo):
                                                     




 
 
 
 
 
 
 
 
O orquidário autor do cruzamento foi o Orquidário Santa Cruz, de Bauru, interior de São Paulo e o distribuidor dela aqui no Rio de Janeiro é o orquidário Itaorchids, de Itaboraí, cidade histórica de 225 mil habitantes, próxima a Niterói, RJ. Em setembro de 2008, na nossa exposição do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, juízes da AOS (American Orchid Society) aqui nos visitando, premiaram com um HCC (Highly Commended Certificate) de 77 pontos, um exemplar desse cruzamento ali exposto pelo Itaorchids. Esse não é um fato corriqueiro, pois os juízes da AOS são muito criteriosos nas suas escolhas. A premiação foi destinada para a planta ainda com o nome do cruzamento, pois o seu registro de híbrido junto ao RHS (Royal Horticultural Society) se deu apenas no ano seguinte. Vocês poderão ver abaixo duas fotos do registro da premiação ainda com o nome do cruzamento:




O sucesso do híbrido junto à AOS e ao público pedia um registro e em primeiro de maio de 2009 , Jorge Luis Abreu da Silva, dono do orquidário Itaorchids, teve aprovado o registro do híbrido no RHS, homenageando no seu nome o autor do cruzamento. Renanopsis é a sigla que se usa para citar o cruzamento entre Renanthera e Vandopsis. No caso, o pólen foi fornecido pela Renanthera monachica e a cápsula foi gerada pela Vandopsis gigantea. Eu pessoalmente cheguei a ver cerca de meia dúzia de exemplares floridos em exposições diversas e posso dizer que essa foi uma sementeira muito homogênea. A parte vegetativa tem o tamanho similar à de uma Vanda híbrida, só que é mais firme, com folhas mais duras, mais largas e ligeiramente bronzeadas na base junto ao “tronco”. As flores se abrem amarelo ouro com pintas bordô e à medida em que envelhecem, vão escurecendo a cor do fundo, que passa do amarelo ouro ao laranja ferrugem. O diâmetro das flores é de cerca de 5 cm. O exemplar das fotos foi privilegiado com manchas mais complexas do que as que vi nas outras plantas. As manchas são cor de vinho, rodeadas por outras manchas menores bordô amarronzado, muito parecidas com as pintas de um felino, daí o nome clonal dado por mim. Uma vez que o híbrido não é produto de meristema, cada planta é um indivíduo diferente, o qual pode receber um nome clonal próprio. Um dia ainda amarro o meu Renanopsis em uma bela árvore do jardim.



Carlos Keller

Rio de Janeiro, RJ

carlosgkeller@terra.com.br

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