Cattleya labiata tipo 'Estrela de Pernambuco'
Nós orquidófilos, quando começamos a cultivar orquídeas formamos uma coleção com plantas relativamente comuns. Depois aos poucos, vamos aprendendo a escolher, selecionar e adquirir, cada vez mais, plantas raras e exclusivas. Quando nos tornamos veteranos e passamos a ter e dominar todos os preciosos contatos, o caminho das pedras acaba ficando totalmente familiar. Aquelas orquídeas que antes nos faziam perder madrugadas em viagens para obtê-las, agora nos caem aos pés e muitas vezes, numa postura blasé, nem nos empenhamos o suficiente para segurá-las. A coleção vai crescendo e por maior que seja a nossa estufa, a seleção se torna imprescindível. A falta de espaço nos obriga a descartar aquelas orquídeas, cujas flores possuem pior e ultrapassada qualidade técnica. A muda que ganhamos da vizinha, a plantinha que encontramos caída ao chão numa beira de estrada e até o precioso presente de aniversário da filhinha comprado na porta de um supermercado, pouco a pouco vão desaparecendo do nosso orquidário. Nas bancadas agora só se vêem as orquídeas campeãs, as raridades. Seria então lógico que eu me desfizesse desta Cattleya labiata das fotos, afinal ela nem de longe tem os requisitos técnicos avançados apresentados pelas labiatas atuais. Por que será então que eu a mantenho na coleção? A resposta é simples, porque ela é bela! A beleza intrínseca nunca será ultrapassada. Alguns antigos modelos de Ferrari, Mercedes ou Lótus, aqueles que têm um algo a mais, mesmo ao lado dos potentes modelos atuais, acabam cercados de admiradores nos salões de exposição. Com as orquídeas acontece o mesmo. Já vi muitas vezes aCattleya labiata amesiana ‘Márcia Regina’ faturar um lugar no pódio das exposições. Isso para uma planta antiga, descoberta na natureza em 1951 é algo extraordinário. Com certeza a beleza daquela flor de alabastro ainda hoje conquista o coração dos juízes. A Cattleya labiata tipo das fotos, apesar dos segmentos florais estreitos para aos padrões atuais, possui uma boa armação e tem uma luz que brota do centro das pétalas, que a faz brilhar como uma estrela. É uma flor iluminada! A busca dos orquidófilos em criar flores cada vez maiores e com mais substância, muitas vezes os faz lançar mão da poliploidia. Flores tetraplóides, as chamadas 4n, por exemplo, realmente são maiores e mais robustas do que as normais, diplóides (2n), mas existe aí um efeito colateral: na maioria das vezes essas plantas 4n dão poucas flores por haste. Flores lindas, grandes, mas geralmente duas ou três por haste apenas. As triplóides (3n) são as mais prolíficas em quantidade de flor por haste, mas são quase estéreis. O cromossomo ímpar fica vagando sem parceiro. Só mesmo outra triplóide para resolver o problema. As diplóides (2n), configuração comum na natureza, no final são a que dão as mais produtivas touceiras, como é o caso desta da foto. Ganhei esta planta como divisão do meu amigo Jarbas Nobre, de Cabedelo, Paraíba, em junho de 2005. Será que ela sustenta o pomposo nome clonal? Eu acho que sim... Carlos.
Um comentário:
Olá!
É possível usar essa foto para divulgar nossa 6ª EXPOSIÇÃO DE ORQUIDEAS - Cattleya labiata.
Aguardamos retorno
Obrigada
Postar um comentário