quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

INDUÇÃO DE BROTAÇÃO




Este assunto veio à tona nas listas de discussão de orquídeas por esses dias. Nunca a pratiquei por falta de coragem, no entanto, quem já o fez, não se arrependeu, hoje tem belíssimas touceiras com floração abundante. É como fazer uma cirurgia, sem dar ou tomar anestesia.

Certa vez, o amigo Ricardo Vieira, de Nova Iguaçu-RJ, nos passou algumas informações, as quais transcrevo:

"Quanto a controvérsia sobre indução, vou falar um pouco...
As orquídeas são realmente fascinantes, já fiz diversos tipos de indução:
Corte até a metade nas gemas adormecidas - Fiz esta experiência com uma Lc. Luminosa e com uma C. warneri. Todos os brotos em que eu fiz o corte brotaram, recentemente dois viraram flores na Cattleya warneri...
Indução dos nós de Dendrobium - Outra experiência, também deu certo, agora tem que ter cuidado no momento de transportar os brotos. Dendrobiuns geralmente não gostam muito de transplante, e se colocá-los em um ambiente com um mínimo de diferença, eles sentem logo. Aguarde também um bom desenvolvimento das suas raízes.
Corte de bulbos traseiros e saco plástico - Já recuperei até Bifrenárias com esta estratégia, deixa os Bulbos juntamente com sphagnum, fibra de xaxim ou fibra de coco dentro de um saco plástico transparente, usa aqueles de guardar carne na geladeira. O importante é deixar tudo sempre um pouco úmido, não muito, senão apodrece os bulbos. Anota o dia em que fez tal experiência. Geralmente pode retirar a orquídea seis meses depois.
Tem outras formas também, o Cassiano Lamartine, de Natal-RN, já me informou sobre o uso de
ferro de solda, o bom que o calor já esteriliza a ferramenta. Mas ainda não fiz esta experiência...
Tem uma outra indução que ainda não fiz e dizem ser a mais fácil aparentemente, que é a indução em haste de Phalaenopsis, neste gênero você deixa um maço de sphagnum embebido em água na haste, onde tem uma pequena gema. Dentro de algum tempo brotará um keike. O problema é que o tempo gasto em esperar o broto ficar no ponto e tal, é mais facil comprar uma Phalaenopsis já adulta...
Ah! Antes que eu me esqueça, eu não fiz uso em nenhum dos casos acima de produtos tais como Benerva(Vitamina B1), Supertrhive, Biofert Raiz, etc...
Foi tudo na base da umidade e luz. Somente um pozinho de canela para evitar problemas provenientes de cortes da planta. "

A Edzilda, de Rolândia-PR, passou umas dicas bem interessante, cruéis, mas funcionais. Através de uma série de perguntas e respostas, a Dê como é conhecida, conseguiu transmitir este assunto com muita sabedoria à Cinara, Três Rios-RJ e de carona aos participantes das listas de orquídeas.
- Quando as raízes começam a sair do vaso, não temos que trocar, dividindo a planta ou colocando-a em um vaso maior?

- Quando é assim, eu replanto em vaso maior, e apenas completo o substrato.

- Quando fazemos isso a planta demora a florir novamente?

- Não, se você não mexer muito com as raízes, a planta não sente e floresce na época. A planta só não floresce quando você divide muito e mexe demais com as raízes, mesmo assim tenho tirado cortes com 3 ou 4 bulbos que a planta floresce normalmente sem falhar ano, é claro que não é uma boa floração, mas floresce.

- Então como é que vocês conseguem estas touceiras cheinhas de flores?

- Se for uma planta que tem só uma guia, você pode induzir novas frentes para ela entouceirar mais rápido.

- E como induzir novas frentes?

- Furo na furadeira mesmo, entre um bulbo e outro.

A Claudeth Ferraz, de Rondonópolis-MT complementa: A todos que tem receio de induzir brotação pelo método de furar entre os bulbos, digo: NÃO TEMAM! FUNCIONA. E a planta não sofre se você utilizar um objeto (tipo um arame grosso ou agulha de croche sem a bolinha na ponta) bem quente (tem que estar com mais ou menos 1 cm de ponta vermelha, encadecente mesmo. Introduza emporando sempre pra frente, sem dó. Se ficar tira, poe, judia da planta. É otimo. Brota mesmo. Eu e meu esposo Gilmar, fazemos sempre em nossas plantas e fazemos na plantas de amigos que pedem que ensinemos. Não mata, pois vc não está "cortando" e sim furando, a planta vai achar que ali foi rompido e vai liberar uma nova brotação tentando sobreviver. É apenas uma questão de brincar com a "cabeça" da orquidea, hehehehe. Deixar ela meio variada, daí ela toma uma atitude e BROTAÇÃO NOVA, OBA!!!

A Dê recomenda celar o furo com um fungicida ou pasta de canela, para cicatrizar.

Outra forma de induzir a brotação de gemas trazeiras é a escovação, diz Solange Menezes, São Paulo, capital. Aprendi isso com um orquidófilo de São Paulo, o Monetaka, e aplico até hoje. Pegue uma escova de dentes velha (aquela que usamos para limpar cochonilhas) e massageie as gemas adormecidas. Em seguida passe um hormônio enraizador ou uma pasta de canela em pó com óleo mineral sobre a gema. Esta operação pode ser repetida outras vezes (2 a 3 vezes por semana) até perceber a gema inchando. Este método também serve para induzir brotação de Phalaenopsis na haste floral. Basta incentivar as geminhas da haste.

Para efeito de ilustração, segue uma sequência de fotos de indução de frentes. Obrigada a todos que colaboraram. As cenas a seguir são fortes:



Fotos: Francisco Furtado - Shyko
e João Hellmann

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Mais dicas de como evitar fungos nas orquídeas.

Acho q encontrei um tempinho para "trocar uma prosa", diz Sérgio Leite. Em primeiro lugar, um grande abraço. Estou mudando aos poucos a minha coleção de brita (seixo rolado, na verdade) para casca de pinus com carvão. Um colega na lista já havia citado a mistura da casca com a brita e, pelas fotos, conseguia excelente resultado. Eu, na verdade, uso o carvão pois já vem junto e, confesso, por não ter tido tempo/paciência de experimentar outras fibras na composição, com base nos estudos que o Ricardo Cruz mandou há alguns anos, sobre as experiências em Michigan onde foi constatado que a casca não retém nitratos, o que seria a justificativa para o entendimento de que a casca de pínus roubaria Nitrogênio. Desde então, penso qual seria a tal fibra orgânica ideal para acrescentar 20% às cascas de pinus. Muito obrigado e um grande abraço. Sérgio Leite




Muito cuidado quem usa fibra de coco como substrato, diz o Prof. René Rocha, devido a sua alta retenção de água e rápida decomposição em tempo quente e úmido, tornando-se um caldo de cultura para fungos e bactérias. O uso de um substrato de rápida drenagem e boa aeração das raízes é o ideal para enfrentamento de tempos das chuvas contínuas. Por isso optei pelo uso de cascas de pinus + brita como o mais geral em meus orquidários, um ao ar livre outro sob cobertura de telhas semi-transparentes de polipropileno. O primeiro cuidado deverá ser o de tentar amenizar a exagerada umidade por abrigo do orquidário com lonas transparentes, cuidando para não abafar o ambiente, usando recursos para não impedir a ventilação ou até mesmo de ventiladores em locais muito quentes. Ao mesmo tempo, retirar e isolar todas as plantas contaminadas com fungioses e bacterioses - para tratamento e isolamento em quarentena. Ao decidir que produtos usar, existem vários deles e com destinações específicas, melhor contatar e pedir visita de um agrônomo que entenda bem de orquídeas. Eu narrei, em e-mail anterior, apenas o que uso com sucesso ha vários anos.Mas cada orquidário é um caso a parte. O que pode ser bom para um, pode não ser para outro.




Ainda uso um pouquinho bem racionado de fibra de xaxim (ainda a tenho em estoque) junto às cascas de pinus, brita e carvão. Mas pode usar um pouco de esfágno bem lavado, para o mesmo fim. Porém, o que resolve, mesmo, é a adubação com regularidade (de 7 em 7 dias, metade da dose, ou de 15 em 15 dias dose normal) na formulação 20-20-20 e depois com o 15-30-15 a partir de 3 meses antes da florada. Regularidade na adubação é o segredo.Evite a todo custo a fibra de coco que é uma mer....cadoria de última categoria. Assim também os adubos ORGÂNICOS EM ÉPOCAS DE CHUVARADA, COMO AGORA, POIS SE TRANSFORMAM EM CALDO DE CULTURA PARA FUNGOS E BACTÉRIAS. O mestre Ricardo Cruz deu uma sumida das listas, não sei o porque e está em Vitória no ES e sem o mesmo endereço de e-mail antigo. Mas sobre o artigo a que você se refere é tocante à baixa retenção de sais na casca de pinus pela lixiviação facilitada que ela favorece. Mas para mim isso não é nenhum problema, sim solução, já que de quando em quando a gente tem mesmo que fazer um wather flush (lixiviação por jato d'água) para que não percamos em condutividade causada pelo acúmulo de restos de sais no substrato. Sem um condutivímetro para efetuar essas medições, devemos, pelo sim e pelo não acrescentar 15 a 20 % de fibra de xaxim ou de esfágno (nunca a fibra de coco), sem deixarmos de lado a prática da lixiviação (wather flush) pelo menos a cada 2 meses. Abraços, Prof. René Rocha www.abcdoorquidofilo.vai.la/



Só para lembrar, ao cobrir com plastico, não esqueça de fazer um "projetinho" fazendo a estrutra em arcos (ou meio arcos) ou ainda, deixando uma inclinação minima de 30%. Por experiencia própria pois "estraguei" 300m² de plastico por falha no projeto e ainda quase perdi a estrutura devido as bacias de água que se formaram devida a pouca inclinação. O plastico leitoso "deu" uma luminosidade interna em torno de 9.000lux enquanto externamente estava com 100.000lux, o que da uma retenção de 90%(ótimo para phalaenopsis e filhotes de orquideas na fase de aclimatização). Ja o plastico transparente (me informaram que retem de 40 a 50%) abraços e boa sorte na empreitada Luiggi - Lençois Paulista

O ideal é ter orquidário coberto em cima e aberto dos lados. Vc poderia usar um plástico agrícola, que é barato e prático. Aí como a época das chuvas é bem definida, se vc fizesse um mecanismo que permitisse a cobertura sair e cobrir de novo seria o ideal. Assim vc cobre na época de chuvas e deixa aberto o resto do ano para se beneficiar do sereno, que aí que é seco, faz bem. Carlos. Carlos Keller - Rio de Janeiro - RJcarlosgkeller@terra.com.br

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Outros fungos, o que fazer?

Desta vez quem nos orienta é o grande orquidófilos de Florianópolis, Carlos Gomes, proprietário do orquidário comercial, que leva seu nome. Diga-se de passagem, mas o Carlos faz melhoramentos belíssimos na Laelia purpurata, Cattleya intermedia, Cattleya leopoldii e outras mais. Confiram no site dele, vale a pena: http://www.orquidariocarlosgomes.com/

Vera, realmente esse ano tem sido atipico em termos de infestação por fungos. Normalmente, temos ataques na entrada e saida do inverno, em que sempre perdemos algumas plantas pequenas ou brotos de plantas adultas. O sintoma é o enegrecimento dos bulbo mais novos e se não cuidada, a perda da planta.
Aqui no sul, temos tido chuvas frequentes desde agosto de 2008, e mesmo esse ano raramente temos um semana sem alguns dias de chuva. Como consequência, as plantas raramente secam, mesmo quando ventiladas e cultivadas em brita como é o nosso caso. Muitos orquidofilos tem me contatado para falar do problema. Parece que acontece em todo o Brasil, em maior ou menor escala. Aqui em casa, perdemos grande quantidade de seedlings, pois são as plantas de menor resistência. As adultas podem ser salvas se vistas a tempo e tomadas as precauções.
O grande culpado é o fungo Pythium ultimum, geralmente associado a bacteria Erwinia carotovora. Não vou entrar em detalhes sobre eles mas já foi publicado muito na Internet, em revistas de orquideas e mesmo aqui na lista. O importante é descobrir a fonte da infestação, geralmente a água de regas, ou adubos orgânicos, como a torta de mamona mal armazenada (o Pythium é um fungo de solo letal para as orquideas), substratos contaminados, etc... Geralmente o orquidofilo é o vetor desses fungos, seja atraves de ferramentas não esterilizadas, vasos sujos, substratos e drenos contaminados, etc...
Mas o que fazer após a contaminação? Buenas, se for em pequena escala, algo que dê para suportar, basta aplicar um fungicida sistêmico, especial para esse fungo e cuidar das fontes de transmissão.
No caso comercial, com milhares de plantas, a coisa é mais complicada!
Aqui eu estou atacando por todos os lados que posso. Estou fazendo um novo poço para a fonte de agua, com 20 m de profunddade, para eliminar a possibilidade da água ter sido contaminada com toda aquela chuva do ano passado. Já passamos várias vezes os fungicidas especificos, tanto para bacteria quanto para fungos, como o Kazumin e o Aliette, ambos muito bons para esse caso. Outra providência foi desenvasar todas as plantas em locais com alguma planta com problema. Ja estamos com mais de 30 mil plantas desenvasadas! E só iremos envasar quando o problema acabar em todo o orquidario.
É muito trabalho e muito custo, mas é uma maneira eficaz. Depois de desenvasar, aplicamos os fungicidas semanalmente em toda a planta. Elas ficam dentro dos vasos vazios e logo enraizam, apos a morte do fungo. Alem disso, aplicamos tambem o Dithane, para prevenir o ataque de outros fungos oportunistas.
Desse modo estamos conseguindo reduzir drasticamente as perdas de plantas. Mesmo assim, ja foram mais de mil...
Infelizmente não conheço nada eficaz contra esse fungo e bacteria, que não seja quimico. Devemos lembrar que a atuação deles é extremanente rápida, matando a planta em poucos dias. Assim, o tratamento com produtos de atuação lenta provavelmente terá pouca eficácia contra plantas infectadas.
Abraços e disponham, lembrando que estou de férias....
Carlos Gomes


Pesquisando: O que é Erwinia carotovora? E como se apresenta esta bactéria na planta.
PODRIDÃO MOLE OU PÉ NEGRO, Erwinia carotovora subspp.carotovora e atroseptica(van Hall) Dyc
Bactérias

Sintomatologia Os caules infectados apresentam uma podridão típica, com o aspecto de tinta preta.A folhagem torna-se clorótica, os folíolos inicialmente tendem a enrolar-se, murchando e morrendo em seguida. Posteriormente, toda a planta acaba por murchar e morrer.O sintoma típico no tubérculo é caracterizado por uma podridão húmida e mole da medula, exalando um cheiro forte a peixe podre, que a partir da zona do hilo se estende para áreas mais profundas.Biologia O inóculo primário encontra-se sobre o tubérculo mãe ou no interior do mesmo, tendo penetrado pelas feridas provocadas durante a colheita.Após a plantação os tubérculos vão-se deteriorando, libertando grande quantidade de bactérias, as quais vão infectar as plantas vizinhas.A transmissão da doença é favorecida por solos húmidos e temperaturas baixas.Solos húmidos e frescos na altura da plantação, e temperaturas altas na altura da emergência, favorecem a presença da bactéria.
Fonte: http://www.sapecagro.pt/internet/webteca/artigo.asp?id=40&url_txt=&link

Soluções para um orquidário.

Caso seu orquidário esteja com problemas de ventilação, excesso de plantas, aparecendo insetos indesejáveis, manchas nas folhas, pseudobulbos moles, não deixa de ser uma preocupação. Alguns orquidófilos apontaram algumas soluções emergenciais para estes problemas:

Para manchas anelares, possivelmente fungos, podemos ter uma série de atitudes e produtos, mais naturais ou mais químicos!
Para pseudobulbos moles se for podridão parda ou podridão negra a coisa pega. Desenvase a planta, retire o substrato e raízes mortas, corte os pseudobulbos podres e aplique um fungicida na planta, pode até ser canela recém moída, e deixe em local menos úmido!
Detalhe jogue tudo fora (raízes- substrato- bulbos) e desinfeste os materiais não descartáveis com alvejante (cloro) ou com formol.
[]s
Nelson Barbosa Machado NetoProf. Dr. Biologia VegetalUNOESTE


Voce pode cobrir com plástico agricola deixando as laterais com tela sombreada, na falta da cobertura so resta aplicação de bactericidas (sempre mudando o principio ativo (para não formar resistencias) e de fungicidas, de contato para evitar a instalação de fungos e sistemicos para fungos ja instalados, mas isso voce ja sabia né!! abraços Luiggi lençois pta sp

Oi, Vera e demais amigos cearenses! Pode ficar certa que tais problemas não ocorrrem somente com vocês . Venho observando ao longo dos anos a alta incidência de doenças , especialmente a "podridão negra" nos períodos de inverno, época de chvas intensas e constantes por períodos mais ou menos longos. As labiatas são especialmente atingidas, seguidas de seus híbridos e Hadrolaelias purpuratas, enquanto outras plantas parecem nada sentir os efeitos da umidade excessiva. Claro que existem soluções para combater o problema, mas nem todas as soluções apresentadas são aplicáveis a este ou aquele orquidário.1 - Poderíamos cobrir todo o orquidário durante o inverno com uma cobertura transparente do tipo tela ou filme plástico mas isso só funciona para pequenos espaços pois o vento danifica muito a cobertura e volta-se à estaca zero; 2 - Poderíamos retirar todas as labiatas e híbridos , bem como as hadrolaelias e outras mais sensíveis ao inverno , para um local abrigado do excesso de chuvas; mas, pergunto eu, quem é que dispõe desse espaço hoje em dia em nossos mini-quintais cada vez mais apertados ? 3 - Para finalizar, vai uma sugestão que talvez possa ser aplicada senão em todas, pelo menos em parte das orquídeas mais propensas a serem atingidas por esses males. Usar substratos que não retenham a umidade. Hugo Albuquerque, João Pesso-PB.

1 - separe as plantas por lotes de acometimento pelo tipo de fungo e/ou de bactéria surgido. O mais grave são os de manchas anelares e as bacterioses. Verifique, nessas se já não estão acometidas de canela seca. Saberá se é de origem fúngica ou bacteriana, lendo nosso ABC do orquidófilo na página 299 a 306. Mas vê se estuda direito dessa vez, em!? (Risos!)
2- faça o tratamento, conforme indicado para cada tipo de mal, planta por planta e isole-as em quarentena em local protegido de chuva, para que sequem durante vários dias. Use todas as recomendações de inspeção ali sugeridas além da medicação mais adequada para fungo ao bactéria e lembre-se de que são ambos oportunistas, geralmente surgindo juntos, um facilitando a entrada do outro.
3- Pelo quadro que você descreveu, o único bom resultado poderá obter é mesmo com o fungicida sistêmico em todas as plantas, e tratamento naquelas acometidas por canela seca e/ou bactérias, conforme sugerido pelo Prof. Dr. Nelson: Desenvase, corte das partes atingidas (queime-as, depois junto com o substrato contaminado) e faça desinfecção da parte boa da planta com imersão em de água sanitária por uma hora, depois enxágue e polvilhe com bastante pó de canela e deixe a planta secando, pendurada em um varal ao abrigo de chuva e em local de quarentena longe do orquidário, até que mostre sinais de recuperação, se mostrar. Como o tempo está com alta umidade no ar, borrife essas plantas de isolamento apenas duas vezes por semana com solução com 10 gotas por litro de água de complexo B. Só quando recuperadas replante-as em substrato e vaso novo. Queime as partes descartadas (substrato, bulbos, folhas ou raízes atacadas e desinfeccione os vasos, caso queira reutiliza-los). Nesse caso, de bacterioses mais fungos da fusariose (CANELA-SECA - págs. 303 E 304) desinfeccione as bancadas com água sanitária: 1 copo para 1 litro de água. Atente para que fusariose é provocada por fungos e bactérias de solo em respingos de chuva quando bancadas muito baixas, ou por respingos de plantas contaminadas, um problema para quem cultiva plantas penduradas uma sobre as outras. Estou repassando esse e-mail ao Renam Abranches que está com o mesmo problema, ainda mais porque é alérgico a produtos químicos. Dos males, devemos escolher sempre o menos pior. Para saber mais sobre qualquer produto agrícola http://www4.anvisa.gov.br/agrosia/asp/default.asp. Lembrem-se de que o produto que indico é um neonicotinoide, dos menos perigosos para a saúde humana, de reentrada em apenas 24 horas, faixa verde.Confirmem o que eu digo com um bom agrônomo. Mas isso não significa que dispense o uso do EPI mínimo (equipamento de proteção individual) ao aplicador. Se até para aplicar água sanitária é bom usar, quanto mais para qualquer outro produto químico. E, por favor, não deem chance ao azar: Leiam bem as págs. 305 e 306 sobre os métodos de convivência e controle. O segredo é nunca deixar a coisa se agravar para depois ter de correr atrás. Leiam bem da página 291 até a 306.No caso de vocês aí incluo o uso de uma lona plástica como cobertura provisória, até que passem as chuvas intensas. E por favor às suas orquídeas, lembrem-se de que receitinhas do vovó só funcionam mesmo é como preventivo, raramente como curativo.E que, mesmo produtos ditos naturais podem ser tóxicos e venenosos para orquídeas e/ou animais, aí incluindo o macaco-homem. Por favor esqueçam a calda bordaleza para orquídeas, esse por motivo do tipo do cobre em altas dosagens e mesmo a calda sulfocálcica por motivos de desequilíbrios de Ph que provoca nas orquídeas.Talvez a calda Viçosa, mas não tenho experiência dela para poder recomendá-la. Penso que o mestre Gustavo Denarde possa nos falar a respeito dela. Desculpem o artigo longo, mas não teve como ser menor em assunto tão amplo e controverso. O meu livro traz melhores e mais detalhadas explicações. Também peço desculparem-me minha ausência a partir de amanhã, quando farei uma cirurgia e devo ficar de molho até o final de semana. Espero ter ajudado e descomplicado sem ter atrapalhado, Abraços a todos, Prof. René Rocha www.abcdoorquidofilo.vai.la/

As primeiras providências são reduzir a rega e aumentar a ventilação.(Vc deve proporcionar uma variação significativa da umidade ambiental média durante o dia). Esse binômio ajudará a reduzir a propagação dos fungos e evitar mais ataques nas folhas. Já nas raízes, a situação é mais delicada, porém tem jeito. Quando o substrato teima em ficar encharcado (esfagno, fibra de coco, etc), eu não tenho receios não. Vou com cuidado e tiro partes do substrato para melhorar a ventilação. Algumas vezes eu faço canais da superfície até a drenagem. E, em alguns casos, onde o sol possa queimar as raízes recentemente expostas, eu cubro com isopor picado. Claro que esse é um sinal de que o cultivo precisa ser adequado. Se a correção das condições ambientais não resolverem o problema, será preciso corrigir o substrato, a drenagem (ou os dois) ou, ainda, pensar em trocar o tipo de vaso, suspendê-los ou deixar mais espaço entre eles. Vale a observação e os testes.
Pode parecer exagero mas, depois de "arrumar" o substrato de cada vaso, eu lavo as mãos com sabão de coco, enxáguo com água e, em seguida, com álcool 98º. O seguro morreu de velho (risos).
Vera, a brita misturada ajuda muito. Quando se usa somente brita, a retenção de umidade é muito grande, ao contrário do que muitos pensam. Se os grãos forem menores, a retenção ainda é maior. Não porque elas absorvam muita água (embora algumas absorvam). Agora, a grande ajuda na mistura com outros substratos é promover a ventilação, o que reduz o encharcamento. Procure remover sem "desenraizar" a planta se ela estiver em repouso. Se houver poucas raízes, recomendo colocar um tripé e fixar a planta com arame recoberto. Agora, se estiver emitindo raízes, vale a pena um replante. Os vasos, sempre, devem estar espaçados. Em alguns ambientes, mais do que os outros. Alguns recomendam um palmo de distância e isso funciona quando ainda temos poucas plantas. O importante é que as folhas não encostem nas folhas das outras plantas e que o ar circulte entre os vasos. Como a sua situação é de emergência, eu removeria temporariamente algumas partes das laterais. Digo temporiamente pois isso pode reduzir muito a umidade ambiental em outros perídos (o ideal é que ela fique sempre entre 30% e 60%). Assim, encontre um jeito de fazer uma "janela removível". Bom cultivo.
Grande abraço. Sérgio Leite - Belém-Pa.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Tempo de chuva, tempo de praga!

Como este assunto preocupa todo orquidófilo amador, fiz esta indagação e diversos amigos se pronunciaram a respeito. Escolhi a mensagem do Ricardo Cruz, que nos deu uma verdadeira aula. Vejam só o que diz:


Alô Vera,

Ando afastado da lista (trabalho como sempre), mas ainda estou no pedaço e ocasionalmente ainda leio nossa lista, e cabe um comentário no assunto.

Nessa época do ano, com as chuvas, vem esse extraordinário aumento de umidade e, os dias de estiagem com sol forte e temperatura elevada, fazem o ambiente perfeito para fungos e bactérias. E aí acontece o dilema do orquidófilo.

O caso é o seguinte: se não prevenir uma infestação, que é uma perda de controle das pragas em um cultivo, depois será necessário combater com armas poderosas. E aí se cai na questão de quais defensivos e dos métodos a utilizar (a história de botar a tranca depois da porta arrombada).

Um breve resumo das pragas, visíveis e invisíveis a olho nu: insetos, fungos e bactérias.

Insetos

Nos ramo dos insetos, temos como campeões a cochonila em suas várias formas, moscas e besouros, afídeos (pulgões, também de varios tipos), ácaros, bem como caramujos, tatuzinhos e outras desgraças de substrato e formigas.

E perguntareis, caros, formigas são pragas? Não exatamente, já que é raro estrago causado por elas em orquídeas (algumas orquídeas fazem simbiose e se desenvolvem apenas em contato com formigas), mas pelo fato das mesmas levarem e protegerem os pulgões, que secretam um líquido após sugarem as plantas, o qual é apreciado pelas formigas. As formigas "pastoreiam" os pulgões, como se fossem vacas e, assim como na Índia (se me permitem), para as formigas os pulgões são sagrados...

Controle de moscas e avoantes em geral são feitos por inseticidas de contato, que no tempo das chuvas têm baixo poder residual, sendo lavados pela água. Os insetos que colocam ovos, seja, nas raízes ou perfurando bulbos e brotos, deve ser combatidos com inseticida sistêmico (o mais sensato usar em tempo de chuvas). As placas coloridas com adesivo (azul para insetos de vôo rápido e amarelo para os de voo (já sem acento) lento - ou vice-versa, não consigo lembrar) ajudam a capturar os meliantes. Os tripes, altamente móveis, podem ser capturados com etiquetas brancas. E coisa caseira, só com cola, não usam a totalidade do método - as profissionais são mais efetivas, pois possuem também inseticida. Essas placas parecem coisa de simpatia - funcionam e tal, mas é meio desperdício de tempo e talento - são válidas se você morar numa região onde a quantidade de insetos é fenomenal. São importantes para capturar e identificar algum inseto que possa requerer um defensivo específico, e são efetivos em grandes cultivos (de 1.000/2.000 plantas para cima). Em cultivo amador são meio assim, digamos. Ajudam mas não resolvem.

Cochonilhas são o problema mais sério e o menos levado a sério. Como a gente pode ver a maldita, achamos que o que não vemos não existe e aí mora o perigo. São díficeis de eliminar a partir de um certo estágio, e se estiver espalhada por todo orquidário, a perda de plantas é certa. Em nosso país, de clima temperado e quente, um bom método de combate é também um pouco arriscado - o óleo mineral. O efeito do sol agregado ao óleo mineral pode causar problemas - nunca passar de 1%.

Vejam a escalada do problema:
pouca coisa: limpeza e eliminação das partes infectadas; populações baixas do inseto, mas disseminadas por várias plantas: óleo mineral (0,5% a 1%); populações moderadas do inseto por várias plantas - óleo mineral (0,5% a 1%) + inseticida fosforado; altas infestações, por todo orquidário e em grande quantidade por planta: carbamatos e fosforados sistêmicos

Os ácaros parecem não se importar muito com os inseticidas normais e vão levando sua vidinha. Orquídeas de folhas finas sofrem muito (em Catasetum é quase uma norma) e precisam de defensivo específico, normalmente piretróides (o melhor que sei é o Vertimec - abamectina).

Bem, e a prevenção? Dos defensivos alternativos, como inseticidas há o óleo mineral, o óleo de Nim e o Combat. O Combat possui pimenta em sua fórmula, e pode manchar flores. Funcionam? Sim, mas a coisa é a LONGO PRAZO. Ninguém aplica Nim e vê o bicho dar uma cambalhota e ficar de pernas esticadas. Interfere na reprodução dos insetos, algo assim como um oposto do Viagra... Tive sucesso com o Nim para controlar tatuzinhos no substrato. O Combat, bem, não notei muita coisa, mas é efetivo em uma certa medida (parece aquelas garrafadas vendidas em feiras populares, com 25 ervas, cada uma boa para uma coisa qualquer), mas ficar indo e vindo da loja comprar meio litro para aplicação direta, sem diluição, não é econômico.

Os defensivos tradicionais vão depender da quantidade do desleixo e de quanto a praga avançou. Numa certa altura, querer usar defensivos "alternativos" é querer usar band-aid em UTI. Mas quem continuat ecológico nessa fase (e também irresponsável, por deixar chegar a esse ponto) pode ficar tranquilo, pois se perder todas as plantas, em 8/10 anos se consegue ter de novo uma coleção razoável...

E agora os mais perigosos, fungos e bactérias.

Bactérias

Pelas bactérias, duas doenças mais comuns e terríveis: a primeira a mancha aquosa ou mancha marrom, causada pela Pseudomonas, mais comum em Phaleonopsis. Começam como lesões meio esbranquiçadas e úmidas e depois evoluem para lesões fundas e escuras e muitas vezes são confundidas com queimaduras de sol. Água de rega que toca nessas lesões, ao respingar, infectam outras plantas. E a segunda, a mais temida doença bacteriana, é a podridão mole, causada pela famosa Erwinia. Essa acaba com qualquer coleção. Começa com uma podridão mole e com cheiro péssimo e leva o orquidário inteiro - em planta juvenis a morte é quase certa.

Fungos

As principais doenças:

Podridão negra (Pythium e Phytophthora) - a campeã, hors concours. Desgraça certa em um orquidário - e muitas vezes confundida com a podridão mole, que é de origem bacteriana, o que pode levar ao uso de defensivos incorretos.
Murcha ou Podridão de raízes e bulbos - vulgo canela seca, cusado pelo Fusarium.
Antracnose - manchas nas folhas, circulares, deprimidas e bem definidas, causada pelo Colletotrichum
Ferrugem - essa é até bobagem perto das outras, e é causada pelos Sphenospora sp, Uredo sp. e Hemileia sp
Mofo cinzento - atacando principalmente flores, causada pelo Botrytis. Não é específico de orquídeas, então cuidado quem gosta de misturar outras plantas em seu orquidário, para ficar bonitinho.
Manchas sob as folhas - causado pelo Cescospora, as manchas são irregulares e amareladas, passando a ter depressão e cor mais escura e com pontos negros. Na superfície nota-se um pequeno ponto amarelado que depois começa a necrosar - quando se vai olhar por baixo é que se vê o estrago.

Bem a a prevenção? Aplicar bactericida (menos comum) e fungicidas preventivamente, exige rotação dos princípios ativos, e pelo menos 3 tipos devem ser parte do arsenal do cultivador para ser aplicado em rotação para evitar que as praga fique resistente ao princípio ativo. E aí algum desavisado pode querer saber quais os defensivos a usar - bem não existe receita pronta. Vai depender de quais os patógenos mais comuns em sua região. E o conselho de gente muito experiente ou profissional é que vai resolver seu problema - indicar defensivos no "atacado" vai sair caro e pode não ter resultados efetivos. Aplicar fungicida em problema bacteriano e vice versa não vai adiantar.

Mas qual a saída? O alternativo mais promissor para uso preventivo é o dióxido de cloro estabilizado, vendido com a marca comercial TecsaClor. Meio litro por 45 galinhas ou menos, diluição de 50 ppm. Esse já foi testado em orquídeas. É eficaz contra fungos e bactérias e tem ação sistêmica em raízes e folhas por uma semana. Antes que alguém fique nervoso, não é um defensivo nem um agrotóxico, é um desinfetante, não precisa de receita e é certificado para cultivo orgânico.

Mas queridos, é impossível cultivar qualquer coisa sem pragas presentes. Quando se faz monocultura, é natural que os predadores desse cultivo (orquídeas) apareçam por lá - é a função deles. O segredo é manter esses patógenos e insetos sob controle. E controlar significa responsabilidade e higiene no cultivo, e muito trabalho até se obter uma maneira de deixar as coisas tranquilas e se poder usufruir tudo o que a orquidofilia pode proporcionar.

Deixar um coleção se perder por desleixo ou falta de bom senso e depois ficar querendo uma solução mágica, a tal bala de prata ou defensivo Tabajara, onde seus problemas estão resolvidos, é bobagem. Sem contar que tem gente que ainda fica revoltada porque nenhum luminar da lista, com tantos cobrões, não conheça uma receitinha, um chazinho ou uma erva super-natural que resolva o problema que possivelmente criou.

Opinião por opinião, creio que os únicos produtos alternativos, que não são defensivos tradicionais, de bom efeito e bom preço são o óleo mineral (inseticida), óleo de Nim (inseticida) e o TecsaClor (fungicida e bactericida). Apesar dos pesares, já foram usados em orquídeas e pelo menos são seguros.

Quanto a outros, não sou fã da calda bordalesa, pelo contrário, acho extremamente perigosa para orquídeas por causa do cobre. A calda de fumo, sou mais contra ainda. A calda sulfocálcica é um dos males menores, mas existe coisa melhor que isso. A respeito do leite cru, isso é alternativo demais (e pouco efetivo) - como esterilização nem pensar. Leiam, pesquisem e vão ver que os riscos não compensam.

O que passar disso e ameaçar se tornar uma grave infestação, chamem a SWAT, os defensivos tradicionais, químicos. E aí cada um vai ter que saber exatamente qual o seu problema. E tem mais - se a infestação for braba, nem os defensivos são garantia de sucesso - muitas vezes já se passou do ponto de intervir. Aí pode ser tentado regar com água benta...

Quem ainda não viu, aqui mesmo na lista, os relatos de infestações de podridão, onde a cada dia o amigo relatava a perda de 20/30 plantas, num trabalho insano de cortar partes afetadas e tentar de tudo para salvar as restantes, não sabe como é doloroso ver um cultivo de muitos anos se perder em uma semana. Então, amigos, esse é o lado sério da orquidofilia, onde nem tudo são flores.

Então, por partes: primeiro isolar qualquer planta com suspeita, depois suspender regas e adubações. Em plantas adultas, corte logo, sem dó, o que puder cortar das partes afetadas e sele o corte com o produto de sua preferência. Identifique a praga, do jeito que puder, e inicie um combate de imediato, de todas as plantas. Se a coisa ficar muito feia, também sem dó queime as plantas muito afetadas. Se tiver pena, leve para bem longe - pendurar numa árvore próxima do orquidário para ver se ela se recupera, pode dar problema no futuro. E incremente a higiene do cultivo para padrão hospitalar - nem de brincadeira pegue em outra planta sem lavar as mãos.

E tudo que está acima vem de uma das melhores fontes sobre pragas e doenças - é do livro do Ricardo Gioria, que já foi aqui da lista. Uma pequena parte pode ser vista no site
http://br.geocities.com/clubedaorquidea/RicardoGioria.html É um resumo, bem resumido, do livro. Quem quiser informação de qualidade, compre este livro que é uma mina, D & P ( Doenças e Pragas) que atacam as Orquídeas - Ricardo Gioria - Editora Brasil Orquídeas - custa umas 25/27 galinhas.

Perdão por ser muito direto, mas é por aí.

Abraços,
Ricardo Cruz - Vitória - ES

sábado, 7 de fevereiro de 2009

AS MAIS BELAS ORQUÍDEAS DO CEARÁ - PARTE I



São quase cem espécies identificadas e que habitam o Estado do Ceará, sendo somente uma do gênero Cattleya, a bela, cobiçada e inconfundível pelo seu perfume, Cattleya labiata Lindl., conhecida carinhosamente por "Rainha do Nordeste". De fácil adaptação em qualquer região do Brasil e do mundo, a Cattleya labiata foi objeto de desejo de reis e rainhas no passado. É a orquídea símbolo do Ceará. Só para se ter uma idéia, a Associação Cearense de Orquidófilos - ACEO, criou no ano passado o troféu "Labiata de Ouro" para premiar as mais belas orquídeas expostas na exposição. É também sem dúvida, a orquídea mais utilizada em hibridações.



Vamos conhecer um pouco de algumas orquídeas cearenses, já que falar em todas é tarefa impossível.


Aspidogyne foliosa (Poepp. & Endl.) Garay 1977 -(sin/syn Erythrodes aratanhensis) Este gênero é composto por cerca de 26 plantas terrestres distribuídas da Guatemala até a Argentina, sendo que a maioria das espécies, senão todas, são encontradas no Brasil. Crescem em condições sombrias em bosques primários ou secundários densos, geralmente arraigadas entre folhas secas e musgo. São plantas rizomatozas, de caule ereto, provido de 3 a 8 folhas horizontais, verde amarelado ou escuro, com ou sem reticulado prateado. Inflorescência ereta, apical e racemosa, com flores dispostas perpendicularmente. Fonte: http://www.dalholl.hpg.ig.com.br/



Beadlea cearensis - Cyclopogon congestus (Vell.) Hoehne, Fl. Bras. 8(12; 2): 209 (1945).
* Serapias congesta Vell., Fl. Flumin. 9: t. 54 (1831). Beadlea congesta (Vell.) Garay, Bot. Mus. Leafl. 28: 300 (1980 publ. 1982). Spiranthes alpestris Barb.Rodr., Gen. Spec. Orchid. 1: 184 (1877). Cyclopogon alpestris (Barb.Rodr.) Barb.Rodr., Gen. Spec. Orchid. 2: 283 (1881). Cyclopogon langei Schltr., Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 16: 322 (1920). Cyclopogon saxicola Schltr., Anexos Mem. Inst. Butantan, Secç. Bot. 1(4): 26 (1922). Fonte:
http://www.orchidstudium.com/ Foto: Leonardo Desordi

Brassavola tuberculata Hook.- Brassavola tuberculata Hook., Bot. Mag. 56: t. 2878 (1829).
Bletia tuberculata (Hook.) Rchb.f., Ann. Bot. Syst. 6: 434 (1862). Brassavola perrinii Lindl., Edwards's Bot. Reg. 18: t. 1561 (1833). Tulexis bicolor Raf., Fl. Tellur. 4: 43 (1838). Brassavola ceboletta Rchb.f., Bonplandia (Hannover) 3: 221 (1855).Brassavola fragrans Lem., Jard. Fleur. 3(Misc.): 78 (1853), nom. illeg. Bletia ceboletta (Rchb.f.) Rchb.f. in W.G.Walpers, Ann. Bot. Syst. 6: 435 (1862). Brassavola fragans Barb.Rodr., Gen. Spec. Orchid. 1: 65 (1877).Brassavola gibbsiana G.Nicholson, Ill. Dict. Gard. 1: 209 (1884). Brassavola chacoensis Kraenzl., Bot. Jahrb. Syst. 36(80): 7 (1905). Brassavola perrinii var. pluriflora Hauman, An. Mus. Hist. Nat. Buenos Aires 29: 376 (1917). Brassavola ovaliformis C.Schweinf., Bot. Mus. Leafl. 14: 60 (1949. Fonte:
http://www.orchidstudium.com/ Foto: Vera Coelho

Campilocentrum linearifolium Schltr. ex Mansf. 1928 - Gênero que abriga perto de 65 espécies, sendo as mais conhecidas: grisebachii (ex burchelli) floresce no final de inverno e na primavera, micranthum, paolense, pubirhachis, de flores no outono, sellówii, spannagelii. Alguns não possuem folhas, apenas raízes das quais surgem as inflorescências, por isso chamadas de acaulis e áfilas, como as espécies pubirhachis e grisebachii, com flores de apenas 1 milímetro. O nome tem o significado "de espora curva" alusão à sua compria, fina e curva espora do labelo. Quanto ao cultivo, todos com as raízes livres e soltas em ambiente de boa e constante umidade e em sombra moderada a alta, pois provêm de matas úmidas desde o Amazonas, MG, RJ até o RS.Fonte: "ABC do Orquidófilo de uma, várias ou muitas orquídeas" - Prof. René Rocha


Catasetum barbatum (Lindl.), Edwards's Bot. Reg. 30(Misc.): 38 (1844).
* Myanthus barbatus Lindl., Edwards's Bot. Reg. 21: t. 1778 (1835). Monachanthus viridis M.R.Schomb., Trans. Linn. Soc. London 17: 551 (1837), sensu auct.Myanthus barbatus var. immaculatus Knowles & Westc., Fl. Cab. 1: 77 (1837). Catasetum proboscideum Lindl., Edwards's Bot. Reg. 25(Misc.): 86 (1839). Catasetum spinosum (Hook.) Lindl., Edwards's Bot. Reg. 26(Misc.): 65 (1840). Myanthus spinosus Hook., Bot. Mag. 67: t. 3802 (1840). Catasetum comosum Cogn., J. Orchidées 6: 266 (1895). Catasetum brachybulbon Schltr., Beih. Bot. Centralbl. 42(2): 116 (1925). Catasetum polydactylon Schltr., Beih. Bot. Centralbl. 42(2): 122 (1925). Catasetum buchtienii Kraenzl., Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 25: 27 (1928) Fonte:
www.orchidstudium.com
Família
Orchidaceae Célestin Alfred Cogniaux SubFamília Monandrae (as subordo)
Tribo
Catasetinae Pfitzer Gênero Catasetum Rich. Seção Myanthus Lindl. Catasetum barbatum Lindl.

Fonte: www.florabrasiliensis.cria.org.br Foto: Nereu


Catasetum gardneri Schlechter - Ao plantar espécie de Catasetum terrestre (discolor, ciliatum, gardneri, etc.) coloque um pouco de terra vegetal e areia grossa junto com a fibra de xaxim ou a mistura de casca de pinus, isopor e carvão vegetal. Fonte: www.orkideas.com.br/abracc/AltamirSoares

Foto:



Catasetum hookeri Lindl. Bot. Reg. 10: t. 840 (1824). Catasetum milleri Lodd. ex Lindl., Edwards's Bot. Reg. 24(Misc.): 80 (1838).Catasetum triste Rchb.f., Bonplandia (Hannover) 3: 218 (1855).Catasetum labiatum Barb.Rodr., Gen. Spec. Orchid. 2: 218 (1881).Catasetum hookeri var. labiatum (Barb.Rodr.) Cogn., Fl. Bras. 3(5): 403 (1902). Catasetum imschootianum L.Linden & Cogn., J. Orchidées 4: 266 (1893). Fonte: www.orchidstudium.com
O Ctsm hookeri possui haste ereta,seu labelo é para cima e a abertura próximo a base é menor.Comparando-se com o luridum além da posição do labelo,podemos notar que a base fica totalmente descoberta no hookeri,enquanto no outro permanece escondida pelas pétalas e sépalas. Fonte: http://catasetums.blogspot.com/ Foto: Maria Rita Cabral


Catasetum maranhense Lacerda & da Silva
Etimologia. Nome em homenagem ao Estado do Maranhão, de onde procederam as primeiras plantas estudadas, em 1983.
Habitat e floração. Nordeste do Brasil, nos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Tocantins, epífita em palmeiras de babaçu (Attalea speciosa Mart. ex Spreng) ocorrentes em matas de galeria de cerrado, a altitudes de 70 a 400 m. Floresce predominantemente nos meses de março a junho em seu habitat natural, até 3 vezes ao ano.
Comentários. 0 Catasetum maranhense foi estudado a partir de 1983 em material coletado, em palmeiras babaçu por João Batista F. da Silva no município de Tuntum, no Estado do Maranhão, quando floriu em junho deste ano em cultivo de Kleber G. de Lacerda Jr. Nesta mesma região foram encontradas espécies de Catasetum do complexo cristatum. Posteriormente, em março de 1992, floriram em cultivo plantas coletadas em Teresina, Estado do Piauí, com semelhanças tanto na parte vegetativa quanto na morfologia floral e fenologia. Outras coletas desta espécie foram feitas nos municípios de São Domingos do Maranhão (JBFS 90), Tutóia (JBFS 350) e Alto Parnaíba (JBFS 349), Estado do Maranhão, em Esperantina (JBFS 338), no Estado do Piauí, e em Nazaré (JBFS s/n) e Tocantinópolis (JBFS s/n), no Estado de Tocantins; material depositado MG. Há evidências de prováveis híbridos naturais entre Ctsm maranhense e espécies de Catasetum com complexo cristatum, com prevalência relativamente grande na região onde coexistem no Maranhão. Apesar de haver sido citado para vários Estados, foi encontrado sempre na mesma espécie de palmeira, o babaçu (Attalea speciosa Mart. ex. Spreng), abundante em matas de galeria de cerrados, mais úmidas. Fonte:
www.orkideas.com.br
Foto:


Catasetum macrocarpum Rich. ex Kunth, Syn. Pl. 1: 330 (1822).
Catasetum tridentatum Hook., Exot. Fl. 2: t. 90 (1824). Catasetum floribundum Hook., Exot. Fl. 2: t. 151 (1825). Catasetum claveringii Lindl. ex Van Geel, Sert. Bot. 2: t. 3 (1829). Cypripedium cothurnum Vell., Fl. Flumin. 9: t. 63 (1831). Catasetum tridentatum var. viridiflorum Hook., Bot. Mag. 61: t. 3329 (1834). Monachanthus viridis Lindl., Edwards's Bot. Reg. 21: t. 1752 (1835), nom. illeg. Catasetum macrocarpum var. bellum Rchb.f., Gard. Chron., n.s., 25: 74 (1886). Catasetum costatum Rchb.f., Gard. Chron., III, 1: 72 (1887). Catasetum macrocarpum var. chrysanthum L.Linden & Rodigas, Lindenia 5: 13 (1889). Paphiopedilum cothurnum (Vell.) Pfitzer, Bot. Jahrb. Syst. 19: 42 (1894). Catasetum macrocarpum var. carnosissimum Cogn., J. Orchidées 5: 219 Fonte: www.orchidstudium.com Com pseudobulbos robustos, sua haste floral sai da base dos pseudobulbos, podendo soltar mais de uma haste, com florações em épocas diferentes. Suas flores parecem helmos que vão da cor verde escuro até o amarelo esverdeado, com centenas de pequenas pintas amarronzadas no interior. A margem superior do labelo, é tipicamente tridentada. O Catasetum macrocarpum é provavelmente uma das espécies mais comuns encontradas em cultivo doméstico. A fragrância que sua flor emite lembra muito o cheiro agradável de canela, e pela manhã não é raro encontrar zangões, conhecidos por mamangabas ou mangavas, aquele tipo de abelha grande e escura, voando em torno das flores e adentrando o “capacete” carnoso para rasparem a cerosidade interna existente, onde esbarram-se no filete com as políneas, que “salta” e gruda nos insetos facilitando a polinização. Fonte: www.orquidariocuiaba.com.br Foto: Vera Coelho



Cattleya labiata Lindl.Habitat
Planta epífita que vegeta sobre árvores nas serras como em locais bastante úmidos, sempre protegidos do sol intenso. Vegeta numa altitude entre 500 e 1000 metros.
Ela procede em maior número de habitats dos estados de Alagoas, Ceará,Paraíba e Pernambuco e raramente do Maranhão e Piauí. Sem dúvida é uma das mais belas e mais cultivadas orquídeas brasileiras.
Planta vigorosa com pseudobulbos de 15 a 20 centímetros de altura, comprimidos e sulcados, apresentando uma única folha oblongo-elíptica. Inflorescências compostas de 3 a 5 flores, sempre muito bem dispostas.
Flor com 20 a 25 centímetros de diâmetro, pétalas e sépalas de colorido típico lilás-médio em diversas tonalidades. As sépalas são lanceoladas e as pétalas mais largas, ovóides e onduladas. O labelo apresenta variações das quais destacamos as mais comuns como segue:
Anelata: apresenta na entrada do tubo um colorido em forma de anel;
Atra: colorido escuro do labelo, estendendo-se pela parte externa do tubo até a junção com as pétalas e sépalas;
Íntegra: a mancha escura do lóbulo frontal estende-se pela parte interna do labelo penetrando pelo tubo;
Orlata: quando a mancha escura frontal estende-se pela sua orla superior;
Venosa: veias escuras entrecortando o colorido na base do labelo. Foto: Gilberto D. Ferreira





As principais variedades:
Alba: pétalas e sépalas branco-puro, apresentando no interior do tubo colorido amarelo. Clones mais conhecidos: "Fumeiro", "Angerer" e "Octávio Fontes".
Caerulea: pétalas e sépalas ligeiramente azuladas, apresentando no lóbulo frontal do labelo tom mais intenso. Clone: "Azulão".
Amethystina: pétalas e sépalas levemente azuladas e lóbulo frontal do labelo de cor ametista. Principal clone: "Canoinhas" ou "Norma Dreher".
Concolor: pétalas, sépalas e labelo apresentando um só tom de colorido. Clone: "Walter Dreher".
Amesiana suave: pétalas e sépalas suavemente rosadas e labelo de colorido um pouco mais intenso. Clone: "Márcia Regina".
Semi-alba: pétalas e sépalas brancas e lóbulo frontal do labelo colorido. Clones mais conhecidos: "Marina", "Cooksoniae" e "Luar de março".
Rubra: pétalas e sépalas lilás-escuras quase rubras e lóbulo frontal do labelo purpureo. Clones: "Guerreiro" e "Schuller". Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cattleya_labiata Foto: Sérgio Garcia

Cyrtopodium cristatum Lindl. O Brasil é o país mais rico com cerca de 35 espécies, algumas delas com descrição recente e o Planalto Central é o centro geográfico de distribuição do gênero. O Cyrtopodium cristatum Lindl é a espécie com área de distribuição, em 14 estados, seguido do Cyrtopodium eugenii Rchb. f e Cyrtopodium polyphyllum (Vell. ) Pabts ex F. Barros (mais conhecido por Cyrtopodium paranaense) em 13 estados. Fonte: http://www.delfinadearaujo.com/on/on26/pages/delfina1.htm Foto: Maria Rita Cabral


Cyrtopodium eugenii Rchb.f. & Warm. in H.G.Reichenbach, Otia Bot. Hamburg.: 89 (1881). A Cyrtopodium eugenii é uma orquidácea que era muito comum em diversas regiões do Sul, Sudeste, Leste e Centro-Oeste do Brasil. Formavam grandes touceiras que chamavam a atenção. Seu nome em tupi-guarani é SUMARÉ. Por este motivo existem diversas localidades (cidade, distritos, bairros) com este nome. Aí, certamente estavam localizadas as referidas touceiras. Hoje, somente são encontradas em locais preservados, fragosos. Fonte: http://br.olhares.com/sumare_foto750511.html Espécie rupícola do Brasil Central, com pseudobulbos de até 30 cm de altura, fusiformes e robustas, com as partes supeior e inferior afuniladas e sustentando estreitas folhas lanceoladas de até 40 cm de comprimento, de cor verde-acinzentado. Flor de 4 cm de diâmetro, com pétalas e sépalas esverdeadas e densamente pintalgadas de marrom claro. Labelo plano e robudo, de cor amarelo-intenso. Floresce no outono. Fonte: L. C. Menezes - Genus Cyrtopodium – Espécies Brasileiras – Ed. 2000 Foto:


Cyrtopodium holstii L. C. Menezes Schlechteriana 4: 149 (1993). Cyrtopodium holstii - Espécie terrestre de solo arenoso, raramente rupícola, encontrada em áreas litorâneas do Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Paraíba e Pernambuco. Planta com pseudobulbos fusiformes e longos de até 80 cm de altura. Inflorescência paniculada de 1 m de altura, portando de 50 a 80 flores, que medem 4 cm de diâmetro, variando a cor de amarelo esverdeado a amarelo vivo com mácula marrom avermelhado. Floresce no verão. Fonte: L. C. Menezes - Genus Cyrtopodium – Espécies Brasileiras – Ed. 2000 Encontrei o Cyrtopodium holstii na Serra de Uruburetama-Ce.Foto: Vera Coelho