Desta vez quem nos orienta é o grande orquidófilos de Florianópolis, Carlos Gomes, proprietário do orquidário comercial, que leva seu nome. Diga-se de passagem, mas o Carlos faz melhoramentos belíssimos na Laelia purpurata, Cattleya intermedia, Cattleya leopoldii e outras mais. Confiram no site dele, vale a pena:
http://www.orquidariocarlosgomes.com/Vera, realmente esse ano tem sido atipico em termos de infestação por fungos. Normalmente, temos ataques na entrada e saida do inverno, em que sempre perdemos algumas plantas pequenas ou brotos de plantas adultas. O sintoma é o enegrecimento dos bulbo mais novos e se não cuidada, a perda da planta.

Aqui no sul, temos tido chuvas frequentes desde agosto de 2008, e mesmo esse ano raramente temos um semana sem alguns dias de chuva. Como consequência, as plantas raramente secam, mesmo quando ventiladas e cultivadas em brita como é o nosso caso. Muitos orquidofilos tem me contatado para falar do problema. Parece que acontece em todo o Brasil, em maior ou menor escala. Aqui em casa, perdemos grande quantidade de seedlings, pois são as plantas de menor resistência. As adultas podem ser salvas se vistas a tempo e tomadas as precauções.
O grande culpado é o fungo Pythium ultimum, geralmente associado a bacteria Erwinia carotovora. Não vou entrar em detalhes sobre eles mas já foi publicado muito na Internet, em revistas de orquideas e mesmo aqui na lista. O importante é descobrir a fonte da infestação, geralmente a água de regas, ou adubos orgânicos, como a torta de mamona mal armazenada (o Pythium é um fungo de solo letal para as orquideas), substratos contaminados, etc... Geralmente o orquidofilo é o vetor desses fungos, seja atraves de ferramentas não esterilizadas, vasos sujos, substratos e drenos contaminados, etc...

Mas o que fazer após a contaminação? Buenas, se for em pequena escala, algo que dê para suportar, basta aplicar um fungicida sistêmico, especial para esse fungo e cuidar das fontes de transmissão.
No caso comercial, com milhares de plantas, a coisa é mais complicada!
Aqui eu estou atacando por todos os lados que posso. Estou fazendo um novo poço para a fonte de agua, com 20 m de profunddade, para eliminar a possibilidade da água ter sido contaminada com toda aquela chuva do ano passado. Já passamos várias vezes os fungicidas especificos, tanto para bacteria quanto para fungos, como o Kazumin e o Aliette, ambos muito bons para esse caso. Outra providência foi desenvasar todas as plantas em locais com alguma planta com problema. Ja estamos com mais de 30 mil plantas desenvasadas! E só iremos envasar quando o problema acabar em todo o orquidario.
É muito trabalho e muito custo, mas é uma maneira eficaz. Depois de desenvasar, aplicamos os fungicidas semanalmente em toda a planta. Elas ficam dentro dos vasos vazios e logo enraizam, apos a morte do fungo. Alem disso, aplicamos tambem o Dithane, para prevenir o ataque de outros fungos oportunistas.
Desse modo estamos conseguindo reduzir drasticamente as perdas de plantas. Mesmo assim, ja foram mais de mil...
Infelizmente não conheço nada eficaz contra esse fungo e bacteria, que não seja quimico. Devemos lembrar que a atuação deles é extremanente rápida, matando a planta em poucos dias. Assim, o tratamento com produtos de atuação lenta provavelmente terá pouca eficácia contra plantas infectadas.
Abraços e disponham, lembrando que estou de férias....
Carlos Gomes
Pesquisando: O que é Erwinia carotovora? E como se apresenta esta bactéria na planta.
PODRIDÃO MOLE OU PÉ NEGRO, Erwinia carotovora subspp.carotovora e atroseptica(van Hall) Dyc
Bactérias
Sintomatologia Os caules infectados apresentam uma podridão típica, com o aspecto de tinta preta.A folhagem torna-se clorótica, os folíolos inicialmente tendem a enrolar-se, murchando e morrendo em seguida. Posteriormente, toda a planta acaba por murchar e morrer.O sintoma típico no tubérculo é caracterizado por uma podridão húmida e mole da medula, exalando um cheiro forte a peixe podre, que a partir da zona do hilo se estende para áreas mais profundas.Biologia O inóculo primário encontra-se sobre o tubérculo mãe ou no interior do mesmo, tendo penetrado pelas feridas provocadas durante a colheita.Após a plantação os tubérculos vão-se deteriorando, libertando grande quantidade de bactérias, as quais vão infectar as plantas vizinhas.A transmissão da doença é favorecida por solos húmidos e temperaturas baixas.Solos húmidos e frescos na altura da plantação, e temperaturas altas na altura da emergência, favorecem a presença da bactéria.
Fonte:
http://www.sapecagro.pt/internet/webteca/artigo.asp?id=40&url_txt=&link