sábado, 31 de janeiro de 2009

Composteira Caseira


por Carolina Gurgel


A Carolina é uma amiga querida, viveu em Fortaleza há anos e que nos dá muitas e boas dicas de jardinagem de maneira simples, criativa e bem humorada. Transcrevo abaixo um artigo bem interessante de como fazer compostagem caseira direcionada para aqueles que tem problema de espaço. Muito legal Carol, estarei pondo em prática, mesmo porque tenho muita matéria prima, principalmente folhas secas, galhos, etc. Esta compostagem é excelente para orquídeas terrestres, como Arundina , Spathoglottis, Phaius, Sobralia, Bletilla e outras.

Algum tempo atrás li, não sei bem onde, que se você colocasse só as folhas secas do seu jardim, e jornais ou papéis velhos em um saco de plástico furado, e fosse regando, e misturando de vez em quando, demorava um pouco, mas virava composto vegetal. Só não devíamos amarrar a boca do saco, mas sim dobrar e pôr um peso em cima.

Achei ótima a idéia, cheirosa e higiênica, pois meu jardim não tem lugar para uma composteira menos perfumada e, além disso, ia ser o lugar preferido para os meus cachorros irem fuçar! Estava funcionando bem, mas cada vez que ia misturar tudo, era o caos!
Junte as folhas e papéis do seu jardim...

É que, à medida que o material vai se desintegrando, vai ficando com cara de pó de café molhado, e cada vez fica mais difícil mexer com aquele angu!
Foi aí então que a minha esperta e inteligente amiga, Suely, cheia de boas idéias, me deu uma delas: comprar um latão de lixo, de qualquer material, mas que tenha tampa e alças. Furar o fundo do próprio, colocar tudo lá dentro, mas sem encher até as bordas.
Quando estiver na hora de misturar (uma vez por mês está ótimo), é só amarrar a tampa bem amarrada nas alças, virar o latão e fazê-lo rolar docemente, como se fosse um misturador de concreto!

Com furinhos no fundo e pronta para rolar!

A Suely, muito prática que é, tem um elástico daqueles de amarrar coisas em porta-bagagem de bicicleta, especial para isso: é só prender os ganchinhos e Voilá! Mas, como as coisas por aqui desaparecem e, às vezes, mas não sempre, ressurgem em lugares "nunca dantes imaginados" eu, para não complicar minha vida, amarro com barbante mesmo.
Com a tampa bem amarrada...

É super prático, pois não se suja nada, nem o chão, nem as mãos, os pés, a roupa, e nem todos os lugares incríveis
que conseguiam ficar imundos!

Me digam se não está ficando lindo?

Algumas dicas que aprendi na prática:

Quando o latão estiver com uma quantidade boa de matéria orgânica, pare de acrescentar novos elementos (vá juntando mais em outro lugar). Senão, é como fazer cozido, se não colocar tudo de uma vez na panela, vai sempre ter alguma coisa crua!

Quebre, corte ou triture suas folhas grandes, elas levam um tempão para se esfarelar.

E mais um segredo:

Ajudei minha mistura, temperando um pouco com:
cinza de lareira
húmus de minhoca,
pó de café
casca de ovos
raspas de madeira...

Está com uma cara muito apetitosa e quase pronta, veja as fotos, que não me deixam mentir!















Fotos: 1) Arphophyllum giganteo 2) Sobralia sp. 3) Phaius tankervilleae

Cultivo e fotos de Maria Rita Cabral.

Fonte: http://recyclolitoral.vilabol.uol.com.br/paginas/composteira.htm

NOTA: Faleceu hoje, 31 de janeiro de 2009, em São Paulo, o Sr. João Augusto Gurgel, esposo de Carolina Gurgel, a quem enviamos nosso pesar pelo acontecido. Sr. Gurgel ficou conhecido por fabricar automóveis diferentes dos convencionais, a preços baixos e econômicos, o Gurgel.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Prosthechea Knowles & Westc.







Prosthechea foi publicado por Knowles e Westcortt, em 1938, tendo por base Prosthechea glauca, espécie presente no México, na Guatemala, em El Salvador e em Honduras (Withner, 2001). O nome deriva do grego prosteke ("apêndice"), em referência a uma saliência na porção superior da coluna daquela espécie. A maioria das espécies de Prosthechea fora anteriormente incluída em outros gêneros, sobretudo Epidendrum secção Osmophutum, Encyclia subgênero, sobretudo Epidendrum secção Osmophytum, Encyclia subgênero Osmophyta, Hormidium Lindl. e Anacheilium Hoffmanns., nomes considerados sinônimos de Prosthechea (Higgins, 1997; Higgins et. al. 2003), conceito que aqui seguimos. A circunscrição do gênero Prosthechea, assim como de













vários outros representantes da subtribo Laelilinae, tem sido alvo de controvércia entre diversos taxonomistas. Para uma discussão detalhada, sobre esse grupo de orquídeas, sua filogenia e história, assim como uma resenha cronológica dos diversos estudos taxonômicos em Lelilinae.

São plantas efífitas ou rupícolas. O porte das plantas é variável e similar entre as várias espécies e consequenquemente, pouco informativo. O número de folhas por pseudobulbo, a relação comprimento da inflorescência versus comprimento das folhas auxilia na identificação das espécies; contudo é nas flores que residem os caracteres diagnósticos. O rizoma é conspícuo e produz pseudobulbos afastados, fusiformes a estreitamente ovóides, geralmente achatados, unifoliados, bifoliados a trifoliados. As folhas encontram-se no ápice do pseudobulbo, são carnosas









e variam de rígidas e macias e flexíveis. A inflorescência emerge de uma espata geralmente proeminente e carrega várias flores não ressupinadas, isto é, com labelo posicionado na parte superior da flor. O labelo é concrescido até mais ou menos a metade da coluna, e os frutos são angulares ou nitidamente trialados. Outra característica de Prosthechea é a presença de grandes cristais do tipo drusa, facilmente visualizados em tecidos conservados em etanol e distribuídos por quase toda a planta, i.e. pseudobulbos, folhas, flores e frutos. Segundo Pabst et al. (1981), esses cristais provavelmente desempenham papel importante na biologia floral das várias espécies, pois são fluorescentes quando expostos à luz ultravioleta, o que tornaria as plantas mais visíveis aos agentes polinizadores. Poderiam também desempenhar papel de proteção contra insetos e mamíferos, pois cristais similares apresentam alta toxidade para esses animais. Prosthechea consiste de quase cem espécies distribuidas pelos trópicos e subtrópicos da América do Sul, América Central e das Antilhas. Aproximadamente 27 delas ocorrem no Brasil, das quais cinco se encontram na Chapada da Diamantina: P. fragrans (Sw.) W.E.Higgins, P. inversa (Lindl.) W.E. Higgins, P. moojenii (Pabst) W.E.Higgins e P. silvana Cath. & V.P.Castro.

Prosthechea fragrans (Sw.) W.E.Higgins

Olof Swartz descreveu essa espécie como Epidendrum fragrans, em 1788, tomando por base uma planta de origem jamaicana. Coube a Higgins transferi-la para Prosthechea em 1977. O epíteto específico fragrans ("fragrante") refere-se ao forte perfume adocicados que exala de suas flores. Possui rizoma evidente, com 1-1,5 cm de comprimento entre os pseudobulbos. Os pseudobulbos são elípticos, achatados, unifoliados, c. 4 x 1,5 cm. As folhas eretas, oblongo-lanceoladas, com c.12 x 2,5 cm. A inflorescência é curta, não ultrapassa o comprimento das folhas. As flores, de duas a quatro, possuem c. 2,5cm de diâmetro e coloração marfim, o labelo é côncavo, listrado de vinho. Prosthechea fragrans é espécie amplamente distribuída, presente nas regiões tropicais da América do Sul, América Central e das Antilhas. No Brasil é igualmente comum, encontrada desde o norte so sul do país. Na Bahia, é frequente no litoral sul, sobretudo nas regiões de Una, Ilhéus e Itabuna. Na Chapada Diamantina, foi até o momento encontrada no município de Palmeiras, crescendo como epífita, no interior da mata, a.c. 900m de altitute. Floresce em agosto.

Prosthechea inversa (Lindl.) W. E. Higgins
John Lindley descreveu a espécie como Epidendrum inversum em 1839. O Epíteto específico deriva do adjetivo latino inversus ("invertido"), provavelmente em
referência às suas flores não ressupinadas. O material estudado por Lindley fora enviado por Loddiges e encontra-se depositado no herbário de Kew, Inglaterra. Assim como muitas outras espécies deste grupo, Prosthechea inversa foi anteriormente incluída em Encyclia e Hormidium até ser recentemente atribuída ao gênero Prosthechea.
O rizoma é evidente, 1 - 1,5 cm de comprimento entre os pseudobulbos. Os pseudobulbos até c. 10 x 2 cm, geralmente trifoliados, estreitamente ovóides e levemente achatados.
As folhas são longas, lineares a oblongas, alcançam c. 27 x 2,5 cm. A inflorescência é bem mais curta do que as folhas, emerge de uma espata relativamente grande e carrega 4 - 6 flores, as quais possuem 3 ou 4 cm de diâmetros, possuem segmentos relativamente longos e agudos. As sépalas, pétalas e o labelo apresentam coloração marfim, mas esse último tem calosidade central branca, de onde irradiam várias estrias púrpuras. Prosthechea inversa distribui-se nas regiões Sul e Sudeste do Brasil e Paraguai (Pabst & Dungs, 1975, 1975), Na Chapada Diamantina ocorre nos municípios de Abaíra, Barra da Estiva e Rio de Contas, entre 1.000m e 1.700m. Trata-se de espécie epífita, do interior da mata. Floresce entre março e junho.

Parte do texto do livro Orquídeas da Chapada Diamantina
A. L. V. Toscano de Brito
Phillip Cribb
Nosso comentário: neste vai e vem de mudanças de nomes fica difícil sabermos o que pertence a Prosthechea, Anachellium, Hormidium. O texto acima está transcrito na pag. 241.